Personalizado, empresta jovialidade ao inconfundível rosto de família (Foto Nissan Newsroom)

Mais coupé, o crossover nipónico assenta bem na estrada (Foto Nissan Newsroom)

Defletor traseiro foi redesenhado para um fluxo de ar mais “limpo” (Foto Nissan Newsroom)

Tablier e instrumentação formam conjunto vistoso e de qualidade (Foto Nissan Newsroom)

Imagem sempre jovem e desportiva (Foto Nissan Newsroom)

Indicador do fluxo de energia entre opções do computador de bordo (Foto Nissan Newsroom)

Ecrã tátil de 8 polegadas podia ser mais rico na informação (Foto Nissan Newsroom)

Função e-pedal não foi dispensada e liga-se na consola (Foto Nissan Newsroom)

Modo elétrico pode ser forçado neste interruptor, quando há carga (Foto Nissan Newsroom)

Bancos desportivos podem incluir altifalantes (Foto NIssan Newsroom)

Espaço razoável no banco traseiro, comodidade para dois adultos (Foto Nissan Newsroom)

Bateria reduziu capacidade da bagageira a 354 litros (Foto Nissan Newsroom)

Iluminação original em sistema inteligente full LED (Foto Nissan Newsroom)

Grelha em malha otimiza a eficiência aerodinâmica (Foto Nissan Newsroom)

Traseira ganhou cobertura que suaviza o fluxo de ar sob o automóvel (Foto Nissan Newsroom)

Jantes de 19" derivadas do Aryia, para maior impacto visual e eficiência (Foto Nissan Newsroom)

É exemplo de uma sinergia conseguida: a imagem personalizada do Nissan Juke e a solução original full Hybrid da Renault. Prestações que não surpreendem, verdade, consumos bem interessantes, o que mais preocupa aqueles que aderem aos híbridos puros e não querem, ou não podem ter, um Plug-in. Casamento feliz, este, em que “a boda” custa… 34 200€ com equipamento invejável.

O crossover da Nissan herda o sistema utilizado nos Renault Clio e Captur, dos quais já usa a plataforma, daí bloco 1.6 a gasolina, a debitar 94 cv, e dois motores elétricos, um deles gerador (49+22 cv, respetivamente). Uma bateria de 1.2 kWh, com apenas 37 quilos, e a exclusiva caixa de velocidades multimodo, com seis engrenagens e 15 possibilidades de resposta, a qual, fundamentalmente, passa por duas opções de desmultiplicação, a alta e baixa velocidade, completam o sistema.

A potência cominada é de 143 cv, o binário máximo combinado fica por revelar, e as prestações, aliás como não surpreende nestes híbridos, passam por valores modestas, mas, na verdade, suficientes para quem dispensa um nervo de cariz desportivo: 10,1 segundos de 0 a 100; 166 km/h em velocidade de ponta.

O sistema funciona sem sobressaltos, as mudanças passariam despercebidas não fora o facto de quando circulamos “à boleia” do motor elétrico – e a marca refere a possibilidade de, em cidade, ser assim durante 80% da circulação – o silêncio se impor a bordo com a entrada em funcionamento da propulsão elétrica. Para ajudar, a caixa de velocidades multimodo, que dispensa comandos no volante os as duas posições de resposta no seletor, é de suavidade e linearidade notáveis, fazendo esquecer a sensação de arrasto e até a “música” das CVT.

Um híbrido que cumpre com os objetivos este Nissan Juke que proporciona consumos interessantes, é menos impressivo nas prestações e na versão N-Design oferece um equipamento muito completo num ambiente jovial e desportivo

Na prática, e adotando um ritmo de condução normal, os números de consumo, lidos no computador de bordo são, no mínimo, muito simpáticos (como já acontecia nos Renault): 5,4 litros/100 km de média geral, com alguns quilómetros de autoestrada aos 120 regulamentares; 4,5 em cidade e no percurso suburbano. O melhor que consegui, segundo o computador de bordo foi 4,4! A marca promete 5,2 no ciclo combinado.

Sistema deixa boas impressões

Usei o modo ECO (Standard, por defeito, e Sport são os outros) e quase sempre o e-pedal que a Nissan – e bem! – associa à receita. Não leva à paragem do Juke, reduz a velocidade até aos 5 km/h, mas revela-se muito útil, principalmente em cidade. A regeneração melhora, obviamente, mas este é outro aspeto em que esta solução convence pela capacidade. E isso nota-se no indicador de carga da bateria que nunca se aproximou do mínimo. Convém referir que também o motor dá uma ajuda, alimentando frequentemente o gerador.

