Um pequeno SUV à medida de uma família jovem, o novo VW T-Cross. Estilo apelativo, ousadia na decoração, habitabilidade e espaço, caraterísticas a ter em conta numa proposta equilibrada com o motor tricilíndrico 1.0 de 115 cv. Economia assinalável e um preço competitivo desde 18 711 euros.

Por fora, temos uma colagem curiosa e conseguida de formas conhecidas na cada vez maior família de SUV VW. Proporções conseguidas em 4,10 de comprimento por 1,84 de largura, compacto e robusto inspira confiança, até por, indiferente à altura (1,76), assentar muito bem na estrada. Frente vigorosa, perfil musculado, cintura alta, traseira marcada pela barra refletora que une os grupos óticos: interessante!

Por dentro, design simples, também ele imagem do ambiente familiar dos mais pequenos da marca. Uma grande moldura na cor exterior, raiada a cinza escuro, a envolver o tablier dá o toque de irreverência num autêntico “festival” de plástico, que só admite superfícies ligeiramente almofadas nos apoios de braços das portas e da consola. Passou a ser normal neste segmento inferior da VW e a verdade é que, passe a surpresa, não fica em causa a construção nem o acabamento e sobra a sensação de uma razoável imagem de qualidade percebida. Eles lá sabem e os resultados falam por si.

Um SUV interessante este VW T-Cross na versão 1.0 três cilindros de 115 cv. Vistoso e compacto, espaço razoável, boa dinâmica assente na tradicional firmeza alemã, despachadinho e económico, está bem equipado e tem um preço competitivo

Na versão Life com o pack Laranja Energetic que conduzi – e com muita vida na cor laranja que nem as jantes de 17 polegadas poupa – os bancos dianteiros têm por exemplo apoio lombar regulável, o que ajuda a afinar a boa posição de condução, ligeiramente elevada, claro, face a um volante bem dimensionado e a um painel de instrumentos dotado do necessário e completado pelo ecrã central “encaixado” no meio do tablier.

Bagageira adaptável

O espaço é o que pode esperar-se a este nível da oferta, possibilidade de algum “conflito” de cotovelos à frente, o suficiente atrás para dois, os quais não contam com apoio de braços central o que nem assim, pela possibilidade de menor dureza no recosto, torna mais cómodo o transporte de um quinto passageiro. Importante pode ser a possibilidade de mover o banco traseiro, potenciado a capacidade da bagageira. Talvez as crianças não se queixem… Registe-se a capacidade: 385 ou 455 litros, segundo a posição do banco traseiro; 1281 litros com este rebatido (60×40). Tem fundo falso, o plano de carga alinha com a base da moldura da porta mas a altura é considerável. A chapeleira está articulada com o portão.

Em termos de dinâmica este T-Cross equipado com o conhecido tricilíndrido da VW é marcado pela escolha de uma caixa manual de seis velocidades com relações longas. É a solução óbvia para valorizar os consumos de um motor reconhecido pela honestidade neste capítulo face aos seus pares – é o menos guloso de quantos conheço!7

Despachadinho e muito composto

A opção, como é natural, faz-se sentir na condução. O T-Cross nesta versão de 115 cv (também há só com 85 cv…) é despachadinho, mas quem tiver pretensões a uma condução mais viva vai ter de recorrer com frequência ao seletor das velocidades. As recuperações são honestas para os 200 Nm de binário máximo, mas não surpreendem – nem podiam… As prestações estão de acordo com as expetativas: 10,2 segundos de 0 a 100 e 193 km/h em velocidade de ponta.

Quanto ao comportamento em curva nada a dizer. Um SUV muito composto este T-Cross. A altura é muito bem compensada pela suspensão com aquela filosofia de firmeza muito germânica. A direção está bem trabalhada e a frente segura-se bem naquelas zonas onde se exige mais do T-Cross, o qual nessas situações dá nota de um desembaraço merecedor de nota positiva e ajuda a ganhar confiança e a pensar que seria sempre possível um nadinha mais… houvesse mais potência.

A filosofia da suspensão, assente na plataforma do Polo (…do Arona e do Kamick também), implica que o conforto atrás não seja referencial; os próprios bancos são pouco “absorventes”.

Consumos interessantes

No que respeita aos consumos, em autoestrada registei 5,9 litros aos 100, respeitando os 120 km/h, em utilização normal o computador de bordo andou entre os 6,2 e os 6,4 e próximo dos 7 litros quando exigi mais do motor e houve mais recurso à caixa. No final da minha jornada, eram indicados 6,8! A média de longo prazo registada para mais de dois mil quilómetros e muitos tipos de condução era de 6,1.

A versão Live tem equipamento interessante, incluindo cruise-control adaptativo, faróis de nevoeiro, travagem autónoma de emergência, sensor de ângulo morto e sistema de manutenção na faixa de rodagem. O pacote Laranja Energetic (730 euros), além da roupagem acrescenta os referidos bancos dianteiros desportivos com apoio lombar regulável, jantes de 17 polegadas e vidros traseiros escurecidos. Como extras, havia ar condicionado automático (357 euros), retrovisores exteriores rebatíveis eletricamente (161 euros), sensores de estacionamento à frente e atrás (466 euros), assistente de máximos (147 euros) navegação Discover Media (524 euros). Faz diferença, é claro, mas tudo somado dá 2 386 euros e leva o preço para os 25 695 euros.

Um SUV interessante este VW T-Cross na versão 1.0 três cilindros de 115 cv. Vistoso e compacto, espaço razoável, boa dinâmica assente na tradicional firmeza alemã, despachadinho e económico, está bem equipado e tem um preço competitivo.

FICHA TÉCNICA

Motor: 999 cc, três cilindros, injeção direta, turbo, intercooler, start/stop

Potência: 115 cv/5500 rpm

Binário máximo: 200 Nm/2000-3500 rpm

Transmissão: caixa manual de seis velocidades

Aceleração 0-100: 10,2 segundos

Velocidade máxima: 193 km/h

Consumo: média – 5,9 l/100

Emissões CO2: 133 g/km

Bagageira: 385/455/1281 litros

Preço: 25 695 euros, versão ensaiada; Life, 23 308 euros; desde 18 711 euros.