Skoda Enyaq, elogio do familiar

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O Skoda o Enyaq, primeiro cem por cento elétrico da marca é um dos seus produtos mais impressivos. Tem identidade e qualidade, representa uma prova insofismável da capacidade do emblema checo que nem sempre teve acesso pronto à primeira linha de componentes e inovação do Grupo Volkswagen. Agora, sobre a partilhada plataforma MEB e tudo o mais que lhe está ligado, construiu um automóvel a que é difícil ficar indiferente, pelo menos da versão iV 80 com 204 cv e uma autonomia anunciada de 534 quilómetros. O preço arranca nos 49 326€.

Crossover que parece maior (4,65 m) alinha em comprimento pelo ao Otavia (+1 cm) e representa, do ponto de vista do estilo, mais uma prova da conseguida combinação da modernidade que a Skoda, a par com sobriedade muito própria das suas raízes, vem, paulatinamente, imprimindo aos seus modelos. Tem uma grelha plástica fechada que ultrapassa essa solução estética difícil e apresenta-se como das mais conseguidas entre a oferta que recorre a esta solução, valorizando um rosto muito personalizado.

O interior, ambiente agradável, continua a ser um exemplo de construção cuidada e a imagem começa, também ela, a ser mais apurada, mesmo naquele estilo teutónico feito de rigor, mas com continuadas concessões ao modernismo dos tempos e a soluções que se repetem e parecem vir para ficar, como a consola suspensa, combinação do prático com a criação de espaço adicional. Simples, funcional, bem feito!

Expressão da capacidade da Skoda, o Enyaq  é um cem por cento elétrico capaz de  satisfazer todos aqueles que querem um familiar diferente, bem construído e qualidade à vista, espaçoso, cómodo e despachado q.b. na versão de 204 cv com bateria de 82 kWh e 534 km de autonomia anunciada

No que respeita informação, um pequeno painel de instrumentos com o quanto basta e um grande ecrã tátil, dotado daquilo que é comum num elétrico, mas ao qual não faltam teclas físicas de atalho, incluindo o ar condicionado, para mim sempre melhor quando está separado do sistema com comandos físicos. É uma questão de hábito ou de contar com a ajuda do passageiro…

Plataforma faz jus ao espaço tradicional

Em termos de espaço, o aproveitamento das potencialidades da plataforma faz jus à tradição dos modelos Skoda. Habitabilidade notável, com espaço de sobra na frente e um nível de conforto superior no banco traseiro. A ausência do túnel da suspensão admite o transporte fácil de um quinto passageiro, naturalmente penalizado pela dureza do encosto que baixa para proporcionar um cómodo apoio de braços quando há duas pessoas que viajam quase num salão.

A esta imagem corresponde um automóvel de feição familiar e conservadora. Antes do mais privilegiam-se o espaço e o conforto a bordo, o que não quer dizer menos aptidão dinâmica. Agradável de conduzir, pisar fácil e despercebido naquele mundo sem ruídos, como se espera o Enyaq, que guiei na versão de 204 cv e 310 Nm de binário, é capaz de alguma mordacidade em curva, mas esse está longe de ser exatamente o seu “feitio”. Rolador por excelência, com um compromisso de suspensão bem afinado (o qual se pode apurar entre Comfort+ e Sport+) tem seis modos de condução –  Eco, Eco+, Comfort, Normal, Sport e Individual. Além disto, o Controlo Dinâmico do chassis, obviamente um extra, avalia e reage continuamente a várias situações de condução (travagem, aceleração, curva), adaptando as características de amortecimento e direção. E claro, tudo isto faz diferença e envolve-nos com o Enyaq iV 80 que, sem ser máquina de grandes prestações – 8,7 segundos de 0 a 100 e 160 km/h, permite ultrapassar com aquele despacho próprio dos elétricos e da entrega constante do binário.

Média razoável nos consumos

E os consumos e a autonomia? Bom, com três adultos a bordo em 129 quilómetros, com muita autoestrada o computador de bordo indicou a média de 20,8 kWh, o que, feitas as contas aponta para uma autonomia de 370 quilómetros. A média geral para 350 km foi, no entanto, de 19,6 kWh, praticamente o mesmo registado no longo prazo: 19,7 para 740 km. Logo 392 quilómetros de autonomia. Longe do prometido, mas admito que sejam outros com mais cidade e percursos suburbano.

Em termos de carregamento, com uma wallbox de 11 kWh, o Enyaq iV 80 precisa de 6h45 para “atestar” a bateria. A carga rápida a 125 kW exige 35 minutos para levar a bateria dos 10 aos 80 por cento da capacidade.

A versão que guiei era um verdadeiro festival de equipamento: 13 370€ de extras! A saber, entre outros, Drive Plus (1 000€), jantes em liga 8X21” à frente e 9X 21 atrás (1 540€), Light and View (1 425€), bancos em pele (825€), Parking 360 graus (380€), Assiste Drive Plus (1 165€), Infotainment Plus (1 750€) tejadilho de abrir (1 055€). São de série: ar condicionado automático bizona, câmara traseira, cruise control com limitador, sensores de luz, chuva e estacionamento (à frente e atrás), Drive Profile Selection, ecrã tátil de 13”, bluetooth, controlo por voz, Luzes em LED, compartimento com chapéu de chuva, cobertura deslizante da bagageira, entradas USB-C, volante multifunções aquecido, com patilhas DSG, carregador de bateria de 11 KW.

Expressão da capacidade da Skoda, o Enyaq é um cem por cento elétrico capaz de satisfazer todos aqueles que querem um familiar diferente, bem construído e qualidade à vista, espaçoso, cómodo e despachado q.b. na versão de 204 cv com bateria de 82 kWh e 534 km de autonomia anunciada.

FICHA TÉCNICA

Skoda Enyaq iV 80

Motor: síncrono, imanes permanentes

Potência: 204 cv

Binário: 310 Nm

Transmissão: traseira, velocidade única

Aceleração 0-100: 8,5 s

Velocidade máxima: 160 km/h

Consumo: 16,8 kWh/100 km

Carregamento: wallbox de 11 kWh – 6h45; carga rápida a 125 kWh (10 a 80%) – 35 minutos

Autonomia: 534 km

Dimensões: (c/l/a) – 4 649/1 879/1 616 mm

Peso: 2 090 kg

Bagageira: 585 litros

Preço: versão ensaiada; 63 053€; base, 49 326€