Rosto inconfundível para um automóvel original (Foto Peugeot)

Silhueta fastback e um pouco de tudo, da carrinha à berlina (Foto Peugeot)

Para-choques proeminentes numa traseira de preocupações aerodinâmicas (Foto Peugeot)

Estilo único e conhecido, com marca de qualidade (Foto Peugeot)

Painel de instrumentos adota a imagem 3D (Foto Peugeot)

Modos de condução indicados no painel escolhem-se na consola (Foto Peugeot)

Botões digitais e atalhos físicos sob o ecrã central (Foto Peugeot)

Seletor de marcha através de cursor na consola (Foto Peugeot)

Bancos em pele, alcantara e tecido com bom apoio e função de massagem (Foto Peugeot)

Acesso menos fácil, muito espaço para as pernas (Foto Peugeot)

Bagageira com 407 litros carrega facilmente quatro trolleys (Foto Peugeot)

Grelha na cor da carroçaria, distingue os plug-in (Foto Peugeot)

Traseira aproveita a solução fastback para ganhar grande portão (Foto Peugeot)

Luzes traseiras, com as garras em 3D, encaixam sob o defletor (Foto Peugeot)

Emblema do leão encaixado também no portão (Foto Peugeot)

Imponentes jantes de 20 polegadas surpreendem pelo estilo (Foto Peugeot)

Não faltam as luzes de boas-vindas (Foto Peugeot)

No caminho da Stellantis há uma nova interpretação estética do automóvel. E, depois do Citroën C5-X, chegou a vez de a Peugeot lançar o 408, também ele um crossover com um toque de tudo: berlina, carrinha e SUV, numa solução original para um fastback. A combinação resulta e vê-lo é menos complicado… Guiei a versão Plug-in topo de gama de 225 cv e com um objetivo – carregar todos os dias.

Recorrendo à base do 308 e apresentando-se como um automóvel do segmento C, o 408 parece mais do que isso. O aumento de 5,5 cm na distância entre eixos (2,787 m) e os 5,1 cm a mais no comprimento (4,69 m), aplicados num estilo longilíneo e de silhueta baixa (1,48 m) a lembrar a ideia do coupé de quatro portas sugerem-nos produto mais acima na escala.

Muito moderno, linhas pouco arredondadas, formas mesmo vincadas o 408 é um automóvel com boa presença. Frente marcada pela grelha distendida na cor da carroçaria e encaixada nas familiares luzes de presença inclinadas, ausência de para-choques; estes proeminentes na traseira do fastback construído por uma natural linha descendente do tejadilho que, com dois defletores nos extremos, “desfaz-se” no longo vidro inclinado (falta um limpa vidros…) assente sobre o outro aileron que vinca a tampa da mala. Depois é o perfil simples, pouco esculpido, a proteção plástica a toda a volta e umas imponentes jantes de 20 polegadas com um design “disruptivo”, diz a Peugeot, controverso, digo eu. Diria mesmo o aspeto mais controverso do 408.

Para quem pretende um familiar Plug-in e ir além da autonomia elétrica, o original Peugeot 408 assegura consumos razoáveis na estrada, além do conforto e espaço esperados e até uma bagageira simpática se for  em viagem. Agradável de conduzir, dinâmica eficaz e preço de topo de gama, 50700€, para quem comprar a versão GT

Herdeiro do 308, não espanta que o interior nos seja familiar com aquele estilo único do painel digital 3D e o pequeno volante quadralizado que obrigam a posição de condução especial para ler a instrumentação sem dificuldades. Eu gosto e como não deixaram de vender-se Peugeot, pelo contrário, daí haver, com certeza, muita gente a considerar boa a solução. O resto é um nível de qualidade percebida a dispensar reparos. Desde os plásticos à pele sintética pespontada e às incrustações aluminizadas que pontificam no GT que conduzi.

Bem agarrado ao solo, moderno e vistoso, um carro com personalidade (Foto Peugeot)

Ecrã central, com atalhos táteis, além de um teclado físico para várias funções, e consola bem arrumada, com o seletor de marcha limitado ao pequeno e menos prático cursor, que é acompanhado do comando dos modos de condução e do travão de parque elétrico completam o quadro, que confirma a cedência da Peugeot ao princípio de que nem tudo deve ser digital…

Muito espaço atrás e desafogo à frente

A habitabilidade está em nível elevado. Comodidade e desafogo à frente; muito espaço atrás, ainda que se imponha falar de comodidade para duas pessoas, dado o pequeno túnel no pavimento e o encosto de braços nas costas do mais estreito lugar central. Nada que surpreenda, como, em função da estética, não surpreende que a linha curva do tejadilho penalize a facilidade de entrada e saída para os lugares traseiros.

Quanto à bagageira, a solução Plug-in e a colocação da bateria limitam a capacidade a 470 litros, mas a profundidade ajuda. Transportei quatro trolleys e mais alguma bagagem sem dificuldade. O plano de carga, baixo, ajuda e o fundo falso, com espaço reduzido, permite guardar os cabos de carregamento.

