Mais motor, maquilhagem desportiva, suspensão otimizada, direção afinada e aí está o Toyota C-HR 2.0 GR Sport. Para mim, com uma notória evolução ao nível da caixa de velocidades, sempre a eCVT que me pareceu mais silenciosa e menos “arrastada” na progressão. Sobe o preço (40 410€), também os consumos, ainda assim comedidos e a fazer jus à eficiência dos híbridos do construtor nipónico.
Sobre e C-HR está tudo dito. O SUV de linhas modernaças da Toyota continua a ser um exemplo do produto conseguido. Para receber a sigla GR, da Gazoo Racing, surge com o motor 2.0 de 184 cv e 190 Nm de binário que lhe permitem uma alma que não tem comparação com a do conhecido 1.8 de 122 cv. O motor é de ciclo Atkinson atinge uma eficiência térmica máxima de 41% – o nível mais alto do mundo para motores a gasolina produzidos em série – e ultrapassa até os 40% do motor de 1.8 litros da quarta geração do Prius.
É na capacidade de aceleração que a diferença mais se faz sentir: 8,2 segundos de 0 a 100 contra 11 segundos, o binário a dar uma ajuda, a tornar as ultrapassagens mais fáceis e o modo Sport a contribuir para uma condução mais viva, com a eletrónica a atuar. Modo Sport que se aciona com um toque no seletor das marchas e que permite seis velocidades virtuais. De todo o modo, convém deixar claro que as prestações, incluindo a velocidade máxima de 180 km/h, estão longe de ser de arrasar. É a filosofia dos híbridos Toyota, incontestável se atendermos aos números das vendas em todo o mundo…
O Toyota C-HR 2.0 GR SPORT, vale por aquilo que é, a opção de imagem desportiva do conhecido SUV nipónico, mas os retoques na suspensão e na direção contribuem para dar outra eficácia aos 184 cv de um automóvel com prestações normais e consumos razoáveis
O sistema Hybrid Dynamic Force de quarta geração e 2.0 litros, explica a marca nipónica, possui uma caixa híbrida com nova configuração que oferece desempenho mais eficiente, dimensões mais compactas e peso reduzido. Foi adotado um conjunto de engrenagem com os dois motores/geradores elétricos colocados em vários eixos para reduzir o comprimento total do eixo de transmissão. A caixa híbrida abriga quatro componentes: dois geradores de motores elétricos; uma única engrenagem planetária; e outra de redução para a transmissão final.
Comportamento beneficiado por retoques na suspensão e direção
O sistema eCVT, aqui a revelar a continua progressão, com funcionamento mais silencioso e menor sensação de arrasto, não é, como se sabe, exemplo de rapidez, sobretudo se exigirmos um andamento vivo ao C-HR GR Sport. Mas deixando que a caixa de variação contínua cumpra o seu papel, a verdade é que a excelência do chassis deste Toyota combinada com o baixo centro de gravidade, uma suspensão mais apurada (os amortecedores são outros) e uma direção retocada garantem eficácia e condução divertida. E percebemos facilmente que este GR, nos encadeados de curvas mais exigentes, tem agilidade suficiente, não adorna em demasia e faz as coisas depressinha, alimentando a confiança. Os pneus Continental Premium 6 Contact (225/45) contribuem para o desempenho. A diferença é notória para o 1.8.
Como não podia deixar de ser, esta disponibilidade tem custos no consumo se quisermos dar valor à sigla GR. Em ritmo de passeio, mesmo com quatro pessoas a bordo, marcou 5,1 l/100 no computador de bordo; em autoestrada, respeitando os sacramentais 120 km/h, cravados no cruise control adaptativo, a média foi de 5,3. Mas quando se pisa mais forte no acelerador e se imprimem outros ritmos, o consumo dispara e dai uma média final de 5,8 l/100 para cerca de 420 quilómetros. Segundo o computador de bordo, cumpri metade da distância em modo elétrico! Razoável e, arrisco-me a dizer, ainda assim ao alcance de poucos híbridos em andamento semelhante.
Bom ambiente, janelas pequenas atrás e insonorização invulgar
Passando à vivência dos aspetos práticos, antes de entrar, registo para a posição muito elevada dos (originais!) puxadores das portas traseiras e para o acesso que estas facultam, longe de ser brilhante. O habitáculo é simpático, simples e surpreende ainda a instrumentação analógica. Destaca-se, claro, o grande ecrã tátil no topo do tablier. Os materiais fazem jus à melhor escola japonesa, com plásticos dúcteis, agradáveis ao toque. Ao volante sentimo-nos bem, os bancos desportivos – neste caso em alcantara e pele com a sigla GR gravada – ajudam, a ergonomia dispensa reparos, tudo à mão. O ecrã digital coloca os problemas do costume: mantém grafismo desactualizado e os antiquados gráficos de barras. Atrás, o espaço é bom para quatro, normal; mais complicada a sensação de clausura causada pelo efeito da cintura alta conjugado com as janelas pequenas. Vá lá que estas abrem. É a solução estética a condicionar outro conforto a bordo… e a desaproveitar um pouco a insonorização invulgar a este nível da oferta.
A maquilhagem que faz a diferença contempla jantes em liga de 19 polegadas, tejadilho Night Sky e aplicações em piano black. No interior os bancos em pele e alcantara com a sigla GR ajudam à imagem desportiva e contam com ajustes elétricos. Não falta um sistema de som JBL com nove colunas.
Em termos de equipamento, acrescem faróis e óticas traseiras em LED, dispositivos como o assistente de condução inteligente, cruise control adaptativo, reconhecimento de sinais de trânsito e sistema de aviso pré-colisão, comandos multimédia no volante em pele, ar condicionado automático, sensores de chuva e luz, máximos automáticos, câmara de marcha atrás e vidros escurecidos.
O Toyota C-HR 2.0 GR Sport, vale por aquilo que é, a opção de imagem desportiva do conhecido SUV nipónico, mas os retoques na suspensão e na direção contribuem para dar outra eficácia aos 184 cv de um automóvel híbrido com prestações normais e consumos razoáveis.
FICHA TÉCNICA
TOYOTA C-HR 2.0 GR SPORT HYBRID
Motor: 1987 cc, Atkinson, injeção sequencial
Potência: 184 cv
Binário: 190 Nm/4400-5200 rpm
Transmissão: eCVT com seis velocidades virtuais
Módulo elétrico: motor de magneto permanente, 80 Kw, 202 Nm
Bateria: hidretos metálicos de níquel, 180 módulos, 216 V; bateria híbrida, 6,5 Ah
Aceleração 0-100: 8,2 s
Velocidade máxima: 180 km/h
Consumos: média – 5,3 L/100
Emissões CO2: 119 g/km
Capacidade da mala: 358 litros
Preço: 40 410€. Toda a gama tem sete anos de garantia