O novo Toyota Aygo está aí, sem primos franceses mas com algumas familiaridades, o mesmo princípio e outra abrangência na utilização, sobretudo maior e ainda apenas com um motor de combustão, o conhecido três cilindros 1.0 de 72 cv. Convence na experiência ao volante, é melhor, menos no preço, desde 16 490€.
Manter um citadino não elétrico (mesmo que a solução esteja a caminho…) foi a decisão da Toyota a pensar sobretudo nos europeus e com um Aygo ainda construído no Velho Continente. Poderá surpreender, mas a procura de um citadino barato e essencialmente apontado para uma clientela jovem, continua, para mim, a fazer sentido. E como os japoneses não brincam em serviço, as contas, seguramente, foram feitas.
Por isso, o novo Aygo, agora com um X de Cross para se ajustar à classificação de crossover, foi buscar a plataforma do Yaris (reduzida 1,3 cm) e acaba por herdar metade das peças da versão anterior e, claro, o mesmo motor tricilíndrico atmosférico que pode receber uma caixa manual de cinco velocidades um uma CVT de dimensões mais reduzidas.
Com outra presença, maior e mais espaçoso, melhor na comodidade e eficácia, imagem jovial, despachado e ágil, motor atmosférico de três cilindros 1.0 de 72 cv, o novo Toyota Aygo X afirma-se como crossover e deve ser olhado como um citadino competente
Boa presença e caráter, mais elaborado e conseguido na imagem que segue o tema do hexágono, para o meu gosto, jovial e com uma paleta de cores interessante que não dispensa os “obrigatórios” bitom o Toyota Aygo X ganhou outro peso e afirmação – é menos um carrinho… – com o aumento de 23,5 cm no comprimento, 12,5 cm na largura e 5 cm na altura. São diferenças significativas, às quais se juntam mais 9 cm na distância entre eixos e uma altura ao solo elevada em 11 cm, o que lhe permite apresentar-se com um crossover aberto a outras possibilidades de utilização.
Melhor habitabilidade e mais conforto
Os reflexos destas alterações fazem notar-se na posição de condução mais elevada e numa melhoria da habitabilidade, que mesmo sem trazer uma revolução no espaço permite níveis de conforto superiores. Isto se excetuarmos os maus pisos, sobre os quais pode fazer diferença o facto de ter guiado uma versão com jantes de 18 polegadas, mais impressivas à vista e que até casam bem com o Aygo X, mas podem implicar outras consequências.
Acesso fácil, espaço razoável no banco traseiro, suficiente para as pernas (os pés passam sob os banco dianteiros), bom em altura interior, só é pena que os vidros traseiros abram em compasso, mas a estética do carro, o posicionamento do fecho das portas e as rodas bem puxados aos extremos, complicava, por certo, outra solução. A bagageira, ainda atrás do grande vidro traseiro que serve de portão, é o que pode ser, tem 269 litros de capacidade e um plano de acesso alto e bastante desnivelado com o fundo.
O ambiente a bordo continua a ser dominado pelos plásticos, nem outra coisa seria de esperar neste segmento, mas a construção respeita os bons costumes da Toyota e inspira confiança. O estilo aposta num design jovem e simples com o uso da cor em torno do ecrã central (sete a nove polegadas) a trazer agradável refrescamento.
Agradável de conduzir e desembaraçado
Quanto à máquina, despachadinha e muito ágil, claro, agradável de conduzir. Experimentei neste primeiro contacto duas versões de caixa manual de cinco velocidades, sempre com o “toque” especial Toyota. Escalonamento simpático, primeira e segunda curtas, daí para cima a preocupação dos consumos a ditar lei. Sem grande penalização registe-se, porque o Aygo X “aguenta-se” bem com um binário mais efetivo do que os números podem fazer admitir, o que até leva a pensar que a potência é superior. Está bem de ver que não é um repentista (14,9 segundos de 0 a 100), nem um velocista (159 km/h em velocidade de ponta), mas também se mostra equilibrado nos consumos.
A direção tem o “peso” acertado, só é pena que num citadino com tão boa posição de condução o volante não seja regulável em profundidade. A suspensão permite condução desenvolta em curva e a altura, considerável, não penaliza o comportamento. Os travões dispensam reparos.
O Toyota Aygo X é proposto em quatro versões: Play, Pulse (este com opção CVT e tejadilho night sky), Envy e Limited (ambos com tejadilho de abrir em lona). Todos incluem o pacote de segurança TSS 2.5, o que significa: sistema de pré-colisão, deteção de peões (também à noite) e ciclistas durante o dia, cruise control inteligente, assistência de condução, reconhecimento de sinais de trânsito, máximos com controlo automático, câmara de estacionamento. De acordo com as versões o ar condicionado é manual ou automático e as jantes de 17 ou 18 polegadas. Luzes de circulação em LED, navegação, carregador wireless, vidros escurecidos e sensores de chuva e estacionamento surgem nas versões mais equipadas
Com outra presença, maior e mais espaçoso, melhor na comodidade e eficácia, imagem jovial, despachado e ágil, motor atmosférico de três cilindros 1.0 de 72 cv, o novo Toyota Aygo X afirma-se como crossover e deve ser olhado como um citadino competente.
FICHA TÉCNICA
Toyota Aygo X
Motor: três cilindros, 998 cc, injeção direta
Potência: 72 cv/6 000 rpm
Binário máximo: 93 Nm/4 400 rpm
Transmissão: caixa manual de cinco velocidades ou S-CVT
Aceleração 0-100 km/h: 14,9 s (14,8 s*)
Velocidade máxima: 158 km/h (151 km/h*)
Consumo: misto – 4,8 l/100 km (5 l/100 km*)
Emissões CO2: 108 g/km (113 g/km*)
Peso: 1 065/1 070 kg (1 090 kg*)
Dimensões: c/l/a – 3 700/1 740/1 525 mm
Bagageira: 269 litros
Preço: 16 490€ até 20 780€
*Valores para versões com caixa S-CVT