Um automóvel equilibrado, eficaz, divertido. Claro, o Kia ProCeed GT, o mais raçudo da família com 204 cv, não é para todos. Estilo e apelo desportivos dirigem-no a clientela específica, mas aqueles a quem serve a proposta não se sentirão defraudados, mesmo que os consumos possam exceder as expetativas. É o valor mais caro a pagar num carro carregado de equipamento e com preço razoável.

A ousadia da shooting break sul-coreana resulta num automóvel vistoso mas, sobretudo, com o qual se estabelece relação fácil. Começa na diferença do estilo, passa pelo ambiente desportivo, culmina na envolvência da condução, trilogia bem trabalhada e com final feliz.

O ProCeed nasce sobre a plataforma do Ceed e se este convence a sua evolução conquista. Motor e prestações – 204 cv, 7,5 segundos de 0 a 100 e 225 km/h em velocidade de ponta – são números atrativos, sobretudo se conjugados com o muito equipamento que está embrulhado no preço final na casa dos 32 400 euros, na versão de caixa automática de dupla embraiagem e sete velocidades que guiei.

Diferente e audaz no estilo, ambiente desportivo, equipamento muito rico, 204 cv, caixa automática de sete velocidades, comportamento eficaz, conforto a condizer e bom preço. O Kia ProCeed não será para todos, mas bem feito – isso é!

Suspensões rebaixadas (10 mm) e trabalhadas com molas e barras estabilizadoras mais rígidas e ainda um modo Sport que torna a excelente direção direta mais comunicativa e o ESP mais permissivo contribuem para um automóvel de condução provocadora, que convida e gosta de andar depressa, desafia a cada curva nas zonas sinuosas, onde evidencia agilidade notável. Deixa-se escorregar suavemente se assim entendermos, defende-se com pundonor da esperada subviragem da tração dianteira, que tarda tanto em fazer-se notada como a intervenção do ESP. E tudo isto num balanço natural da carroçaria que ajuda a levá-lo para onde queremos. Tudo isto, ainda, sob grande sensação de segurança, aliás adivinhável logo pelo bom pisar que a imagem do Proceed sugere, no caso até ampliada pelas jantes de 18 polegadas… Não diremos que se trata de uma “bombaça”, sequer uma referência entre os GT, mas que é um compromisso conseguido e bem feito, não restam dúvidas. Giro, muito giro…

Caixa, acelerações, consumos…

A caixa automática de dupla embraiagem e sete velocidades do grupo Hyundai não tem parado de evoluir. Bem escalonada, faz boa gestão das relações, nunca se “baralhou” e parece bem mais rápida quando se opta pelo modo manual e pelas patilhas no volante. Há, assim, outra ligação à experiência de condução, mas deixando que seja ela a decidir de acordo com acelerador e travão a eficácia pareceu-nos sempre garantida.

As acelerações não são estonteantes, mas o binário (265 Nm entre as 1500 e as 3200 rpm) garante a alma suficiente para um comportamento de realçar a baixa rotação e um “crescimento” natural do motor, que até ganha alguma vibração com o som cavo trabalhado pelos técnicos da Kia para dar “cor” à passagem do ProCeed e estimular a adrenalina de quem o conduz…

Em termos de consumos, os números não surpreendem mas acabam por ser razoáveis pata tanta potência a gasolina e se não houver excessos. Com quatro pessoas a bordo,  em via-rápida e estrada, o computador registou 7,8 litros aos 100; na autoestrada andou entre 7,1 e 7,3 com dois passageiros e “balizado” pelo cruise-control nos valores regulamentares. Quando de força para ver o que o ProCeed vale é fácil entrar nos dois dígitos. Na combinação de tudo isto, média de 8,1 em 462 km e promessa de autonomia para mais 18 até ao abastecimento.

Entre a eficácia e o conforto

Ora, este Proceed 1.6 GDI-GT  não é para todos – como não será outra shotting break…  No caso, convém deixar claro tratar-se de um automóvel mais eficaz do que confortável, é outra a rigidez da suspensão, mesmo em modo Normal, e quem viaja atrás, junta à penalização no acesso, outro nível de comodidade. O espaço cumpre e seria ainda melhor se as costas do banco não fossem tão fundas.

O mesmo não dirá quem se senta à frente nas agradáveis bacquets, as quais  garantem bom apoio lateral, conforto, e contribuem para que quem se senta ao volante encontre facilmente uma boa posição de condução – só a visibilidade traseira, sem surpresa,  deixa a desejar. O espaço é bom e a ergonomia também. O resto é o que se conhece do Ceed, um  design conseguido e níveis de qualidade próximos do melhor entre generalistas, num mundo marcado pelos plásticos, neste caso escolha cuidada, superfícies almofadas onde deve ser, piano black e cor de alumínio para valorizar a decoração, a qual nem dispensa a imitação do pesponto.

Quanto à bagageira 594 litros, valorizados por três caixas grandes sob o piso, plano de carga baixo e a vantagem do grande portão elétrico, operável também a partir do interior. O rebatimento dos bancos (60×40) leva a uma superfície completamente plana.

Quase tudo no equipamento

Em termos de equipamento, acrescente-se um pacote muito rico. A saber: bancos desportivos em pele e alcantara, faróis full-LED com assistente de máximos, jantes em em  liga de 18 polegadas navegação com ecrã de 8 polegadas, câmara de estacionamento traseira, abertura elétrica do portão traseiro, chave inteligente e carregador wireless para o telemóvel.  Ainda, chave inteligente com botão de arranque,  cruise-control, ar condicionado automático, volante multifunções em pele (perfurada no GT), faróis de nevoeiro, luzes diurnas em LED, sensores de luz e chuva, forro do tejadilho o preto, pedaleira em alumínio.

Cereja no topo do bolo, o GT inclui ainda inclui a previsão de colisões frontais e a assistência à manutenção na faixa de rodagem, cruise-control inteligente com stop & Go e as tecnologias que permitem a condução autónoma de “Nível Dois”, aqueles 15 segundos em que o carro é praticamente senhor dele próprio, além do detetor de ângulo morto e alerta de tráfego à retaguarda e estacionamento automático.

Nas opções fica a sobrar o tejadilho panorâmico (950 euros).

Enfim, diferente e audaz no estilo, ambiente desportivo, equipamento muito rico, 204 cv, caixa automática de sete velocidades, comportamento eficaz, conforto a condizer e bom preço. O Kia ProCeed não será para todos, mas bem feito – isso é!

Em termos de garantia, a bandeira da Kia; sete anos!

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É assim que a Kia vê e promove o Proceed

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FICHA TÉCNICA

Kia ProCeed 1.6 T-GDI GT

Motor: 1591 cc, turbo, gasolina

Potência: 204 cv/5500 rpm

Binário máximo: 265 Nm/1500-3200 rpm

Transmissão: caixa automática de dupla embraiagem com sete velocidades

Aceleração 0-100: 7,5  segundos

Velocidade máxima: 225 km/h

Consumos: média  ­– 6,2  litros/100 km; estrada – 5,7; cidade – 7,1

Emissões CO2: 152 g/km – NEDC

Bagageira: 594 litros

Preço: 35 940 euros