Frente renovada combina elegância e agressividade (Foto DS/Stellantis)

Silhueta apurada, proporções equilibradas e bom pisar (Foto DS/Stellantis)

Traseira também com novas luzes e portão retocado (Foto DS/Stellantis)

Refinamento e qualidade de materiais marcam interior (Foto DS/Stellantis)

Consola cencentra comandos, até dos vidros, e mantém um prático seletor (Foto DS/Stellantis)

Canelado e ponto pérola no acabamento de tablier e forro das portas (Foto DS/Stellantis)

Mantém-se o emblemático relógio rotativo BRM (Foto DS/Stellantis)

ancos bracelete com função de massagem no Opera (Foto DS/Stellantis)

Solução original, com efeito de véu, para as luzes diurnas (Foto DS/Stellantis)

DS Automobiles para acabar a designação Crosssback (Foto DS/Stellantis)

Num posto de 32 A a 7,4 kwh bastam duas horas e pouco para o carregamento (Foto DS/Stellantis)

É um facelift bem sucedido e até sai reforçada a imagem estatutária do DS 7, incluindo a tão desejada sensação premium. Guiei agora o Plug-in de 300 cv e, claro, com tração integral, para confirmar a qualidade de um SUV ao qual só pode apontar-se um defeito: o preço – 70 465€.

Uma assinatura luminosa ainda mais tecnológica e ousada em que as originais luzes diurnas, outra grelha hexagonal, malha negra pontilhada pelos imprescindíveis losangos cromados, mais alguns retoques conferem ao rosto do DS 7 caráter e personalidade que o distinguem.

É esta a grande diferença na imagem, mas também as luzes traseiras full LED com o efeito de escama criado sora a junção de losangos numa traseira retocada contribuem para a mudança de um automóvel que perde a designação Crossback e exibe no portão a identidade, simples e poderosa: DS Automobiles.

Esta versão também foi alvo de refinamento interior, o que já era difícil, mas, igualmente, saiu bem. Na minha opinião, com um estilo mais europeu. O luxo dos bancos “bracelete”, canelado elegante no extremo do tablier e nas portas, tudo forrado ao que chamam couro nappa, pespontado em ponto pérola, a conhecida consola que mantém o seletor tipo alavanca, em vez do menos prático cursor e, claro, o emblemático relógio retangular BRM rotativo. A fechar os dois ecrãs de 12,3“ para a instrumentação e 12” para o monitor multimédia, agora com tecnologia DS Iris.

Tração integral, 300 cv, Plug-in, este DS 7 junta ao conforto habitual as qualidades de um grande estradista, mais desembaraçado e ágil do que seria de esperar de um SUV com 4,60 metros. Autonomia elétrica pouco impressiva, consumos aceitáveis enquanto híbrido. Só o preço destoa…

Tudo isto continua a viver-se num habitáculo com espaço de sobra para se experimentar aquele conforto muito francês que, neste DS 7, até pode passar por bancos traseiros reclináveis. E como nem há túnel, melhor ainda, mesmo que a consola com as condutas do ar condicionado bizona para trás seja intrusiva e complique a vida a quem se senta ao meio – sem surpresa. O lugar central, aliás, integra o apoio de braços com porta copos, claro, e torna também menos apetecível viajar ao meio atrás… O acesso implica vencer um “degrau”, como em todos os modelos do género, e pode ser menos simples para os mais velhos.

Assinatura luminosa inconfundível e em trabalhada (Foto DS/Stellantis)

O banco traseiro é rebatível através de teclas nas paredes de uma grande bagageira que vai dos 555 aos 1752 litros e permite quele versatilidade própria dos SUV, no caso, até a chapeleira pode ficar sob o fundo (com altura regulável) que esconde a roda sobressalente. Grande – e elegante – portão traseiro (no caso motorizado) e um plano de carga normal ajudam a valorizar a oferta.

