Para-choques retocado e o emblema fazem a diferença (Foto Suzuki)

Elegante, bem proporciodado e com boa postura (Foto Suzuki)

Tablier e instrumentação decalcados do Corolla (Foto Suzuki)

Ar condicionado continua a ter botões físicos (Foto Suzuki)

Espaço, conforto e qualidade no habitáculo (Foto Suzuki)

Bagageira tem 596 litros de capacidade (Foto Suzuki)

Radiografia de um sistema muito elogiado (Foto Suzuki)

O princípio tem antecedentes, ainda assim faz confusão encontrar o símbolo da Suzuki num Toyota. Mas valores mais altos justificam que o Swace seja uma carrinha Corolla. E não fosse o para-choques dianteiro a alterar o desenho da grelha seria mesmo apenas o emblema a fazer a diferença. Ganham todos, claro, e, neste caso, muito em especial a oferta da Suzuki enriquecida por um híbrido de referência.

A receita do Swace está apenas disponível na versão carrinha dotada do quatro cilindros 1.8 de ciclo Atkinson com 98 cv, combinado com um motor elétrico de 72 cv alimentado por uma bateria de 3,6 kwh.  É uma solução que visa privilegiar os consumos e o desempenho ambiental, como se percebe pela potência combinada de 122 cv, gerida pela inevitável transmissão de variação continua.

E o resultado, sem surpresa, é notável em termos de consumos. Com quatro adultos a bordo, em passeio de fim-de-semana, modo ECO ligado, o computador de bordo registou 4,8 litros aos 100! Rodei calmamente, em autoestrada e estradas nacionais mas não deixei de fazer ultrapassagens.

Com o modo Sport ligado, e um andamento mais espevitado, os números serão mais elevados, mas a filosofia não é essa, seguramente, para o comprador de uma carrinha que precisa de 11,1 segundos para acelerar de 0 a 100 e tem os 180 km/h por velocidade máxima.

O Swace é a herança da carrinha híbrida Toyota Corolla, reconhecidamente competente, que a SUZUKI RECEBE PARA enriquecer a sua oferta, num automóvel também com espaço, conforto, qualidade,  equipamento razoável e um bom preço a juntar à economia e ao desempenho ambiental

O funcionamento do sistema híbrido dispensa críticas. Continua a ser marcante a capacidade de regeneração, sobretudo se não dispensarmos o respetivo reforço acionando o B no seletor de marcha. As passagens do modo de propulsão apenas são percetíveis pelo bem “abafado” ruído do motor de combustão sempre que entre em funcionamento, após os muitos percursos em modo elétrico. Isso a menos que se recorra ao modo Sport, situação em que a caixa CVT origina, além daquela sensação de arrasto muito própria do sistema, implica outra sonoridade do motor quando se lhe pede que exprima a sua capacidade, a qual, já se sabe, não impressiona mesmo reforçada pela combinação da aluda elétrica.

O arranque, sempre que há bateria, faz-se em modo elétrico. Já a autonomia, em modo zero emissões, é limitada a poucos quilómetros – é assim com todos os híbridos.

Suspensão oferece compromisso convincente

No que respeita a conforto e eficácia em curva, um compromisso convincente, mesmo que quem vai atrás assinale alguma dureza do banco. De todo o modo, a capacidade de absorção das irregularidades está em bom plano e controla bem a inclinação suave da carroçaria se forçarmos o andamento em curva deste tração dianteira “bem mandado e comportado” e com uma direção equilibrada para um familiar.

O estilo de formas bem proporcionadas, é conhecido, o interior decalcado do Corolla, um exercício de simplicidade com a qualidade própria da origem, construção e acabamento em bom nível.

A habitabilidade está em bom plano, mas o acesso, sobretudo atrás, é menos agradável para um adulto mais alto, o qual necessita de algum exercício para se sentar. Túnel baixo e consola pouco intrusiva jogam a favor do conforto, mas o quinto passageiro irá sempre menos à-vontade e, porque há um recosto de braços central, sujeito a um encosto menos cómodo. Nada de novo…

À frente vai ter de encontrar – e não é difícil – uma posição de condução que lhe permita entrar sem bater com o joelho na parte inferior do tablier e no volante, isto se, como eu, o regular na colocação mais baixa. Encontrada a posição, e não faltam regulações, estará bem sentado e pronto para usufruir de uma boa ergonomia num ambiente minimalista, com as principais funções desviadas para o ecrã central e muita informação no painel de instrumentos LCD. O grafismo do ecrã continua a recorrer a muita informação por barras, as quais não facilitam a leitura e acabam por ser pouco úteis na interpretação das virtudes do sistema híbrido.

Quanto a bagageira, uma boa oferta, valorizada pela altura do plano de carga, o qual alinha com o batente do portão. A chapeleira funciona em articulação com o portão e no óculo há um uma pequena pala que esconde definitivamente tudo do olhar dos amigos do alheio.

A versão ensaiada foi a topo de gama, GLX com um pacote interessante de equipamento. A saber: faróis bi-LED automáticos, com regulação manual da altura, luzes diurnas em LED, faróis de nevoeiro, ar condicionado automático bizona, volante multifunções em pele, bancos dianteiros aquecidos, painel de instrumentos LCD, ecrã tátil de 8” com Bluetooth, rádio DAB e câmara de marcha atrás com guias, três modos de condução, cruise-control inteligente, deteção de ângulo morto, assistente de sinais de trânsito, correção de trajetória, estacionamento assistido com sensores atrás e à frente, carregador wireless, retrovisores elétricos rebatíveis e aquecidos, jantes de 16 polegadas em liga leve.

O Swace é a herança da carrinha Toyota Corolla híbrida, reconhecidamente competente, que a Suzuki recebe para enriquecer a sua oferta, num automóvel também com espaço, conforto, qualidade,  equipamento razoável e um bom preço a juntar à economia e ao desempenho ambiental.

FICHA TÉCNICA

Suzuki Swace 1.8 GLX Hybrid

Motor: 1798 cc, injeção multiponto

Motor elétrico: síncrono magneto permanente (72 cv/163 Nm)

Bateria: 56 módulos, 207 v, 3,6 Ah

Potência combinada: 122 cv/5200 rpm

Binário máximo: 142 Nm/3600 rpm

Transmissão: caixa de transmissão contínua

Aceleração 0-100: 11,1 segundos

Velocidade máxima: 180 m/h

Consumos: misto – 4,5 litros/100

Emissões CO2: 103 g/km

Dimensões: c/l/a – 4 655/1 790/1 460 mm

Peso: 1 400 kg

Bagageira: 596/1 232 litros

Preço: 28 807* euros, GLX; desde 26 907* euros, GLE (*com campanha)