O facelift trouxe-lhe outra agressividade, apura as formas bem conseguidas que projetaram o Hyundai Kauai para interessante patamar entre os SUV do segmento B. A qualidade de construção, o nível de equipamento, o preço e as garantias reforçam o equilibrado três cilindros 1.0 de 120 cv a gasolina.

Foi um dos modelos que, em tempos recentes, comprovou os novos caminhos da Hyundai. Mantém a personalidade, imagem exterior apelativa e original, com nova grelha dianteira, traseira retocada e robustecida pelos para-choques mais presentes e, claro, pelo peso das jantes de 18 polegadas (únicas disponíveis). Os grupos óticos, em dois planos à frente e atrás, conferem-lhe assinatura luminosa especial e interessante.

Para mim, só o interior poderia ter merecido mais atenção, apesar do enriquecimento com a digitalização do painel de instrumentos, que permite optar por várias apresentações gráficas, herdado do i20, e da melhoria do software do ecrã central digital de oito polegadas, hoje com aspeto demasiado “pesado”.

 muito personalizado este Hyundai Kauai submetido agora a cosmética cuidada. A motorização 1.0 três cilindros turbo de 120 cv, significa um carro despachadinho e ágil, dinâmica honesta e consumos razoáveis se não for de corridas. Muito equipamento e preço competitivo num SUV bem construído e com qualidade a registar

Uma questão de gosto, porque o resto continua a provar a invejável qualidade percebida alcançada pela marca sul-coreana, feita não apenas da escolha dos materiais, plásticos, é claro, como dos pormenores de acabamento e detalhe. Não faltam superfícies almofadadas, nem o toque do tecido no forro das portas. E não há ruídos!

Bancos com bom apoio, volante multifunções bem dimensionado, consola com os espaços suficientes e integrando um apoio de braço daqueles que não incomoda completam o ambiente interior.

Habitabilidade não é ponto forte

Em termos de espaço, vulgar à frente, o suficiente atrás. Habitabilidade não é um dos pontos fortes do Kauai. Mesmo que o túnel seja baixo, quem se sentar atrás não tem muito desafogo e até o espaço para os pés é limitado. Melhores são o acesso, a altura do tejadilho e o apoio dos bancos, com bom suporte para as pernas, ainda que com aquela filosofia alemã de comodidade, marcada pelas espumas ríjidas.

O três cilindros 1.0 “percebe-se” nos baixos regimes mas quando as rotações sobem é despachado q.b. e deixa-se embalar para o plano do bom rolador. E é nessa situação que ele se sente bem, já que a caixa manual de seis velocidades não foi talhada para ajudar no brilhantismo das prestações. Os números dão uma ideia: 11,5 segundos na aceleração 0-100; 185 km/h em velocidade de ponta.

A suspensão é algo seca, mas não prejudica o conforto, nem o comportamento em curva, situação em que, sem surpresa, se faz notar o efeito da altura da carroçaria. Apesar disso, há uma boa resposta às transferências de massas, mesmo as mais bruscas, e nem se dá pelo ESP. A direção está bem ajustada às necessidades e o Kauai mostra-se bem mandado e seguro.

Consumos razoáveis e muito equipamento

No que respeita a consumos, em andamento normal pautam-se por números razoáveis. Em autoestrada, a 120 km/h mantidos pelo cruise control, registei 5,5 litros aos 100 e menos ainda no percurso suburbano: cinco litros redondos. Numa condução mais rápida entramos facilmente na casa dos sete litros.

No que respeita ao equipamento, a versão Premium que guiei tem um pacote considerável: chave inteligente com botão de ignição, ar condicionado automático, banco do condutor com ajuste elétrico do apoio lombar, cruise control com limitador e comando no volante em pele, regulável em altura e profundidade, luzes diurnas em LED, retrovisores exteriores com recolha elétrica aquecidos e com piscas em LED, faróis de nevoeiro, vidros traseiros e óculo escurecidos, painel de instrumentos digital (10,25”), sensores de luz, chuva e estacionamento, câmara traseira com linhas dinâmicas no ecrã central tátil (8”), compatível com Android Auto e Apple CarPlay, bluetooth, rádio DAB com seis altifalante, portas USB e AUX,  travagem autónoma de emergência, sistema de manutenção na faixa de rodagem, alerta de fadiga do condutor, barras no tejadilho jantes em liga de 18 polegadas em dois tons.

Muito personalizado este Hyundai Kauai submetido agora a cosmética cuidada. A motorização 1.0 três cilindros turbo de 120 cv, significa um carro despachadinho e ágil, dinâmica honesta e consumos razoáveis se não for de corridas. Muito equipamento e preço competitivo num SUV bem construído e com qualidade a registar.

A Hyundai dá uma garantia de sete amos sem limite de quilómetros, com assistência em viagem e check-up anual gratuito.

FICHA TÉCNICA

Hyundai Kauai 1.0 T-GDi Premium*

Motor: 998 cc, três cilindros, turbo, injeção direta, start-stop

Potência: 120 cv/6 000 rpm

Transmissão: caixa manual de seis velocidades

Binário máximo: 172 Nm- 1 500/4 000 rpm

Aceleração: 0-100: 11,5 segundos

Velocidade máxima: 181 km/h

Consumo: WLTP  – médio, 5,8 l/100; combinado, 6.1 l/100

Emissões CO2:  WLTP – 136 g/km

Dimensões: /C/L/A) –  4 205/1 800/1 550 mm

Bagageira: 374/1156 litros

Peso: 1359 Kg

Preço: 22 100€; 20 850€ com campanha de crédito

*Concorrente a Carro do Ano e a melhor SUV Compacto