A minha primeira experiência com o 408 foi ao volante do topo de gama, híbrido plug-in de 225 cv. Na base, o 1.6 turbo de 180 cv, associado a um motor/gerador de 110 cv alimentado por uma bateria de 11,8 kWh (úteis). Tudo isto é gerido por uma caixa automática de oito velocidades com patilhas no volante.

Curiosidade era usar um plug-in em viagem e carregá-lo todos os dias. Foi o que fiz e, ligado, a uma tomada normal, noite inteira ao frio alentejano, não consegui mais do que a promessa de uma autonomia elétrica de 34 km, contra os 60 prometidos (67 em cidade). A temperatura não ajuda.

Resultados de consumo enquanto híbrido na estrada

Mas a ideia era saber o verdadeiro rendimento em estrada, no modo híbrido, aproveitando a plenitude do sistema. E, pois bem, quatro adultos a bordo, 5,7 litros aos 100 para um trajeto de 852 km, por estradas de todos os tipos, a velocidades normais de passeio.

A carga esteve atuante em média 63/65 km e enquanto durou a média foi de 3,5 l/100. Prosseguindo, aos 100 km cheguei a conseguir 4,8, consumo que aliás é possível manter com o frequente despertar do modo elétrico. Em autoestrada, bateria a zero, 120 no velocímetro, quatro pessoas mais bagagens sete litros redondos para um percurso de 170 km. Não há milagres… ainda por cima com um automóvel que pesa 1 706 quilos!

O sistema híbrido cumpre, a insonorização convence, pois mesmo sem o rádio ligado, é muito discreto o ruído de funcionamento do motor de combustão. Eficaz, igualmente, o funcionamento da caixa. Usei as patilhas meia dúzia de vezes, para subir a relação e quando a máquina entendia impossível, nada de repelões e o mesmo rolamento suave do estradista competente.

Bem sentado em bancos com apoio, direção bem afinada para um familiar com 225 cv, conduzi um Peugeot com suspensão mais firme do que é normal, mas que nem por isso sai da lista da habitual comodidade francesa. Mesmo em mau piso a resposta não penaliza e, em curva, descobri um 408 muito assertivo e que nem se descompõe em apoio prolongado, resistindo à tendência para a inclinação. Quem viaja atrás agradece. E quem está ao volante desfruta de uma condução agradável, na certeza de que tem a capacidade bastante para rolar rápido, ultrapassar facilmente com um toque no acelerador e sentir-se seguro.

Está disponível um modo Sport (Elétrico e Híbrido são os outrps), mas estou convencido de que, para a maioria, a opção não passará das experiências, por mais atrativa que possa ser outra sonoridade do motor e uma resposta mais agressiva da caixa e com outra prontidão do acelerador. As patilhas da caixa, enquanto complemento desse prazer, não primam pela rapidez, como já se sabia. Em resumo, um familiar rápido – acelera de 0 a 100 em 7,9 segundos – e veloz – atinge os 233 em velocidade de ponta (135 km/h em modo elétrico).

Equipamento assegura bom recheio

No que respeita a equipamento, a versão GT, topo de gama, inclui condução semiautónoma (nível 2) e ajuda à manutenção na faixa de rodagem, cruise control adaptativo com stop&go, i-cokpit 3D e ecrã central tátil ambos de 10 polegadas, este com navegação conectada e função mirror screen sem fios e reconhecimento por voz, faróis matrix LED, reconhecimento de sinais, bancos pespontados em pele sintética, alcantara e tecido, volante multifunções em couro perfurado e aquecido, iluminação personalizada do habitáculo, ar condicionado automático bizona, tejadilho de abrir, pedaleira em alumínio, retrovisores exteriores elétricos e rebatíveis, portão elétrico. São específicos, a grelha na cor da carroçaria e as jantes Monolithe de 20 polegadas.

Para quem pretende um familiar Plug-in e ir além da autonomia elétrica, o original Peugeot 408 assegura consumos razoáveis na estrada, além do conforto e espaço esperados e até uma bagageira simpática se for de viagem. Agradável de conduzir, dinâmica eficaz e preço de topo de gama para quem comprar um GT, a partir de 50 700€.

FICHA TÉCNICA

Peugeot 408 Plug-in Hybrid eat8

Motor: 1598 cc, turbo, gasolina, injeção direta

Potência: 180 cv/6 000 rpm

Binário: 250 Nm/1 750 Nm

Motor elétrico: integrado na caixa de velocidades

Potência: 81 cv/2 500 rpm

Bateria: iões de lítio, 12,44 kW (11,8 kW úteis)

Potência combinada: 225 cv

Binário combinado: 360 Nm

Transmissão: caixa automática de oito velocidades, patilhas no volante

Aceleração 0-100 km/h: 7,9 segundos

Velocidade máxima: 233 km/h (135 km/h em modo elétrico)

Autonomia elétrica: 60/67 km

Consumo: média – 1,1/1,3 l/100 km

Carregador embarcado: 3,7 kW (7,4 em opção)

Tempo de carga: 7,05 h, tomada normal; 3,25 h, tomada reforçada; 1,40 h, wallbox

Dimensões: c/l/a – 4,687/1,859/1,472 metros

Peso: 1 706 kg

Bagageira: 471/1 545 l (454 com áudio Focal)

Preço: versão GT desde 50 700€