Num momento em que a mobilidade urbana se tornou tema também em voga por razões inesperadas, surge em Portugal mais uma scooter elétrica. Vem da China, sem surpresa, mas interessante é que os motores são alemães (Bosch) e as baterias japonesas (Panasonic). Uma receita que ajuda a imagem da NIU, vista por muitos como a Tesla das scooters.

Nove modelos e seis motores fazem a gama da marca de Shangai que está registada como empresa tecnológica desde 2014 e que, logo no ano seguinte, lançou o seu primeiro modelo e, através de uma campanha de crowdfunding, vendeu scooters elétricas inteligentes no valor de 13 milhões de dólares em apenas 15 dias. Um êxito que em cinco anos deixou a marca na liderança do fabrico destes veículos. E como os chineses não brincam em serviço, recrutaram especialistas em empresas como a Microsoft, BMW, Intel e Huawei, entre outras.

A NIU tem travões de disco à frente e painel de instrumentos digital. Equilibrada, resposta muito pronta, oferece três modos de condução e, já se sabe, “fugindo” à opção económica reduz a autonomia… Pareceu-me uma scooter bem agradável para a cidade

Modernas e discretas, as NIU têm motores entre 1200w e 3500w, instalado na roda traseira, solução que permite poupar energia e também a capacidade de aceleração necessária para potenciar a sua agilidade no trânsito citadino.

Bateria removível para recarregar em casa ou no emprego

A questão do carregamento da bateria de iões de lítio – 48 ou 60v consoante a potência –, é facilitada pelo facto desta ser removível, numa operação simples (bastam 10 segundos), e poder assim ser carregada em casa ou no emprego a partir de uma tomada comum. A bateria, com cerca de uma dezena de quilos, está colocada sob o apoio de pés e o sistema de destrancamento da tampa, acionado por chave, fica sob o banco.

O tempo de carregamento depende, naturalmente, da potência da bateria: no caso da versão de 1200w (48v) será de 4,5 horas, e permitirá, segundo os números do construtor, uma autonomia entre os 30 e os 40 quilómetros, para uma velocidade máxima de 40 km/h. Na mais potente, 3500w (60V), é anunciada um tempo de carga de 2×3 horas, o que corresponderá a uma autonomia de 130/140 km/h para uma velocidade máxima de 70 km/h).

Estas baterias da Panasonic (com as células usadas nos Tesla S e X) permitem a reciclagem da energia pela travagem – a autonomia pode aumentar até sete por cento – e contam com um sistema de gestão que garante a monitorização em tempo real da tensão, corrente e temperatura, de modo a garantir toda segurança na utilização.

Aplicação integra GPS e sistema de localização

Uma aplicação para smartphones permite monitorizar também o funcionamento das NIU: carga e durabilidade da bateria, viagens efetuadas, estatísticas da velocidade e localização GPS. Ao mesmo tempo é possível acionar um sistema de bloqueio antirroubo sempre que se verifique um movimento não autorizado, com informação instantânea da atualização constante do local onde se encontra o veículo.

Tive ocasião de guiar uma das versões mais potentes, como todas com travões de disco à frente e painel de instrumentos digital. Equilibrada, resposta muito pronta, oferece três modos de condução (Sport, Dynamic, E-Save) e, já se sabe, “fugindo” à opção económica, reduz a autonomia… Pareceu-me uma scooter bem agradável para a cidade. E, claro, adaptada igualmente aos diversos tipos de utilização profissional em que nos habituámos a ver estes veículos de duas rodas.

Para esses, segundo um estudo junto das empresas de distribuição, uma NIU permitir uma poupança média anual superior a 750 euros. Ora, como os preços arrancam nos 1899 euros, é uma questão de fazer contas.

A NIU é importada e distribuída exclusivamente pela NP-MOB, empresa nortenha que está a montar uma rede de concessionários no continente e ilhas.