A nova vaga da Renault traz-nos o primeiro SUV coupé de um construtor generalista. Chama-se Arkana e só conta com versões híbridas e caixas automáticas: dois micro híbridos de 12 volts e o E-Tech híbrido. Lançado há três anos na Rússia e fabricado na Coreia do Sul tem uma personalidade muito especial vincada em linhas simples, marca pontos no espaço, tem condução agradável e conta com preços preços a partir dos 31 600€.
Construído sobre a plataforma do Clio e do Captur, herdando também deles a receita mecânica, o Arkana é o quarto modelo da marca a oferecer o acabamento RS Line. Significa um aspeto mais trabalhado na perspetiva desportiva e interior também mais cuidado.
Em termos estéticos a estruturação do design em 4,58 metros de comprimento, com 2,72 m entre eixos, segue a filosofia da família. Os destaques vão, à frente, para o logo maior da Renault, enquadrado em painéis cromados, e para um para-choques que ganha robustez com uma expressiva placa protetora. Os faróis em LED apresentam a familiar assinatura luminosa em C.
Novidade pelo estilo na oferta dos generalistas, o Renault Arkana destaca-se pelo espaço, no habitáculo e na bagageira. Condução agradável, pisar assertivo, confortável, na versão micro-híbrida de 140 cv deu boa conta do recado em termos de eficiência
Uma faixa luminosa ao longo do portão, unindo as luzes também elas em C marca a traseira, conferindo-lhe imagem distinta na gama do construtor francês. Não falta a barra de proteção no remate do para-choques e, nos RS Line, a dupla ponteira de escape.
Linha de cintura elevada, tejadilho em curva acentuada de forma elegante, o Arkana não precisa de ser muito esculpido para transmitir a ideia de compacidade e apresenta uma bem encaixada embaladeira escurecida que valoriza o perfil de um SUV com distância significativa ao solo, 20 cm (!), mas não parece plantado em cima das rodas, umas jantes sombreadas, neste caso de 18 polegadas (também há 17”).
Chamativo por fora, interessante por dentro
É uma imagem chamativa, num daqueles SUV que vão agradar aos adeptos do estilo, sugestionados também pelo acesso a uma solução até aqui exclusiva de alguns premium, a diferença das formas do coupé de quatro portas declaradas, isto é sem fechos camuflados à retaguarda.
Imagem que casa bem com o conseguido ambiente no habitáculo, vincadamente Renault, claro, no qual a digitalização completa enriquece um tablier bem desenhado, moderno e com qualidade percebida assinalável. Destacam-se, no RS Line, os acabamentos a imitar o carbono, uma contrastante fina faixa vermelha que se prolonga pelas portas, bancos em pele e tecido e, claro, o pespontado vermelho. O plástico não choca e é almofadado onde se exige.
Em termos de espaço, razoável à frente, bom atrás – a Renault diz ser referencial. Apenas um reparo: a inclinação do tejadilho pode não penaliza a habitabilidade em termos de altura, mas o acesso e a saída obrigam a dobrar o pescoço. Não é caso único nos SUV coupé.
A bagageira oferece 513 litros de capacidade o que supera o Kadjar, 9 centímetros mais curto.
Três escolhas no reino dos híbridos
As motorizações disponíveis são três: os micro-híbridos, com base no 1.3 TCe turbo de injeção direta e potências de 140 e 160 cv (este ainda não disponível), com caixa automática de dupla embraiagem e sete velocidades; e o E-Tech Híbrido de 145 cv. Tudo soluções já comprovadas na gama eletrificada da Renault. A micro-hibridização, explica a Renault, é obtida através de um sistema composto por um alternador/motor de arranque de elevada capacidade, associado a uma bateria de iões de lítio de 12V, posicionada sob o assento do passageiro. A tecnologia beneficia do Stop & Start e garante a regeneração de energia durante as desacelerações. Também permite que o motor de combustão interna desligue nas travagens. O alternador-motor de arranque e a bateria também auxiliam o motor nas fases de maior consumo de energia, ou seja, no arranque e na aceleração. Segundo a marca, reduz os consumos de combustível até 8% e as emissões de CO2 até 8,5%.
Quanto ao E-Tech Hybrid 145 recorre a tecnologia que levou a Renault a registar 150 patentes. Baseado no motor 1.6 da Aliança, utiliza a arquitetura denominada “paralela em série” e conta com a inovadora caixa de velocidades multimodos sem embraiagem e sincronizadores (leia o ensaio do Clio E-Tech clicando aqui). Tem uma bateria de iões de lítio de 1,2 kWh localizada sob a bagageira que regenera nas travagens e desacelerações. Promete um consumo médio combinado e 4,9 litros aos 100 com emissões de 108 g/km e em modo cem por cento elétrico pode circular até aos 75 km/h.
TCe de 140 cv mostra-se ágil e bom rolador
Num primeiro contacto, guiei a proposta de entrada na gama na versão RS Line. Condução agradável, agilidade a registar, com 140 cv e um binário de 260 Nm às 1750 rpm, o Arkana revelou elasticidade convincente e mostrou-se um excelente rolador com pisar suave, mas nem por isso menos assertivo. Agradável de guiar, direcção ajustada às necessidades, e tem uma caixa que gere muito bem as necessidades e torna a condução confortável.
As prestações são normais, 9,8 segundos de 0 a 100 e 205 km/h em velocidade de ponta. No que toca a consumos, uma experiência menos rigorosa permitiu registar leituras de entre os 6 e os 6,4 aos 100, neste caso com autoestrada e andamento a respeitar as regras, Forçando a nota, é claro que os resultados sobem, Mas fiquei com a ideia de, nesta matéria, ser um os micro-híbridos mais eficientes que guiei. A marca anuncia 5,8/5,9 na média WLTP, com emissões de 131/133 g/km.
Toda a gama pode dispor da tecnologia Multi-Sense que oferece três modos e condução: Eco, para reduzir os consumos e as emissões de CO2; Sport, para uma resposta mais rápida ao acelerador e uma direção com um tato mais desportivo; MySense (modo pré-definido), para uma escolha personalizada.
No que respeita ao multimédia, o Arkana conta com o sistema Easy Link (disponível em duas configurações), compatível com Android Auto e Apple CarPlay, muito completo mas, para mim, menos amigável no que respeita ao seu caráter intuitivo.
Em termos de equipamento, a oferta é vasta, designadamente no que toca à assistência â condução, incluindo a segurança e o estacionamento. Há diversos packs e também extras tentadores. Nada de relevante neste segmento ficou esquecido.
A gama foi estruturada em três níveis de equipamento: RS Line, Intens e Business com preços desde os 31 600€ para o TCe 140 EDC, e 33 100€ para o E-Tech Híbrido 145.
Novidade pelo estilo na oferta dos generalistas, o Renault Arkana destaca-se pelo espaço, no habitáculo e na bagageira. Condução agradável, pisar assertivo, confortável, na versão micro-híbrida de 140 cv deu boa conta do recado em termos de eficiência.