Frente autoritária reforça a presença do grande SUV nipónico (Foto Toyota Media Center)

Bem esculpido, sóbrio, as jantes de 20 polegadas são a medida certa (Foto Toyota Media Center)

Grande portão tem formas bem resolvidas (Foto Toyota Media Center)

Apesar das grandes dimensões, um SUV com proporções equilibradas (Foto Toyota Media Center)

Design simples nem sempre é tão bem sucedido (Foto Toyota Media Center)

Ecrã tátil de 12,3 polegadas melhorou no grafismo mas ainda tem informação difícil de ler (Foto Toyota Media Center)

Head-up display não falta nesta versão topo de gama (Foto Toyota Media Center)

Consola contempla porta copos, seletor, comando dos modos de condução e o travão de parque (Foto Toyota Media Center)

Consola integra apoio de braços que cobre carregador wireless e grande caixa (Foto Toyota Media Center)

Bolsas nas portas oferecem razoável capacidade (Foto Toyota Media Center)

Excelentes bancos em pele perfurada, aquecidos e refrigerados (Foto Toyota Media Center)

Na configuração cinco lugares, passageiros do banco traseiro viajam num salão (Foto Toyota Media Center)

Banco central avança 18 cm para facilitar acesso à terceira fila (Foto Toyota Media Center)

Lugares traseiros são encaixados" no fundo da bagageira (Foto Toyota Media Center)

Com sete lugares sobram 332 litros para bagagem (Foto Toyota Media Center)

Aproveitando todo o espaço, há 1990 litros de capacidade para carga (Foto Toyota Media Center)

Bem defendidos os grupos óticos que recebem os LED diurnos e contemplam máximos automáticos (Foto Toyota Media Center)

Muito simples a solução encontrada para as luzes traseiras (Foto Toyota Media Center)

Jantes de 20 polegadas incluem solução para refrigerar os travões (Foto Toyota Media Center)

Quatro cilindros 2.5 funciona no ciclo Atkinson e é "ajudado" por dois motores elétricos, um por eixo (Foto Toyota Media Center)

Uma designação que tardou a chegar ao mercado europeu (Foto Toyota Media Center)

É o maior SUV da Toyota, vai na quarta geração e percebe-se a razão de ter tardado a sua introdução na Europa. O Highlander é “a medida” americana, entre nós, terá expressão comedida, com certeza. Mas este híbrido com tração integral e sete lugares deixa boas marcas em quem o conduz. O conforto e o espaço, por exemplo, não se esquecem e os consumos são interessantes. Os preços começam nos 65 990 euros. Mas tem outra graça com as mordomias todas…

Esculpido q.b. na tradição nipónica, formas suavizadas quebradas pele dianteira autoritária, mais sóbrio do que é habitual, o Toyota Higlander imana a imagem de força e robustez própria do grande SUV com quase cinco metros (4,96m). O estribo nas portas e as grandes jantes de 20 polegadas contribuem para esta expressão do automóvel que aproveita a plataforma do RAV4 mas tem mais 35 cm do que este…

No interior, pontificam a cuidada montagem habitual, uma boa conjugação de materiais, ainda qua alguns plásticos liguem mal com o ambiente luminoso e agradável. O design tem a virtude da simplicidade e destaca o contraste das inserções a imitar madeira (tablier, consola e portas). Há espaços de sobra para arrumos e os bancos em pele perfurada, pespontados  a exemplo das junções do tablier, são excelentes.

É mesmo um grande SUV este Toyota Highlander que eleva a chancela Toyota a patamar elevado. A vantagem de ser híbrido proporciona consumos interessantes, as prestações são o suficiente, espaço e comodidade não faltam e o preço vai do aceitável ao luxo das mordomias

Duas notas: pela positiva, a grande consola, com apoio de braços em pele, que integra o carregador wireless para o telemóvel; pela negativa, a surpresa da instrumentação analógica no painel de instrumentos. Surpresa maior quando não falta o Head-Up Display projetado e contamos com um ecrã central tátil de 12,3 polegadas. Este, já melhorado em alguns aspetos do grafismo, mas, teimosamente digo eu, com informação nem sempre de leitura fácil, como aquela que surge sob a forma de gráficos de barras e nos mostra os resultados da condução e a eficiência do sistema híbrido. Num país de tecnologia, há coisas que custam a aceitar… Pena, também, a distância para o volante multifunções, a não facilitar a utilização do ecrã.

Do salão aos sete lugares sem milagres

Quanto ao espaço, já se sabe: um verdadeiro salão na configuração de cinco lugares; menos desafogo quando a segunda fila tem de avançar (e move-se 18 cm na longitudinal) para permitir a armação dos dois lugares traseiros, ocultos sob o piso e nivelados com ele. Lugares que não são para todos, já se sabe, acesso “trabalhoso” e, no caso, também alguma penalização devido à inclinação do tejadilho.

A bagageira vai dos limitados 332 litros de capacidade (27 sob o piso) com as três filas em uso aos 658 com cinco lugares. Rebatendo os bancos do meio (60×40) dispõe de 1909 litros e até pode pensar em “fazer mudanças”… O plano de carga facilita a utilização do compartimento ao alinhar com a moldura do portão, elétrico, claro, e acionável também com o pé.