Potência de sobra num grande estradista

Esta versão de 300 cv, potência que chega e sobra (ainda há a versão de 360cv) combina um térmico 1.6 turbo com 200 cv e dois motores elétricos, um em cada eixo, 110 cv à frente e 113 cv atrás, solução que garante a tração integral e o binário combinado de 520 Nm. A bateria de iões de lítio tem 14,2 kWh de capacidade.

Antes de ir ao comportamento, importa lembrar que o carro pesa 1 908 quilos, o que não impede prestações de respeito: 6,1 segundos de 0 a 100 e 235 km/h em velocidade de ponta (135 km/h em modo elétrico).

O DS 7, modo Sport ligado, não tem problemas em lidar com tudo isso e mostrar a importância do seu binário. A suspensão mostra-se mais firme do que é habitual num DS, sobretudo numa escolha que o deixa mostrar capacidade e desembaraço, e chega a surpreender a resistência às transferências de massa num SUV de altura razoável.

Mas a praia do DS 7 é outra, a estrada, onde se revela um rolador de primeira água, capaz de abordar velozmente as grandes curvas em apoio e sem que alguém a bordo se queixe do conforto. E tudo isto com um grande prazer de condução, para o qual contribui um sistema híbrido eficaz e uma caixa automática de oito velocidades, com patilhas no volante, que gere tudo com eficiência e sem hesitações ou sobressaltos.

A importância de carregar todos os dias

Ora bem, convém lembrar que é um plug-in e, falando de autonomia elétrica, consegui entrar na casa dos 40 quilómetros, obviamente sem exageros, tratando o acelerador com cuidado e aproveitando a regeneração quando possível. A DS fala de 63 km em modo misto, mas parece-me de mais, em condições normais, mesmo apenas em cidade.

Bateria a zeros, quatro pessoas a bordo, os primeiros 100 quilómetros valeram um consumo de 5,4 litros. Ao fim de 160, o computador de bordo registava 5,7. Em autoestrada, 120 “cravados” no cruise-control 7,2 litros/100 km. O acumulado para 5 600 km indicava 8 litros redondos.

Os números são interessantes, mas é preciso não esquecer que o Plug-in só faz sentido se carregado todos os dias. E nem é preciso muito tempo: bastam cerca de duas horas num posto de 32 A a 7,4kW.

Em termos de equipamento, uma oferta considerável ba versão Opera. A saber, entre outros: travagem de emergência até 140 km/h, leitura de sinais, deteção de ângulo morto, sistema de manutenção na faixa de rodagem, volante multifunções em couro integral, cruise-control inteligente com stop&go, iluminação pixel LED, navegação, câmara traseira, relógio rotativo BRM, ar condicionado trizona, recarga sem fios para smartphone,  vidros acústicos, bancos elétricos atrás e à frente, estes aquecidos e com função de massagem, iluminação ambiente variável em LED, tejadilho panorâmico, portão motorizado, barras no tejadilho, jantes em liga de 19 polegadas.

Tração integral, 300 cv, Plug-in, este DS 7 junta ao conforto habitual as qualidades de um grande estradista mais desembaraçado e ágil do que seria de esperar de um SUV com 4,60 metros. Autonomia elétrica pouco impressiva, consumos aceitáveis enquanto híbrido. Só o preço destoa…

FICHA TÉCNICA

DS 7 E-Tense 4×4 300cv Opera

Motor: 1598 cc, injeção direta, turbo, intercooler,

Potência: 200 cv/6 000 rpm

Binário máximo: 300 Nm/3 000 rpm

Motores elétricos: dianteiro, 110 cv/320 Nm; traseiro, 113 cv/166 Nm

Potência combinada: 300 cv

Binário combinado: 520 Nm

Transmissão: integral, caixa automática de oito velocidades, patilhas no volante

Aceleração 0 –100 km/h: 6,1 s

Velocidade máxima: 235 km/h (135 km/h em modo elétrico)

Autonomia elétrica: 63/81 km

Consumo: média –1,2 l/100 km

Emissões CO2: 27 g/km

Dimensões: c/l/a – 4,593/1,891/1,625 m

Peso: 1 908 kg

Bagageira: 555/1 752 litros

Preço: 70 465€