Mais um adeus ao diesel é a novidade maior de um renovado Skoda Fabia, a partir de Outubro limitado ao três cilindros 1.0 TSI, com potências de 75, 95 e 110 cv. Um passo que parece irreversível a este nível da oferta. E esta, ao fim de quatro anos, passa por um retoque na “maquilhagem” que traz frescura a um automóvel despretensioso e simpático. Chega em Outubro, mais equipado, claro, e com preços a partir dos 15 700 euros.

O Skoda Fabia, com naturalidade, já era o mais irreverente da família ma marca checa. Jovial nas linhas que refletem o apuramento de um estilo inconfundível tem até carreira interessante. As suas duas carroçarias, por cá manda a carrinha (mais de 70% das vendas), valeram qualquer coisa como 181 mil automóveis na Europa, em 2017. E quatro milhões desde que surgiu a primeira geração em 1999.

 O Skoda Fabia Combi serve perfeitamente aquele automobilista que tem condicionamentos em termos de preço, procura um produto com imagem fiável, qualidade percebida em bom nível, habitabilidade razoável para quatro pessoas (…) e uma bagageira referencial

Na altura do facelift, não havia muito a fazer além da receita habitual: grelha, para-choques, grupos ópticos retocados, com integração dos LED diurnos em toda a gama e a opção desta tecnologia em todo o sistema de iluminação, jantes que podem chegar às 18 polegadas no mais desportivo Monte Carlo. Uma operação simples que, no entanto, traz outra frescura ao Fabia, o qual, por dentro recebe novos revestimentos, a novidade de um tecido em microfibra semelhante à alcantara (chama-se Suedia) e é agradável ao toque, um painel de instrumentos redesenhado e rejuvenescido.

Pormenores da diferença

Também não faltam aqueles pormenores em que a Skoda capricha, na linha do chamado “Simply Clever”, que levaram à colocação de duas entradas USB para os passageiros da retaguarda e ainda à possibilidade de um suporte para tablet associado ao recosto de cabeça dos bancos dianteiros. Coisas práticas como o tapete de dupla face no fundo da mala (borracha de um lado); e graças com sentido como encaixe para o chapéu de chuva sob o banco do passageiro, a pequena caixa amovível para lixo nas portas, ou a luz em LED da mala destacável para servir de lanterna. Ou o encaixe na consola, agora iluminada (e dá mais jeito do que se pensa), para um cartão e para as chaves quase dispensadas pelo botão de arranque. Criatividade continua a não faltar.

E como os carros pequenos são cada vez maiores na oferta de equipamento, com relevo para a segurança, lá está, em opção claro, o detetor de ângulo morto, os máximos inteligentes com LED e o alerta de tráfico na traseira, tão útil quando de sai de um estacionamento em espinha. E ainda, câmara de marca atrás, cruise-control adaptativo, travagem de emergência, todo aquele pacote de segurança que se vulgariza nas ofertas superiores. E que no caso se paga, naturalmente. Já não surpreende, mesmo que sejam mais populares os pacotes de estilo…

De resto, o Fabia que conhecemos, agora sem a opção diesel, trilhando um caminho que as marcas japoneses e coreanas começaram a abrir, e potenciando a aposta no “downsizing” dos motores a gasolina com o conhecido três cilindros 1.0 turbo que continua a evoluir e agora recebe em estreia o filtro de partículas.

Condução descansada e agradável

Guiei uma carrinha de 95 cv, combinação muito valorizada em Portugal, e reforcei a ideia de que este três cilindros da VW é um achado. Silencioso, vibrações quase impercetíveis, generoso nas recuperações, proporciona condução descansada e agradável. Não é uma máquina, claro, e as prestações falam por si (10,9 segundos na aceleração 0-100 e 185 km/h em velocidade de ponta), mas continuo convencido de que serve perfeitamente aquele automobilista que tem condicionamentos em termos de preço (eu sei que há mais barato…), procura um produto com imagem fiável, qualidade percebida em bom nível, habitabilidade razoável para quatro pessoas e uma funcionalidade sem mácula, valorizada por uma bagageira referencial, 530 litros ou 1395 se dispensarmos os lugares traseiros que rebatem na proporção 60×40, valores interessantes num veículo que já passa a casa dos 4 metros (4,262 m).

Com três pessoas a bordo e em mais de 150 quilómetros basicamente em estradas secundárias e um pequeno trecho de autoestrada, partilhado por dois condutores, velocidades de passeio e dentro dos limites, o resultado de consumo no computador de bordo era de 5,8 litros aos 100, interessante sobretudo para estes três cilindros, regra geral mais brilhantes do que económicos. Continuo a não entender o motivo pelo qual a Skoda insiste na caixa manual de cinco velocidades e guarda a opção de seis para a versão de 110 cv, a qual pode receber também a transmissão automática de dupla embraiagem automática DSG de sete relações. Eles lá sabem, mas a lógica leva a admitir que os consumos podiam melhorar, ao menos em autoestrada.

Este Skoda Fabia entra em comercialização em Outubro e manterá três níveis de equipamento: Ambition, Style – versão que inclui navegação Amudsen – e Monte Carlo. O preço de entrada será de 15 700 euros e as versões carrinha custarão cerca de 950 euros mais.

Os renovados Fabia vistos pela Skoda

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FICHA TÉCNICA

Skoda Fabia Combi 1.0 TSI 95 cv

Motor: 999 cc, três cilindros, turbo, injeção direta, filtro de partículas

Potência: 95 cv-5000/5500 rpm

Binário máximo: 160 Nm/1800-3500 rpm

Transmissão: caixa manual de cinco velocidades

Aceleração 0-100: 10,9 segundos

Velocidade máxima: 184 km/h

Consumos: média – 4,5 L/100; estrada – 4; urbano – 5,3

Emissões CO2: 103 g/km

Bagageira: 530/1

Preço: a anunciar; desde cerca de 16 650 euros