Parece outro o Grandland, com a dianteira dominada pela solução Vizor, novo rosto da Opel. Ganhou caráter e presença e até a postura dá ideia de ser mais afirmativa. Um facelift muito conseguido, acompanhado pelo imprescindível passo do aumento da digitalização no interior, a criar ambiente bem diferente a bordo. O resto vem com a oferta de mais tecnologia, cereja no topo de um bolo bem feito.
Ora, como aquilo que os olhos veem continua a contar muito num automóvel, registe-se que o Grandland, o qual pode apresentar a sempre vistosa pintura bitom, além da dianteira muito personalizada, imagem estreada no Mokka, tem estampada a designação e o logótipo da Opel no portão traseiro, numa prova de afirmação cada vez com mais adeptos. Além disso, pára-choques e painéis laterais são pintados na cor da carroçaria; as proteções inferiores passam a ser em preto brilhante e prateado. O resultado, para mim, é o melhor. Um crossover meio amorfo torna-se num SUV capaz de ser mais notado.
No interior, chega aquilo que claramente faltava: a digitalização, aplicada através do chamado Pure Panel, combinação de dois monitores integrados numa unidade única, painel de instrumentos e ecrã central tátil (este pode chegar às 10”) orientado para o condutor. E como os bancos mantém aquele nível de qualidade e ergonomia que a Opel há muito certifica (o grupo Stellantis já beneficia disso), temos uma excelente posição de condução num ambiente que o Grandland merecia.
O Opel Grandland é um SUV transfigurado na imagem e que parece capaz, com a oferta completa de motorizações PHEV e a combustão de conseguir melhores resultados comerciais no mercado nacional
Nova geração dos faróis adaptativos IntelliLuz LED Pixel (com 168 elementos!), Night Vision, assistência integrada à condução em autoestrada com stop&go enriquecem o pacote tecnológico que ainda integra detetor de ângulo morto, travagem automática de emergência, alerta de saída de faixa, reconhecimento de sinais de trânsito, câmara de 360 graus, programador de velocidade, navegação, conectividade Apple Car Play e Android, carregamento sem fios para telemóvel entre o mais que já se tornou comum. Isto, claro, de acordo com os quatro níveis de equipamento: Business, GS Line, Elegance e Ultimate.
Cinco motorizações e atenção ao Hybrid4
Em termos de motorizações, cinco: 1.2 Turbo (130 cv) a gasolina, com caixa manual de seis relações ou transmissão automática de oito velocidades: 1.5 Turbo D (130 cv), só automático; Hybrid (225 cv) e Hybrid Ford (300 cv), obviamente automáticos.
Optei por experimentar o Hybrid4 (a família GrandLand Hybrid é a mais vendida do segmento na Alemanha!), o conhecido Plug-in com curiosidade apontada para o desempenho do modo hibrido, já que o percurso era um misto de autoestrada e vias secundárias. Respeitando os 120 na autoestrada e depois andamento normal, com duas pessoas a bordo, o computador de bordo assinalou 3,8 L/100. Havia ainda sete por cento de carga na bateria que deram para mais oito quilómetros e mantiveram o consumo. No regresso, em autoestrada, os números foram menos animadores com o peso a fazer-se sentir: 8,2. Vou ter de confirmar, pois consegui muito menos com o “antigo” – 6,8 e nada justifica a diferença
Este Hybrid4 combina o quatro cilindros 1.6 de 200 cv, com um motor elétrico dianteiro (110 cv) acoplado à caixa automática de oito velocidades e um motor traseiro (113 cv) integrado no eixo com diferencial, o que permite obter a tração integral. A bateria de iões de lítio tem 13,2 kWh de capacidade.
Quatro modos de condução e boas prestações
Neste caso, há quatro modos de condução, Electric, Hybrid, AWD e Sport. O modo Hybrid seleciona automaticamente a opção mais adequada a cada momento. O binário de 520 Nm faz-se sentir e é ajuda fundamental sempre que se torna uma ultrapassagem mais rápida. As prestações estão ao nível da oferta: 6,1 segundos de 0 a 100; 235 km/h em velocidade (135 km/h em modo elétrico, limitada eletronicamente.
A Opel promete uma autonomia elétrica entre os 65 e os 55 km e o tempo de carga depende do carregador embarcado. Com uma wallbox de 7,4 kW de potência, bastam cerca de duas horas.
A condução continua a ser agradável e o comportamento dispensa críticas, sendo natural que possa sentir-se de modo ligeiro, sublinhe-se, a altura da carroçaria se houver muita exigência em curva. A eficácia desta plataforma multienergias (a bateria está instalada sob o banco traseiro para otimizar o espaço no habitáculo e na bagageira) que vem dos tempos da integração na PSA e tem afinação Opel, está fora de causa.
Quanto a habitabilidade, uma proposta que não desmerece: desafogo à frente, conforto atrás, bom espaço para as pernas, num banco ligeiramente elevado, que não regula a inclinação do recosto. O túnel é baixo, a consola pouco intrusiva: há pior para sentar o quinto passageiro.
No que respeita à capacidade de carga, boa mala mesmo que a bateria deixe “marcas” (490 a 1598 litros; nos modelos a combustão é de 514/1652) e a modularidade (o piso de carga pode chegar aos 1 676 metros úteis) que lhe permite simplificar as coisas quando se trata de transportar a bagagem ou resolver outros problemas de carga
O renovado Grandland, Classe 1 com Via Verde, tem preços desde os 32 395€ (1.2 Turbo Business) e 38 365€ (1.5 D GS Line), aos 48 385€ (Hybrid Elegance) e 57 468€ (Hybrid4 Ultimate).
O Opel Grandland é um SUV transfigurado na imagem e que parece capaz, com a oferta completa de motorizações PHEV e a combustão de conseguir melhores resultados comerciais no mercado nacional.