E a máquina? Pois bem, o Toyota Highlander Hybrid Dynamic Force recorre a um quatro cilindros 2.5 (ciclo Atkinson, claro) que é acompanhado por dois motores elétricos, um por eixo (134 e 270 kW, respetivamente), solução que assegura a tração integral (AWD-i) e uma potência combinada de 248 cv. O sistema híbrido, de funcionamento exemplar e convincente na capacidade de regeneração, como é timbre na Toyota, passa por baterias de hidretos metálicos de níquel (288 V e 6,5 Ah), colocadas sob a segunda fila de bancos.

Duas toneladas têm de fazer diferença

O peso, e falamos de um SUV com duas toneladas, faz-se sentir, e a caixa CVT, com a opção manual proporcionando seis velocidades virtuais que até funcionam satisfatoriamente, dá sinais sonoros da sua presença, sobretudo se utilizarmos o modo Sport (os outros são Normal, Eco e Trail) e não tratarmos o acelerador com “deferência”. Com esse cuidado minimiza-se aquela sensação de arrasto comum da solução e a sua “musicalidade”. Nada que surpreenda, não “é defeito, é feitio” e os Toyota continuam a vender-se aos milhões equipados com estas transmissões.

Surpresa é a agilidade que, apesar das dimensões, este Highlander revela. As zonas muito sinuosas, naturalmente, estão longe de ser o seu terreno preferido, mas a verdade é que ele garante resposta satisfatória, até porque o sistema de controlo de rolamento com binário variável atenua mesmo o nível de balanceamento da carroçaria, o qual é natural nestes quase cinco metros se automóvel, e ainda reduz o levantamento do capô em situações de forte aceleração. Benesses eletrónicas!

O sistema AWD-i é ajuda a considerar, tem gestão automática, só se dá por ele através da indicação do modo de funcionamento no ecrã central e no painel de instrumentos. Tração dianteira na maior parte do tempo, pode transmitir até 1300 Nm de binário às rodas traseiras (a distribuição chega aos 20:80), contribuindo para melhorar desde o arranque à aceleração em estradas escorregadias. Convence!

Estradista por excelência, este é um SUV feito para rolar em ambiente de grande comodidade, proporcionada por uma suspensão muito bem afinada. Como a direção, com conta peso e medida para ajudar numa condução que atinge patamar elevado de agradabilidade. Os travões também cumprem e beneficiam, pela primeira vez, de um canal de arrefecimento proporcionado pelas jantes que a Toyota rotula de ventilação aerodinâmica.

Prestações aceitáveis, consumo razoável e muito equipamento

No que respeita às prestações, nada que surpreenda, é verdade, a aceleração não contempla repentismos, ainda assim, é razoável, com tanto peso, uma aceleração de 8,3 segundos de 0 a 100. São normais num híbrido os 180 km/h em velocidade de ponta, ou até os 125 km/h no modo elétrico que, como habitualmente, pode ser forçado.

No fora de estrada, será um SUV para os grandes estradões, mas apto para alguns desafios, beneficiando da altura ao solo: 20,2 cm.

Quanto a consumos o resultado final andou “em cima das promessas” da Toyota para o ciclo combinado: consegui 7,2 litros aos 100 num percurso variado de 230 quilómetros. Em ritmo de passeio, com quatro pessoas a bordo, o computador de bordo registou 6,4 e em autoestrada, com o cruise control inteligente nos 120 km/h o resultado foram 6,5 litros aos 100.

A versão que guiei designa-se Toyota Highlander 2.5 Hybrid, Dinamic Force Premium AWD-i, é o topo de gama e oferece um extenso rol de equipamento. Desde logo, o pacote Safety Sense – pré-colisão (contempla deteção noturna de peões e ciclistas), deteção diurna da aproximação de veículos, com assistência de direção de emergência e de viragem em cruzamentos, cruise-control adaptativo com redução de velocidade em curva, assistência de condução inteligente, reconhecimento de sinais, máximos automáticos, alerta de saída de faixa. Além disto, Head-Up-Display, câmara de marcha atrás e visão 360 graus, ecrã tátil de 12,3 polegadas, navegação, bluetooth, carregador wireless, sistema de som JBL com 11 colunas e, claro, ar condicionado automático, volante multifunções aquecido, bancos em pele perfurados, aquecidos (também atrás) e refrigerados com comando elétrico, portão elétrico, jantes de 20 polegadas e tejadilho panorâmico (opcional). Por tudo isto, mais 8 900 euros e um preço final de 74 890 euros! As mordomias pagam-se…

É mesmo um grande SUV este Toyota Highlander que eleva a chancela Toyota a patamar elevado. A vantagem de ser híbrido proporciona consumos interessantes, as prestações são o suficiente, espaço e comodidade não faltam e o preço vai do aceitável ao caro pelo luxo das mordomias.

FICHA TÉCNICA

Toyota Highlander 2.5 Hybrid, Dinamic Force Premium AWD-i

Motor: 2487 cc, gasolina, injeção direta e indireta + dois motores elétricos síncronos de magneto permanente – 134 kW, à frente; 270 kW, atrás

Potência combinada: 248 cv/6000 rpm

Binário máximo: 239 Nm/4300 rpm

Bateria: hidretos metálicos de níquel (228 V/6,5 Ah)

Aceleração 0-100: 8,3 segundos

Velocidade máxima: 180 km/h

Transmissão: 4×4, caixa CVT, com opção manual de seis relações virtuais

Consumo: combinado – 7,1 L/100 km

Emissões CO2: 160 g/km

Peso: 2000 kg

Dimensões: (c/l/a) – 4966/1930/1755 mm

Bagageira: 332/658/1990 litros

Preço: €74 840, versão ensaiada; desde, €65 990