Chega em Setembro e vai custar, no mínimo, 21 777 euros o novo Ford Focus. Como de costume, versões de cinco portas e carrinha, antes do lançamento do Active, o crossover da gama prometido para o início de 2019. As primeiras impressões ao volante foram as melhores. O best-seller da marca americana é mesmo um produto conseguido. Promete!
Um chassis notável, qualidade percebida em alta, uma família de motores de três cilindros muito interessante a juntar aos conhecidos diesel Ecoblue e tudo isto “vestido” com fato de corte conhecido, mas também com as diferenças suficientes para o reconhecimento da novidade. No fundo, modernidade e sobriedade muito bem combinadas num automóvel que poucos não considerarão, no mínimo, vistoso. A rematar, um interior bem diferente, que nos transporta para uma nova imagem da Ford, pelo design, primeiro, pela simplificação no plano prático, depois, na linha do que começa a ser comum: menos botões, ecrã tátil e volante multifunções cada vez mais presentes ao serviço dos comandos… Tudo isto marcado por uma construção em que custa não reparar e eleva a fasquia da qualidade percebida. Bom trabalho, mesmo que nem tudo seja muito intuitivo!
Um carro agradável de guiar, marcante pela capacidade do chassis e com uma série de motores interessantes, especialmente os tricilíndricos Ecoboost a gasolina, a merecer atenção daqueles que começam a pensar em “despedir-se” dos diesel
Neste capítulo, uma novidade, o Ford Pass Connect que traz a Internet para bordo do novo Focus e, com ela, todo um mundo de serviços e utilidades, além de uma App, através da qual, por exemplo, se tem acesso, em casa, ao nível de combustível no depósito, e podem fazer-se uma série de programações, designadamente na programação de viagens.
Quanto a espaço, uma oferta ao nível da média do segmento, com habitabilidade razoável na traseira e melhor acesso e outro conforto na carrinha – cresceu 10,8 cm no comprimento e é mais alta 4,3 cm –, dada a maior altura da porta em função da curvatura do tejadilho. A capacidade de carga e a modularidade interior não penalizam o Focus, mesmo que não o levem ao galarim do segmento. O cinco portas ganha 12 litros na capacidade e a carrinha 118! O ambiente a bordo é agradável
Quatro motores e estreia do Ecoboost de 150 cv
Este sugestivo “embrulho” vai ser servido com quatro motorizações e destaque para os três cilíndricos Ecoboost a gasolina, proposta em que ao premiado 1.0 de 100 cv se junta agora um bloco 1.5 de 150 cv. Um e outro dispõem da tecnologia de desativação de um cilindro, solução que procura a melhoria dos consumos, que ficam em plano razoável.
A opção diesel continua a assentar nos 1.5 e 2.0 TDCI EcoBlue, quatro cilindros de 120 cv e 150 cv respetivamente, os quais, a exemplo das motorizações a gasolina têm acoplada uma com caixa manual de seis velocidades ou, em opção, a nova transmissão automática de oito relações. Todos têm função start/stop.
Jantes e grelhas ajudam a distinguir os quatro níveis de equipamento, Trend, ST Line, Titaniun e Vignale que rematam a oferta, muito enriquecida neste domínio e a contemplar, designadamente, o nível 2 da condução autónoma, quando se dispõe de caixa manual e do cruise-control activo com função stop&go. Nada que surpreenda, mas nova prova de democratização de uma tecnologia cada vez mais presente.
Todos contam com um pacote de segurança que integra a assistência à manutenção na faixa, limitador de velocidade inteligente, travão de mão elétrico, assistência à pré-colisão (travagem ativa, deteção de peões e ciclistas), travagem pós colisão, assistência ao arranque em subida e sistema de deflação dos pneus. Transversal a toda a gama ainda o sistema de navegação, ecrã tátil de 8 polegadas (Android e Apple Car Play), retrovisor interior eletrocromático, retrovisores elétricos recolhíveis, luzes diurnas em LED, sensores de estacionamento à frente e atrás e sensor de luz. Uma proposta, no mínimo, tentadora.
Acima da versão base são também de série o botão Ford Power (ignição), ar condicionado automático, cruise control e faróis de nevoeiro e, depois, os argumentos da diferença, muitos e com expressão de relevo no Vignale, sempre muito mais caro. É o único que, por exemplo, inclui o head-up-display laminar e este já preparado para não penalizar quem usa óculos polarizados.
Experiência agradável ao volante
Na apresentação, feita em estradas da Riviera francesa, guiei o novo Ecoboost de 150 cv e o diesel. Um e outro revelaram um chassis de afinação sem mácula, competente em curva e capaz de um nível de conforto convincente, no respeito daquela filosofia de firmeza alemã.
Ambos estavam equipados com a nova caixa automática de oito velocidades, comandada por um seletor circular, que é, para mim, solução mais elegante do que prática, complementada com as patilhas no volante. A diferença na utilização nos modos Eco e Sport é sensível, mais ainda no motor a gasolina, senhor de interessante vivacidade. De todo o modo, registo para a suavidade nas passagens.
Em termos de economia, o modo Eco e uma condução normal em estrada e via-rápida permitem resultado interessante: consegui 7,2 litros aos 100, mas em exigente estrada de montanha, serpentear constante, e usando as patilhas no volante o valor marcado no computador disparou para 13,7!
O diesel, que começa por destacar-se pela excelente insonorização (ouve-se menos do que o “silvo” do três cilindros no 1.5!), é agradável de guiar, despachado q.b. e permite, com facilidade, consumos de 6,2 num percurso de estrada e autoestrada, aqui aos regulamentares 130 km/h dos franceses. Num percurso suburbano, com filas e muitos camiões, até baixou para 5,6 litros aos 100!
Num balanço, um carro agradável de guiar, marcante pela capacidade do chassis e com uma série de motores interessantes, especialmente os tricilíndricos Ecoboost a gasolina, a merecer atenção daqueles que começam a pensar em “despedir-se” dos diesel.
Gama e preços
Disponível a partir de Setembro, o novo Focus custa no mínimo 21 771 euros, na versão 1.0 Ecoboost com acabamento Trend, uma escolha essencialmente para o mercado de frotas, que no mesmo nível dispõe do ainda apetecido diesel por 26 800 euros.
O nível Titanium tem preços, respetivamente, de 23 989, no caso para o Ecoboost de 125 cv, e 27 943, enquanto o ST Line, para a mesma oferta, custa 24 143 ou 29 486 euros.
Topo de gama, o Vignale é o único a incluir o novo 1.5 de 150 cv, que custa 32 142 euros. 0 1.0 de 125 cv fica por 27 319 e os diesel por 31 396 (1.5/150 cv) ou 38 m026 (2.0/150 cv).
A caixa automática está disponível por cerca de três mil euros e o diferencial de preço para a carrinha será da ordem dos 750 euros em toda a gama.
Para o princípio do ano, fica prometido o Active, uma versão crossover com sugestiva “maquilhagem”, a qual será proposta também na versão carrinha. Ainda em 2019 a Ford promete uma motorização híbrida, sobre a qual, no entanto, nada adiantou ainda.
Mais informações em Novo Focus traz vedeta.