Solução original a frente Vizor com uma barra a unir os grupos óticos (Foto Opel Media)

Cintura alta e tejadilho flutuante continuam a marcar o perfil (Foto Opel Media)

Traseira contribui para conjunto compacto e robusto (Foto Opel Media)

Proporções equilibradas para 4,15 m de comprimento (Foto Opel Media)

Solução "Pure Panel" empresta jovialidade ao interior (Foto Opel Media)

Navegação integra o pacote de equipamento da versão GS Line (Foto Opel Media)

Comandos da climatização automática continuam a ser físicos (Foto Opel Media)

Caixa automática de oito velocidades comanda-se numa patilha (Foto Opel Media)

Jantes em liga com 18 polegadas na oferta (Foto Opel Media)

A Opel está bem viva e mantém a identidade, apesar da revolução pela entrada no Grupo PSA e agora nesse gigante que é a Stellantis com as suas 14 marcas. Prova disso, o novo Mokka que considero um dos mais personalizados modelos da marca e um SUV bem conseguido. Ao volante do 1.2 Turbo de 130 cv e com caixa automática de oito velocidades parece-me difícil alguém não lhe dar nota positiva. Tem preços desde €21 100.

Já aqui falei dele, depois de um breve contacto, agora confirmei o que guardava de melhor ao volante do mais sonante dos modelos térmicos, o três cilindros que a Opel designa por Turbo, mas em boa verdade é o 1.2 PureTech  de 130 cv  com a caixa automática de oito velocidades – receita herdada da PSA e assente na mesma plataforma usada por Peugeot e Citroën.

A questão é que a Opel mantém afinações próprias e notamos algumas diferenças identitárias, por ligeiras que sejam. É um carro agradável de guiar, subvirador declarado se lhe procurarmos os limites, como é próprio do tração dianteira. E, talvez por a suspensão ser do tipo “alemão suave” e estarmos num SUV, as transferências de massas mais são sensíveis. Conforto e segurança, porém, nunca estão em causa. Os exageros controlam-se facilmente, além de que a eletrónica intervém atempadamente.

Fiz mais de 300 quilómetros, quase sempre com quatro pessoas a bordo e não houve queixas atrás – nem à frente:  boa posição ao volante, elevada, claro, espaço à medida do exigível a este nível. O consumo final foi de 7,3 litros aos 100, até com uma complicada situação de pára-arranca que me obrigou a mais de uma hora em fila… Na autoestrada, a 120 km/h “cravados” no cruise-control, o computador de bordo registou 6,9; num combinado com estradas secundárias, o registo foi de 7,2. Razoável.

SUV muito personalizado, confortável, bons níveis de qualidade, agradável de guiar e bem comportado na dinâmica, despachado q.b. e honesto nos consumos o novo Mokka mantém a identidade Opel e diz muito sobre o que poderá ser o futuro da marca alemã

No final, ficava a lembrança de um automóvel agradável de guiar e de viver. Sem ser “um tiro”, é despachado quanto baste (9,2 s de 0 a 100) com os seus 230 Nm de binário, logo às 1 750 rpm, e a caixa automática gere sem constrangimentos as oito velocidades e a entrega da potência. As limitações são as conhecidas em modo manual, através das patilhas no volante, que não representa um modelo de rapidez para quem pensa numa condução mais empenhada. Os modos de condução são três, os habituais Eco, Normal e Sport, com este a trazer um acréscimo de vitamina que, provavelmente, poucos vão utilizar com frequência.

Inovador no estilo, robusto e bem ligado ao solo

O resto é um SUV inovador no estilo, jovem, tejadilho flutuante como se tornou comum na Opal, e marcado pela dianteira, uma solução batizada Vizor, em termos simples uma grelha fechada, como é comum nos elétricos, mas neste caso interpretada como superfície continua que integra os faróis (exclusivamente em LED). Solução muito vistosa, resulta particularmente bem nos modelos bitom em que o negro da grelha se projeta no capô, conferindo imagem personalizada e original.

É uma nova linguagem de design que nos revela um automóvel de ar robusto com o perfil musculado e a traseira limpa no remate certo para um automóvel bem compacto. Além disso, com pisar convincente e bem ligado ao solo, explorando a solução de puxar as rodas bem os extremos da carroçaria. Convence!

E convence também porque o ambiente interior é agradável. Marcante, claro, o chamado Pure Panel, informação digital em dois ecrãs, grafismo interessante, tudo “encaixado” numa imagem geral de modernidade, conseguida com um design em que o rigor alemão – também na qualidade dos materiais e no acabamento – se refresca sem perder aquela sobriedade muito própria. Como seria de esperar, botões e interruptores foram reduzidos ao mínimo, mas neste caso salvaguardando o lado prático com os comandos físicos para o ar condicionado. A consola, no costumado piano black inclui um seletor de velocidades com o e-toglle, sistema limitado a uma prática patilha que de empurra ou puxa, e ainda o comando dos modos condução e o travão. Termina na abertura sob o ar condicionado, pequeno compartimento que na versão ensaiada contava com o carregador wireless.

Conforto razoável e bom equipamento

O novo Mokka, agora um Classe 1 como faz sentido, está mais pequeno do que o modelo anterior (4,15metros, menos 12,5 cm), oferece  um habitáculo generoso em termos de espaço, mesmo sem surpreender. A lotação é para cinco, o conforto para quatro. E quem se senta atrás não vai deixar de notar a inclinação do tejadilho, sobretudo no acesso e na saída.

A bagageira não saiu penalizada pelas dimensões mais reduzidas, mantendo os 350 litros de capacidade e um fundo amovível que pode facilitar a arrumação.

A versão que guei foi a GS Line apresentava, como toda a gama faróis LED, volante forrado a couro, coluna de direção ajustável em altura e profundidade, sistema de reconhecimento de sinais de trânsito, e espelhos retrovisores exteriores aquecidos reguláveis eletricamente, alertas de cansaço do condutor, de desvio de trajetória e colisão dianteira iminente com travagem automática de emergência e deteção de peões, programador de velocidade com limitador. Para fazer a diferença, bancos forrados em couro e tecido, sensores de luz e de chuva, faróis de nevoeiro, câmara traseira de ajuda ao estacionamento, consola central dianteira com apoio de braços e duas entradas USB suplementares, rádio Multimedia com navegação e Opel Connect, climatização automática, fecho centralizado, ignição sem chave e jantes em liga de 18 polegadas.

SUV muito personalizado, confortável, bons níveis de qualidade, agradável de guiar e bem comportado na dinâmica, despachado q.b. e honesto nos consumos o novo Mokka mantém a identidade Opel e diz muito sobre o que poderá ser o futuro da marca alemã.

FICHA TÉCNICA

Opel Mokka 1,2 Turbo AT8, 130 cv

Motor: 1 199 cc, três cilindros, injeção direta, turbo, start/stop

Potência: 130 cv/5 500 rpm

Binário máximo: 230 Nm/1 750 rpm

Transmissão: caixa automática de oito velocidades, patilhas no volante

Aceleração 0-100: 9,2 s

Velocidade máxima: 200 km/h

Consumos: 6 – 5,9 litros 100 (WLTP)

Emissões CO2: 137 – 133 g/km (WLTP)

Dimensões: (C/L(A) – 4 151/1 791/1 531 mm

Peso: 1 295 kg (incluindo condutor)

Bagageira: 350/1 105 litros

Preço:  27 600€, versão GS Line; desde 21 100€