Vêm uns a seguir aos outros e tornaram-se realidade incontornável do panorama automóvel. Os híbridos Plug-in constituem aquele que parece mais lógico nesta fase de mudança do paradigma da mobilidade. Entre as novidades, o Peugeot 508 e para falar dele, escolhi a carrinha, modelo com tradição em Portugal. Gostei, os franceses “aprenderam” depressa esta receita que combina a escolha entre potência e economia. Preço razoável, desde

Antes de tudo convém lembrar que o Plug-in só faz sentido se o pudermos carregar todos os dias. São sete horas numa tomada vulgar, menos de duas horas numa wallbox de 7,4 kh/h! Verdade que a fiscalidade premeia a sua compra pelas empresas através da possibilidade de recuperação do IVA e, daí, muitos aproveitarem mais o desconto do que as vantagens do sistema, em prol da economia de combustível e da defesa do ambiente. Por isso, se alguns Plug-in são meramente “decorativos”, o problema é mais das autoridades do que quem aproveita das benesses… mesmo que quem compra não retire todo o lucro do negócio.

Para o particular, e repito-me, que fique claro: só tem vantagens se contar com a logística necessáriaOs números que registei confirmam-no. Fiz, sem grande dificuldade, 36 quilómetros (21 kw/h de consumo) dos anunciados 52 quilómetros de autonomia WLTP em modo elétrico e, na combinação com o híbrido, a velocidade moderada, o consumo não andou pelos valores arrasadores na casa de 1/2 litros, mas 4,1 aos 100 não me parece mal num percurso suburbano variado. Faz-se menos? Claro que sim, sem pressas e com a preocupação de aproveitar todas as ocasiões em que pode regenerar-se energia. E já agora utilizando a função brake que se comanda no seletor d velocidades e força a desaceleração sem tocar no pedal do travão. Tem efeito moderado, menos sensível do que nos 100% elétricos.

Uma proposta bem interessante no campo dos eletrificados para quem deseja uma carrinha com espaço, conforto e capaz de garantir bons consumos ou prestações razoáveis. Mas só faz sentido se a bateria do Plug-in por para carregar todos os dias

Na autoestrada, em modo híbrido, aos 120 km/h regulamentares consegui 6,5 L/100 e ao cabo de 214 quilómetros a média geral era de 6,1 com 44 por cento do percurso em emissões zero e a indicação de que a autonomia eram mais 320 quilómetros. O sistema e-save, regulável no ecrã central, permite jogar com reservas antecipadas de energia, guardando carga para rolar em modo elétrico quando é mais eficaz e eficiente, no meio urbano!

Este Peugeot 508 SW Hybrid combina um bloco 1.6 a gasolina a debitar 180 cv com um motor elétrico de 110 cv, o que vale a potência combinada de 225 cv. A transmissão é assegurada pela conhecida caixa automática Aisin na versão de oito velocidades, um casamento feliz, valorizado pelas patilhas no volante, eventualmente úteis quendo de pretende alguma diversão com a potência, desafio que, atenção, faz disparar os consumos que pode chegar aos dois dígitos… A rapidez nas passagens é a conhecida e não tem caraterísticas desportivas.

A plataforma do 508, o acerto da suspensão e da direção ajudam a tirar partido desses momentos, até porque a carrinha não se ressente dos 280 quilos de acréscimo de peso que resultam do sistema híbrido. Mas tenha em conta que este é um automóvel despachado e ágil mas não uma máquina de prestações sonantes, mesmo que a resposta ao acelerador seja pronta e a caixa corresponda num crescendo respeitável, não exatamente fogoso. As prestações são razoáveis no que respeita à aceleração, 8,8 segundos de 0 a 100, e mais sonantes na velocidade de ponta, 250 km/h.

Estão disponíveis quatro modos de condução, acionáveis num interruptor na consola: Elétrico, Hibrido, Conforto e Desporto. O modo elétrico, que acende uma luz azul no retrovisor, visível do exterior, permite rolar até aos 135 km/h em velocidade de ponta, com os custos inerentes na autonomia e, segundo o estado da bateria e a condução, influencia todos os outros; o modo híbrido conjuga as duas motorizações e alterna entre as duas, adaptando-se ao ritmo e à estrada, sem que se note qualquer diferença nas passagens; quando se opta pelo Conforto é a suspensão pilotada que entre em função em benefício da eficácia da suspensão; o modo Desporto permite aproveitar toda a potência.

 

A bateria utilizada é de iões de lítio tem 11,8 kw/h (300V) e está colocada sob os bancos traseiros. Afeta o espaço da mala, sem a caixa para o pneu sobresselente e com menos 30 litros de capacidade – 500 litria e a modularidade possibilitada pelo rebatimento (60/40) do banco traseiro. Sobra um pequeno compartimento, junto ao bordo da moldura do portão.

Em termos de estética, estamos conversados. Se a berlina é um exemplo de gosto, a carrinha, com mais 4 cm, representa uma conseguida solução, no desenvolvimento da mesma filosofia do tejadilho descendente a alimentar a imagem desportiva. No mínimo, imagem consensual, para uma 508 que só difere dos modelos a combustão pelo logótipos Hybrid, na ilharga e no portão traseiro.

O ambiente interior, valorizado pela qualidade dos materiais nesta versão GT, topo de gama, é a modernidade conhecida da família 508 e do estilo Peugeot, marcada pelo i-cockpit, no caso com informação adaptada às necessidades de um automóvel com esta tecnologia. O painel de instrumento permite seis escolhas de apresentação, entre elas uma definição pessoal, e o ecrã central tátil, com o seu prático teclado, é um complemento na medida das necessidades, com um sistema de infoentretenimento razoavelmente intuitivo. Só a informação por barras, a exemplo do que encontramos em muitas outras marcas, é, para mim, de mais difícil leitura.

Em termos de equipamento, um pacote à altura: luzes full LED, ar condicionado automático, volante multifunções em coro perfurado, i-cockpit, navegação, sistema áudio Focal (dez altifalantes), acesso mãos livres, bancos em alcantara com regulação lombar e comando elétrico, travão de parque elétrico, câmara de marcha atrás e ajuda sonora ao estacionamento dianteiro, retrovisores exteriores fotossensíveis, vidros escurecidos e jantes de 18 polegadas.

Uma proposta bem interessante no campo dos eletrificados para quem deseja uma carrinha com espaço, conforto e capaz de garantir bons consumos ou prestações razoáveis. Mas só faz sentido se a bateria do Plug-in por para carregar todos os dias.

FICHA TÉCNICA

Peugeot 508 SW HY GT

Motor: 1598 cc, turbo, injeção direta, intercooler

Potência: 180 cv/6000 rpm

Binário máximo: 300 Nm

Motor elétrico: 110 cv;320 Nm

Bateria: iões de lítio de 11,8 Kw/h (300V)

Potência combinada: 225 cv

Binário máximo combinado: 360 Nm

Transmissão: caixa automática de oito velocidades, patilhas no volante

Aceleração 0-100: 8,8 s

Velocidade máxima: 250 km/h

Consumo: média – 1,5 L/100

Emissões: 34 g/km

Autonomia elétrica: 52 km WLTP

Carregamento: sete horas numa tomada normal; 1,45 horas com wallbox de 7,4 Kw/h

Bagageira: 500 litros

Preço: 53 305 euros, versão ensaiada; desde, 46 005 euros