Barra Vizor no lugar da grelha é originalidade (Foto Opel Newsroom)

Traseira sustenta imagem de robustez (Foto Opel Newsroom)

Pintura bitom acentua equilíbrio das proporções (Foto Opel Newsroom)

Informação digitalizada em dois painéis (Foto Opel Newsroom)

Ecrã central pode exibir o funcionamento do sistema (Foto Opel Newsroom)

Modos de condução na consola, ao lado do novo seletor de marcha (Foto Opel Newsroom)

Comandos físicos para ar condicionado e carregador Wireless no Ultimate (Foto Opel Newsroom)

Estão disponíveis jantes em liga que vão das 16 às 18 polegadas (Foto Opel Newsroom)

Tomada de carregamento atrás do lado do condutor (Foto Opel Newsroom)

Radiografia partilhada com Peugeot e-2008 e DS3 Crossback E-Tense (Foto Opel Newsroom)

Uma combinação bem ajustada aquela que a Opel consegue com a versão elétrica do Mokka. Ao estilo inovador junta-se um cocktail técnico que garante a diferença dos genes alemães. Os 136 cv da bateria de 50 kWh são o bastante e os consumos estão na linha das promessas em matéria de autonomia. Um automóvel que deixa boa impressão e é competitivo no preço: a partir de €36 405.

Falar de elétricos traz, como é óbvio, consumos e autonomia para primeiro plano. E já se sabe não ser em estrada e num andamento com alguma vivacidade que eles mais brilham. Ainda assim, fiz com normalidade, fora da cidade, consumos entre os 14,2 e os 14,6 kWh, valores que garantiriam uma autonomia das ordem dos 350 quilómetros, mais€ do que os 314/324 prometidos, se levasse a bateria à “exaustão”, princípio inadmissível por razões óbvias.

elétrico que supera a imagem  do SUV original, este Opel Mokka-e. Mantém os genes alemães, combina a eficácia da suspensão com o conforto adequado e tem consumos e prestações que não traem as expetativas. Generoso  no espaço, penalizado na mala, podia caprichar um pouco mais na qualidade. Preço competitivo

O andamento foi no mínimo vivo, ultrapassei mais do que fui ultrapassado e também suportei alguns “cortejos” de fim de semana, pelo que me pareceu razoável o resultado, para o qual não dispensei o modo de regeneração máxima, aquele B na caixa no seletor da caixa de velocidade única, que reforça a desaceleração, neste caso sem nunca nos dispensar de recorrer ao pedal do travão…

Quando me predispus a apurar quanto valia uma “condução correta”, aproveitando as oportunidades para recuperar energia, agradou-me a forma como aumentava a autonomia e concluí que não é só marketing a informação de que a Fórmula E ensinou muito a estes franceses que compraram a Opel (a motorização e a plataforma são as mesmas dos Peugeot e-2008 e DS3 Crossback E-Tense) e tornaram-se ainda mais globais com o nascimento da Stellantis.

A noite e o dia num percurso de autoestrada

De todo o modo, em autoestrada, bem sei que num percurso marcado por grandes subidas e sem a devida contrapartida com o cruise-control nos 120 km/h regulamentares é verdade que o computador de bordo marcou 20,8 kWh. No percurso inverso, foi a noite e o dia… também sempre com o cruise-control ligado mas aproveitando a inversão das subidas que tanto tinham penalizado. Resultado: 14,2 kWh!

Fazendo as contas, teria conseguido percorrer 274 quilómetros, segundo o computador de bordo! O mesmo dispositivo que registava a média redonda de 16 khw para 1084 quilómetros, seguramente numa utilização bem mais variada o que se traduziria em 312,5 quilómetros de autonomia, muito perto do mínimo anunciado. Positivo!

O Mokka-e  junta ao modo de reforço da regeneração, as opções Eco, aquele que mais utilizei nesta experiência, o qual limita a potência a 82 cv e o binário a 180 Nm; Normal (100 cv/200 Nm) e o mais geniquento modo Sport (136cv/220 Nm), acompanhado da capacidade para acelerar de 0 a 100 em 9,1 segundos, atingir os 150 km/h e… ver a carga a “fugir” mais depressa.

