Renegade está preparado para passagens a vau até 40 cm de profundidade (Foto Stellantis)

Para todos os caminhos, ao nível da tradição (Foto Stellantis)

A imagem urbana é simpática neste SUV especial (Foto Stellantis)

Altura ao solo deixa perceber a vocação do Renegade (Foto Stellantis)

Um mundo de plástico com construção e montagem cuidadas (Foto Stellantis)

Muita informação disponível no ecrã central tátil (Foto Stellantis)

Uma hora e 40 basta para "atestar" a bateria com um carregador de 7,4 kw (Foto Stellantis)

Símbolo da oferta mais rica do Renegade (Foto Stellantis)

O eletrificado Renegade 4Xe com 240cv e caixa automática confirma a ideia de que a função tem um preço. Tração integral é outra coisa mesmo na forma de SUV médio e sobretudo se a marca for Jeep. Os genes são especiais. Daí não ser uma proposta para todos, antes para apaixonados por um certo estilo de vida. Porque este Plug-in, não é barato (desde 45 600€) nem especialmente económico quando se vai a carga da bateria.

A imagem do Renegade honra a típica grelha das sete aberturas retangulares, e aquele estilo de formas quadradas a sugerir simpático ar marcial, em dimensões comedidas (4,20 m) e bem proporcionadas. Custa pouco admitir que só podia ser um Jeep, apesar da sua ligação umbilical à Europa, via FIAT (a plataforma é do 500X) ou Stellantis, para sermos rigorosos. É um facto – e importante.

O ambiente a bordo, apesar da profusão de plásticos pouco dúcteis é conseguido, moderno e remete-nos para a utilização de lazer apropriada. Comandos físicos, informação compartilhando o digital e o analógico, grafismo atraente e a panóplia de funções próprias de um novo todo-o-terreno. A empatia é fácil, e para ela contribuem um ambiente jovial, a ergonomia e ainda um ajustado volante multifunções, bancos cómodos e com apoio suficiente. E, depois, uma condução agradável e um conforto que não destoa.

Em matéria de espaço, oferta honesta no banco traseiro, a permitir posição cómoda das pernas. Único senão, o túnel, que mesmo não sendo alto prejudica sempre quem vai ao meio. Túnel que abriga parte da bateria de 11,4 KWh que se estende sob o banco e acaba por penalizar a bagageira, afinal como é comum nos PHEV. Bagageira que está reduzida a 330 litros de capacidade (1 277 com os bancos rebatidos) e pede algum trabalho na colocação da bagagem, dada a altura significativa do plano de carga.

Compromisso interessante num híbrido plug-in

A máquina é um compromisso interessante que combina um bloco de quatro cilindros 1.3 turbo a debitar 180 cv com dois motores elétricos: um a funcionar com o motor térmico e que tem ainda a função de gerador/alternador e outro, com 60cv, associado ao eixo traseiro integrando caixa de redução e diferencial.

Tudo combinado, o Renegade 4Xe “vale” 240cv e 533 Nm de binário, capacidade considerável que é gerida por uma caixa automática de seis velocidades. Em termos de prestações: 7,1 segundos de 0 a 100 e 199 km/h de velocidade máxima.

 SUV num generoso tração integral híbrido Plug-in, com 240cv e apto para mais do que uma ida à praia por caminhos de terra – é isso o Jeep Renegade 4xe Trailhawk. Uma escolha para apaixonados e esses aceitam o preço e uma economia aquém do prometido…

A tração é gerida automaticamente ou através do Selec-Terrain, um comando rotativo, na consola que permite selecionar cinco modos de condução: Auto, Sport, Neve, Areia e Lama, Rocha. Além disso, não faltam as “baixas” e o bloqueio do diferencial, esta com a capacidade de manter o motor elétrico traseiro sempre em funcionamento.

Altura considerável ao solo, jantes 17, o Renegade Trailhwak tem uma capacidade de passagem a vau de 40 cm e ângulos que lhe permitem boa capacidade fora de estrada: ataque – 19 graus; ventral – 27; saída – 16.