Sempre com arranque elétrico, capaz de fazer 5 quilómetros em modo zero emissões e de rodar assim até aos 55 km/h, este Juke deixa-se potenciar facilmente e ensina a importância de dosear o acelerador num híbrido e vamo-nos surpreender com a forma como se torna fácil ver o indicador do esforço do motor na faixa da economia máxima e o velocímetro nos 100 km/h. Impressivo!

Moderno, proporções equilibradas, jovem, desportivo e agora híbrido (Foto Nissan Newsroom)

Impõe-se uma ressalva depois da referência às prestações vulgares. Ora, não se pensa que este Juke é um “pastelão” que se arrasta pela estrada. Nada mais errado, apesar do aumento do peso, revela-se desembaraçado e supera a expetativa na resposta às solicitações do acelerador, mesmo sem o recurso ao modo Sport que lhe permite outra expressão. Ágil, suspensão firme – e sente-se! –, é bem comportado em curva sem deixar, claro, de nos lembrar que, com tração dianteira, tem tendência subviradora. Enfim, despachado q.b. tem uma direção que ajuda ao prazer de condução.

Personalidade e equipamento muito completo

Quanto ao estilo, o Juke ganhou muito na mais recente geração, tornando-se mais consensual. Frente ousada e muito composta, mais coupé, traseira onde as formas angulosas das óticas estabelecem contraste interessante com a forma esculpida do portão, tem influências do Micra, o que não lhe retira personalidade própria.

Em matéria de espaço, o suficiente na dianteira, onde mexemos bem os cotovelos. Atrás, salto considerável na habitabilidade que nem é prejudicada pela inclinação do tejadilho, quando sentados ou nos momentos de entrar e sair. Obviamente, o conforto é para quatro, mesmo que possa sentar-se um quinto passageiro, o qual irá queixar-se da (pouca) sorte de ir ao meio. O túnel também não ajuda.

A bagageira, que permite jogar com um fundo falso, perde capacidade devido à eletrificação e fica reduzida a 354  litros de capacidade, 1 237 com os bancos rebatidos (60×40). O fundo é amovível e o plano de carga elevado. A chapeleira cartonada articula-se com a abertura do portão.

Boa posição de condução, interior jovial e de caraterísticas desportivas, marca pontos na qualidade e no acabamento, neste N-Design. Relevo para a pele virada a forrar a parte superior do tablier, consola e as almofadas das portas, estas com original iluminação em LED. Eleva a nota da qualidade percebida, mesmo contrastando com o plástico na metade inferior.

Em termos de equipamento, a oferta é muito atrativa: faróis inteligentes em LED, controlo de chassis, cruise control e limitador de velocidade, sistema anticolisão frontal, Nissan connect, compatibilidade com Alexa e Google Assist e wi-fi com Android Auto e Apple CarPlay, comandos por voz, chave inteligente, botão start/stop, painel de instrumentos específico com indicação do fluxo de energia, câmara de visão traseira com guias e sensores, rádio DAB com seis colunas, ecrã central de 8 polegadas, sensor de chuva, ar condicionado automático, volante multifunções em pele, travão de parque elétrico, luz ambiente em todo o habitáculo, defletor traseiro, antena shark, jantes de 19 polegadas em corte de diamante.

Um híbrido que cumpre com os objetivos este Nissan Juke que proporciona consumos interessantes, é menos impressivo nas prestações e na versão N-Design oferece um equipamento muito completo num ambiente jovial e desportivo.

FICHA TÉCNICA

Nissan Juke 1.6 Hybrid N-Design
Motor térmico: 1598 cc,  gasolina, injeção dupla, filtro de partículas
Potência: 94 cv/5 600 rpm
Binário máximo: 148 Nm/3 200 rpm
Motor elétrico: síncrono de íman permanente; 49 cv; 205 Nm
Motor gerador: 20 cv/50 Nm
Bateria: Iões de lítio, 1.2 kWh/230 V
Autonomia elétrica: 5 km
Potência combinada: 143cv
Binário combinado: N.D.
Transmissão: caixa automática multimodo (6 engrenagens+15 modos)
Velocidade máxima: 166 km/h
Aceleração 0-100 km/h: 10,1 s
Consumo: ciclo combinado – 5,2 l/100 km (WLTP)
Emissões CO2: 118 g/km (WLTP)
Dimensões: (c/l/a) 4 210/1 827/1 595 mm
Peso: 1 267 kg
Bagageira: 254 litros/1 237
Preço: N-Design, desde 34 200€

*pintura bitom 500*