A diferença dos genes alemães

Por muito igual que seja aos “primos” franceses, o elétrico da marca de de Russelsheim, continua a beneficiar de tratamento diferente e os alemães mantêm uma filosofia muito especial nas afinações de suspensão, mais seca e firme, garantindo sempre razoável nível de conforto, no caso porque resiste muito bem às transferências de massas e o balanceamento da carroçaria passa quase despercebido. É um SUV que curva com assertividade e nem deixa que o peso (são mais 323 kg do que a versão térmica e também centro de gravidade mais baixo) seja obstáculo a uma desenvoltura muito simpática, “abrilhantada” pelo binário instantâneo. Bem mandado, ágil, direção na medida certa, travões pouco progressivos, chega a ser divertido.

De resto é o que se sabe, a original dianteira com a solução batizada Vizor (a barra que substitui a grelha e integra os faróis em LED), a pautar um estilo inovador, jovem e de propensão desportiva, solução vistosa também pela pintura bitom que acentua a imagem personalizada e original.

Perfil musculado através de formas fluidas, tem uma traseira muito limpa e que parece o remate certo para marcar a ideia de automóvel particularmente robusto. Para isso, contribuem as rodas bem puxadas aos extremos a sugerir o pisar afirmativo que confirmamos ao volante.

Um ambiente jovem e diferente

No interior, a diferença vem do chamado Pure Painel, a digitalização do painel de instrumentos através de dois ecrãs que podem chegar às 22 polegadas (12”+10”), nas versões mais equipadas, como a Ultimate que conduzi. O efeito é marcante e foi muito bem “encaixado” num ambiente geral de modernidade, conseguida com um design em que o rigor alemão se refresca sem perder aquela sobriedade muito própria. Como seria de esperar, botões e interruptores foram reduzidos ao mínimo, salvaguardando o lado prático com os comandos físicos para o ar condicionado. O nível de qualidade percebida é assinalável, mesmo com a profusão de plásticos que, nalguns casos podiam ser mais sedosos e dúcteis.

Em termos de habitabilidade, lotação para cinco, conforto para quatro. E quem se senta atrás não vai deixar de notar a inclinação do tejadilho, sobretudo no acesso e na saída.

A bagageira é penalizada pela bateria e perde 40 litros, oferecendo uma capacidade que vai dos 310 aos 1060 litros.

Wallbox fundamental no carregamento

Quanto ao carregamento da bateria, 5,15 horas numa wallbox (11kW); a carga rápida para 80% da capacidade num posto de 100 kW anda pela meia-hora.

O equipamento contempla as luzes LED Matrix,  travagem de emergência, ar condicionado automático, travão de parque elétrico, botão de ignição, sistema de infoentretenimento com navegação e Bluetooth, carregador wireless, câmara de marcha atrás com guias e visão de 180 graus.

Elétrico que supera a imagem do SUV original, este Opel Mokka-e. Mantém os genes alemães, combina a eficácia da suspensão com o conforto adequado e tem consumos e prestações que não traem as expetativas. Generoso no espaço, penalizado na mala, podia caprichar um pouco mais na qualidade. Preço competitivo.

FICHA TÉCNICA

Opel Mokka-e Ultimate

Motor: imã permanente, síncrono

Potência: 136 cv

Binário máximo: 260 Nm

Transmissão: velocidade única

Aceleração 0-100: 9,1 s

Velocidade máxima: 150 Km/h (limitados)

Bateria: 50 kw/h, iões de lítio

Consumo: 18 – 17,4 kW/h

Emissões CO2: 0

Autonomia: 313-324 km (WLTP)

Tempo de carga: 5,15 horas com wallbox (CA trifásico) a 11 kW

Dimensões: (c/l/a) – 4151/1791/1532 mm

Peso: 1598 kg (incluindo condutor)

Bagageira: 310/1060 litros

Preço:  42 405€, versão Ultimate; desde 36 405€