A McLaren tem um dos supercarros do momento. Chamou-lhe Senna, terá produção limitada a 500 unidades,  já asseguradas, custa, na origem, cerca de 850 mil euros (!) e o saudoso piloto brasileiro ficaria por certo feliz com a associação. O carro é um portento só de ver e quando se passa ao receituário técnico encontramos um catálogo da melhor tecnologia. Foi vedeta em Genève. E só podia…

É assumidamente o mais radical dos McLaren produzidos para a estrada. O exemplo de uma filosofia de design em que as formas estão adaptadas à função e o resultado, garanto, afigura-se, no mínimo, impressionante. O McLaren Senna é agressivo e esmagador visto de qualquer ângulo, mas sobretudo quando nos fixamos na impressionante asa traseira. Ainda assim, encontramos uma exuberante harmonia naquela manifestação de capacidade que se adivinha brutal e uma série e pormenores a obrigam a perceber onde pode chegar o detalhe a este nível.

Deixemos o estilo. Construído sobre uma estrutura de fibra de carbono (Monocage III), painéis de carroçaria moldados no mesmo material, ainda algum alumínio, o Senna é o McLaren mais leve de sempre: 1198 kg…

McLaren Senna faz 2,8 segundos de 0 a 100, em 6,8 segundos já vai a 200 e este crescendo só precisa de 17,5 segundos para atingir os “mágicos” 300  à hora – alucinante! E não parou, atenção, porque a velocidade máxima são 340 km/h

Este feito associado a um motor V8 biturbo, em posição central, com 4.0 litros e 800 cv de potência, número redondo que corresponde exatamente ao valor do binário resulta naquilo que se deve esperar em termos de prestações. O McLaren Senna faz 2,8 segundos de 0 a 100, em 6,8 segundos já vai a 200 e este crescendo só precisa de 17,5 segundos para atingir os “mágicos” 300 à hora – alucinante! E não parou, atenção, porque a velocidade máxima são 340 km/h. Tudo isso faz-se ao ritmo de uma caixa autoimática de sete velocidades (SSG – Seamless Shift Gearbox), comandada, unicamente, por patilhas no volante, também elas em fibra de carbono… para não destoar.

Eu sei que 340 km/h até já nem é muito, mas, atenção, o Senna é um tração traseira e… é um  carro de estrada, mesmo que a McLaren assuma que a utilização diária é possível. Claro, foram de outra ordem as preocupações – e não se estranha.

“Downforce” chega aos 800 quilos

A suspensão passa por um chassis ativo, contempla duplos triângulos à frente e atrás, amortecedores hidráulicos interligados. E para tirar o máximo rendimento do conjunto há quatro modos de condução: Confort, Sport, Track e Race. Nesta escolha, a configuração baixa mesmo o centro e gravidade – o “nariz” desce 39 mm para minimizar o fluxo de ar sob o carro. E dá para imaginar como será quando se conta com uma ajuda aerodinâmica que representa a aplicação de uma “donwforce” que atinge os 800 kg, pela ação combinada das aletas dianteiras móveis e da imensa asa traseira, ela também “inteligente”e com capacidade para variar a inclinação em 25 graus.

Para ajudar a ter o Senna “colado” chão, temos umas impressionantes jantes 19×8 polegadas à frente e 20×10 atrás as quais escondem grandes discos cerâmicos com maxilas em alumínio de seis pistões nas rodas dianteiras e quatro nas traseiras. Os pneus são Pireli P Zero: 245/35 e 315/30, respetivamente. A capacidade de travagem está registada em números e até dói pensar como se desacelera assim, tão brutalmente: a 300 à hora são precisos 215 metros para parar; a 200 basta uma centena; a 100, só 29,5 metros.

A direção é eletro hidráulica a e assistida eletricamente.

Resta dizer que o interior é a medida da imagem do desportivo. Tudo reduzido à expressão mais simples e ao estritamente necessário. E o mesmo é dizer um painel de instrumentos, qual pequena fita com o conta-rotações e o velocímetro, tudo digital, um tablet na vertical em posição central e virado para o condutor e duas bacquet feitas em peça única de fibra de carbono. Os acabamentos, que escapam ao “banho” de fibra de carbono e àquele vistoso listrado de cinzentos,podem ser em alcantara ou pele.

Só gozar o ambiente a bordo descarrega adrelina…

Os 500 Senna, naturalmente todos com destinatário garantido, serão produzidos no McLaren Production Centre em Woking, na Inglaterra, a construção é mesmo artesanal e cada unidade levará qualquer coisa como 300 horas a concluir.

O preço, com as taxas britânicas, são 750 mil libras o que, de momento, equivale e cerca de 847 mil euros.

Já existe o concept para um modelo destinado em exclusivo à competição, igualmente mostrado em Genève.

Loading the player...