O Nissan Micra também tem a oferta enriquecida por uma série especial Kiiro, marcada pela cor cinza com elementos amarelos e decoração menos exuberante do que acontece no Juke. E porque o cliente é outro, aqui a exclusividade – limitada a 100 unidades – revela-se mais modesta, afinal de acordo com o motor menos musculado: 92 cv. A diferença favorece o preço: 21 255€.
Ultrapassado pelo sucesso do Qashqai e pela irreverência do Juke, o Micra é um daqueles citadinos, espécie cada vez mais rara, que nos parecem injustiçados pelo mercado. Bandeira da Nisssan pelo primeiro título de carro do Ano para um automóvel japonês (1993!), o Micra tem feito carreira exemplar e agora na quinta geração revela uma maturidade invejável.
Sempre reconhecido como bem feito, nem sempre consensual no estilo, atualmente apresenta um estilo único, no qual não custa encontrar atrevimento e originalidade. O rosto de família é exibido com orgulho, muito personalizado pelas grandes óticas rasgados, mas a traseira de ombros largos, com as luzes a parecerem sobredimensionadas, a custódia bem elaborada do pilar C, para receber os fechos das portas altos, fazem-nos parar para olhar e descobrir, enfim, aquele vinco curvilíneo desenhado com talento abaixo da alta linha de cintura que lhe apura a silhueta de falso coupé.
A versão Kiiro, neste caso, limita-se, além da cor e dos pormenores em amarelo, a uma colagem do logótipo na custódia, faróis de nevoeiro dianteiros e jantes em liga, negras, de 17 polegadas que lhe ficam bem – parece a dimensão exata.
Uma série limitada feita de compromisso a pensar no melhor preço, é isso o Nissan Micra Kiiro. Distingue-se pela cor cinzenta com pormenores distintivos a amarelo. Marca pontos pela agilidade e dinâmica e deixa clara, antes do mais, a sua aptidão de citadino
No interior, a qualidade de construção habitual acaba por dar o tom ao conjunto. Os plásticos, muitos, claro, estão acima da média e apresentam um tratamento rugoso nos pontos mais sensíveis que lhes retira frieza.
Qualidade aprimorada mas sempre simplicidade
A nota de diferença é dada pela zona almofadada e coberta a pele sintética beije, no centro do tablier, um contraste discreto. O ecrã central está incrustado e o ar condicionado, não automático, tem comandos autónomos, na linha da consola, pequena. Não há apoio de braços central nem o espaço aumenta por isso.
A instrumentação, como no Juke, é analógica, o grafismo moderno, e o computador de bordo digital. O ecrã central de sete polegadas tem compatibilidade com o Android Auto e o Apple CarPlay, permite o seu espelhamento, o que pode minimizar o facto de as funções disponíveis serem limitadas de acordo com o nível de entrada – Acenta. O Smartphone resolve o que falta…
Em termos de espaço, condutor e passageiro desfrutam da habitabilidade própria de um automóvel do segmento. Atrás, o espaço para as pernas é razoável e o facto de só haver dois encostos de cabeça é esclarecedor. A linha ascendente da superfície vidrada rouba luminosidade ao interior e os vidros de abertura manual custam a aceitar,
No que respeita à bagageira, vulgar, vai dos 300 aos 1 004 litros, com os bancos rebatidos (60X40), o plano de carga é alto e o desnível para o fundo grande, o que ajuda pouco, sobretudo quando se trata de descarregar a bagagem.
Ambições limitadas na motorização
Motorizado pelo conhecido três cilindros de 999 cc, debita neste caso 92 cv e o binário de 160 Nm. Por isso, ainda que beneficiando dos 1 135 quilos de peso, prestações vulgares e a dizerem muito do que pode esperar-se deste Micra: 10,9 segundos de 0 a 100 e 184 km/h.
Tem uma caixa de cinco velocidades manual que não privilegia muito o “nervo” e à qual é preciso recorrer com frequência, sobretudo se houver quatro adulto a bordo e a estrada empinar com frequência. A baixa rotação revela pouca alma e as recuperações ficam-se pela vulgaridade.
Também no que respeita a consumos não impressiona sobremaneira, mas, atenção, números com quatro adultos a bordo e ar condicionado sempre ligado. O computador de bordo indicou como melhor resultado uma média de 6,2, razoável, mas, na autoestrada, os valores subiram para 7,4 com o cruise-control a 120 km/h. Verdade que a A8 não ajuda…
A nota mais impressiva vai para a agilidade e o comportamento em curva, muito são. Verdade que a suspensão revela alguma secura que pode até sentir-se no conforto do rolamento, mas o Micra é muito assertivo na resposta à direção e inspira confiança. Os travões são o q.b. para um automóvel que deixa clara a sua vertente de citadino, situação em que até os consumos correspondem mais à expetativa.
Em termos de equipamento, até por ter na base a versão de entrada, este Micra Kiiro não surpreende ao nível de uma edição especial, de todo o modo oferece: estofos em tecido, controlo inteligente de chassis (carroçaria e trajetória), sistema anticolisão frontal, sensores de chuva e luz, cruise control e limitador de velocidade, volante multifunções em pele (achatado) regulável em altura e profundidade, ar condicionado manual, compatibilidade Android Auto e Apple CarPlay com ecrã de 7”, rádio digital com quatro altifalantes, faróis diurnos em LED e luzes de nevoeiro, vidros traseiros escurecidos, spoiler traseiro jantes em liga com 17 polegadas.
Uma série limitada feita de compromisso a pensar no melhor preço, é isso o Nissan Micra Kiiro. Distingue-se pela cor cinzenta com pormenores distintivos a amarelo. Marca pontos pela agilidade e dinâmica e deixa clara, antes do mais, a sua aptidão de citadino.
FICHA TÉCNICA
Nissan Micra 1.0 IG-T Kiiro
Motor: 999 cc, três cilindros, injeção direta, turbo, intercooler
Potência: 92 cv/5 000 rpm
Binário máximo: 160 Nm/2 750 rpm
Transmissão: caixa manual de cinco velocidades
Aceleração 0-100 km/h: 10,9 s
Velocidade máxima: 184 km/h
Consumo: média – 5,7 l/100 km
Emissões CO2: 130 g/km
Peso: 1 135 kg
Dimensões: c/l/a – 3,999/1,743/1,455 –
Mala: 300/1 004 litros
Preço: 21 255€, versão ensaiada