A diferença estética do Renault Arkana conta com mais uma solução motriz. Agora a mais potente, 160 cv tirados do TCe 1.3, o tal bloco partilhado com a Mercedes. É mais um micro-híbrido de 12 v, com caixa automática, outra vivacidade, claro, num compromisso marcado por convincente agradabilidade de condução. O sempre atrativo RS Line custa 38 630€.
Esta nova motorização a gasolina é assistida por um motor de arranque/gerador e uma bateria de iões de lítio de 12 v. A diferença passa pelos 158 cv de potência para um binário de 270 Nm. Em termos de prestações a diferença sente-se logo no arranque, 8,2 segundos de 0 a 100 e 205 km/h de velocidade máxima.
Mais significativo, para mim, é a capacidade de recuperação (6,4 s dos 80 aos 120 km/h) e o acerto da caixa de sete velocidades com dupla embraiagem e patilhas no volante, que não revela hesitações e permite um crescendo do motor sem sobressaltos, progressivo, redondo, natural. O Arkana fica bastante mais solto com esta motorização, mais ligeiro e divertido, mas nem tem de surpreender.
Para quem está rendido aos SUV, quer a exclusividade de um coupé e entende ainda não chegada a hora de investir num híbrido de raiz, este Renault Arkana TCe com 160 cv e caixa automática é uma proposta interessante, além de concorrencial
O sistema e a caixa permitem a condução à vela nas fases de desaceleração entre os 140 e os 30 km/h. E é sempre impressivo ver o indicador do consumo imediato a zeros. É uma das vantagens do sistema micro-hibrido, mesmo que este esteja limitado à solução dos 12 v, com capacidade ainda para ajudar no arranque. Trata-se de um sistema ativado através do conhecido Multi-Sense que gere os modos de condução e também ajuda a regenerar energia nas travagens em função opção escolhida- Eco, Normal, Sport.
Consumos a comprovar
Em termos práticos, o resultado no que respeita a consumos não fica muito próximo das promessas da Renault – média de 5,8 l/100 km. Em andamento moderado, duas pessoas a bordo, o computador de bordo registou 6,3 l/100, e quando optamos por toada mais rápida atingiu os oito litros redondos. O percurso não foi longo e um teste mais prolongado e variado poderá revelar números mais impressivos. Fiquei com a ideia de que pode conseguir-se melhor. Falta provar…
O Arkana, fabricado na Coreia do Sul, tem personalidade muito vincada e continua a ser o único SUV coupé de um construtor generalista. É um automóvel de imagem chamativa, num daqueles SUV que têm agradado aos adeptos do estilo – há mais de 100 000 vendidos na Europa –, sugestionados também pelo acesso a uma solução até aqui exclusiva de alguns premium, a diferença das formas do coupé de quatro portas, aqui “camufladas”, isto é com fechos “escondidos” à retaguarda. As jantes de 18 polegadas, negras, compõem a imagem desportiva de um automóvel que, graças aos 20 cm de distância ao solo, enfrenta com naturalidade as saídas do asfalto, os grandes estradões – as proteções da carroçaria reforçam a confiança.
É uma imagem que casa bem com o conseguido ambiente no habitáculo, vincadamente Renault, claro, no qual a digitalização completa enriquece um tablier bem desenhado, moderno e com qualidade percebida assinalável. Destacam-se, no RS Line, os acabamentos a imitar o carbono, uma contrastante fina faixa vermelha que se prolonga pelas portas, bancos em pele e tecido e, claro, o pespontado vermelho. O plástico não choca e é almofadado onde se exige.
Espaço na medida e bom equipamento
Em termos de espaço, razoável à frente, bom atrás – a Renault diz ser referencial. Apenas um reparo: a inclinação do tejadilho pode não penalizar a habitabilidade em termos de altura, mas o acesso e a saída obrigam a dobrar o pescoço. Não é caso único nos SUV coupé.
A bagageira oferece 513 litros de capacidade e beneficia de um fundo falso.
Disponível nas versões Intens e RS Line, o topo de gama que conduzi, o Arkana TCe 160 vem equipado com as mais recentes tecnologias de ajuda à condução, nomeadamente: Sistema Highway & Traffic Jam Companion (nível 2 de condução autónoma), cruise control adaptativo (com função Stop & Go), comutação automática de médios e máximos, travagem ativa de emergência, detetor de de ângulo morto, reconhecimento de sinais de trânsito com aviso de excesso de velocidade, aviso de saída da faixa e manutenção na faixa de rodagem, câmara de 360⁰, sensores de estacionamento dianteiros, traseiros e laterais e Easy Park Assist, sistema que assenta num conjunto de sensores que ajudam a controlar a direção, enquanto o condutor controla os pedais e a transmissão, em manobras de estacionamentos oblíquos ou paralelos.
O carregamento por indução para smartphones, as quatro entradas USB e o travão de estacionamento automático fazem igualmente parte da oferta.
Para quem está rendido aos SUV, quer a exclusividade de um coupé e entende ainda não chegada a hora de investir num híbrido de raiz (que não falta na gama, clicar aqui para ler ensaio), este Renault Arkana TCe com 160 cv e caixa automática é uma proposta interessante, além de concorrencial.
A versão Intens está disponível a partir dos 35 880€.
A Renault tem um plano de garantia e manutenção para particulares que cobre cinco anos ou 160 mil quilómetros.
FICHA TÉCNICA
Renault Arkana TCe 160 EDC RS Line
Motor: 1 332 cc, gasolina, 4 cilindros, injeção + sistema micro híbrido de 12 v
Potência: 158 cv
Binário: 270 Nm
Transmissão: caixa automática de dupla embraiagem com sete velocidades, patilhas no volante
Aceleração 0-100 km/h: 8,2 s
Velocidade máxima: 205 km/h
Consumo: misto – 5,8 l/100 km (WLTP)
Dimensões: (c/l/a) 4,658/1,821/1,576 m
Bagageira: 513 litros
Preço: 38 630€, RS Line; 35 880€, Intens