Capacidade TT numa solução híbrida com motor elétrico atrás (Foto Stellantis)

Perante tudo isto, estamos a falar de um SUV muito especial, vocacionado para uma utilização que vai além do caminho em terra para a praia. Se não pretende dar uso a essas capacidades, talvez não valha a pena…Ora, este é apenas um aspeto a atender na escolha, outro o facto de se tratar de um híbrido Plug-in. O que significa logística para o carregar todos os dias. Doutra forma, mesmo que o sistema híbrido deste Renegade impressione pala capacidade de regeneração, vai confrontrar-se com consumos que eventualmente não espera. Retenha que este Jeep pesa 1 845 kg!

E depois da ajuda da bateria…

Sem carga na bateria, continuei a arrancar sempre em modo elétrico, mas o consumo misto andou pelos 8 litros e isto, apesar da performance impressiva de em 120 quilómetros ter feito cerca de 30  à custa da regeneração ou “à vela”. A Fiat promete uma autonomia elétrica da ordem dos 50 quilómetros e uma média de 2,2 l/100 arrancando com a bateria carregada. Já agora, operação que leva 1,40 horas a 7,4 kW e 3,30 horas com um carregador de 3 kW.

Este Renegade, dotado doa habituais modos Híbrido, Elétrico e e-Save é um carro desembaraçado q.b. no alcatrão, mesmo que não se revele tão rebelde quanto a sua potência faz pensar. Sente-se o peso, a aceleração e as retomadas são generosas, curva bem, mas sentimo-nos condicionados pela altura que, naturalmente, faz-se sentir nas transferências de massas, sobretudo quando a velocidade aumenta. A direção, pouco direta, está ao nível do que se espera num automóvel com estas caraterísticas.

Quando se entra noutro tipo de pisos, sem surpresa, o desembaraço e a tração do Renegade obrigam-nos a sorrir. Afinal, um Jeep é isso mesmo, outra coisa…

Em matéria de equipamento, o Renegade Trailhwak, versão topo de gama, oferece um pacote generoso. A saber: sistema multimédia com navegação, Bluetooth e compatibilidade Android Auto e Apple CarPlay, TFT de 7” a cores no painel de instrumentos, transmissão automática, Selec Terrain com cinco modos (Auto, Sport, Neve, Areia e Lama, Rocha), sensores de estacionamento à frente e atrás, ar condicionado automático bizona com ativação remota, travão de parque elétrico, iluminação em LED, entrada e arranque sem chave, vidros traseiros escurecidos, espelhos retrovisores rebatíveis com ação remota, cruise control, alerta de falta de pressão nos pneus, gancho de reboque traseiro, compartimento de bagagem à prova de água, estofos específicos em tecido, jantes em liga de 17” com pneus M&S, aviso de transposição de faixa, reconhecimento de sinais de trânsito, assistente inteligente de velocidade, aviso de colisão frontal, travagem de emergência, barras no tejadilho e decalque Trailhwak no capô. A versão ensaiada acrescentava, pintura bicolor (1 250€), sistema áudio Kenwood (500€), teto de abrir panorâmico (1 500€), câmara traseira, retrovisor electrocromático, máximos automáticos e assistente de estacionamento (800€).

SUV num generoso tração integral híbrido Plug-in, com 240cv e apto para mais do que uma ida à praia por caminhos de terra – é isso o Jeep Renegade 4xe Trailhawk. Uma escolha para apaixonados e esses aceitam o preço e uma economia aquém do prometido…

FICHA TÉCNICA

Jeep Renegade 1.3 TG Plug-in Hybrid 240cv AT6 4Xe Trailhawk

Motor: 1 322 cc, injeção direta, turbo, intercooler, associado a motor elétrico gerador/alternador+ motor elétrico no elétrico no eixo traseiro

Potência: combinada; 240 cv; motor térmico, 180cv; motor elétrico traseiro, 60 cv

Bateria: 11,4 Kwh

Transmissão: integral, caixa automática de seis velocidades

Aceleração 0-100 km/h: 7,1 s

Velocidade máxima: 199 km/h

Autonomia elétrica: cerca de 50 km

Carregamento: 3,30 h a 3,5 kW; 1,40h a 7,4 kW

Consumo: 2,2 l/100 km

Emissões CO2: 52 g/km

Dimensões: c/l/a – 4,236/1,805/1,692 m

Peso: 1 845 kg

Bagageira: 330/1 277 litros

Preço:50 994€, versão ensaiada; Trailhwak desde 45 600€