Alvo de uma ligeiríssima cosmética, melhorias ao nível da qualidade percebida e enriquecido em termos de equipamento de segurança, o Suzuki Vitara é mais uma proposta limitada à gasolina. No caso, recebe o três cilindros 1.0 Boosterjet de 111 cv e o 1.4 com igual designação e 140 cv. Ambos podem dispor das quatro rodas motrizes e transmissão automática de seis velocidades. Com preços a partir dos 17 100 euros, aí está uma proposta a ver com atenção pelos adeptos dos SUV.

O Vitara é um carro com história, ainda hoje, ao fim de quatro gerações, o “best-seller” da Suzuki em Portugal. Reconhecer a nova oferta vai pouco além do pormenor. Mudou a grelha cromada, há uns pequenos embelezadores no mesmo material em torno dos faróis de nevoeiro e que envolvem os luzes diurnoas, cresceram os grupos óticos traseiros, em LED, pois claro. E há jantes de 17 polegadas, duas escolhas com design simpático.

Até custa falar em restyling numa operação ao estilo daquele princípio segundo o qual em equipa que ganha não se mexe… Mais importante para mim é a melhoria da qualidade percebida no interior, onde a preponderância dos plásticos surge amenizada pelo recurso a materiais mais agradáveis ao tato. O estilo continua a ser muito simples e banal, com as aplicações em cinza a quebrarem a monotonia, para o que também contribuem os novos revestimentos dos bancos de desenho misto. Nada de luxos, verdade, mas melhor, mais cuidado e agradável à vista, até por ser possível a personalização.

O retocado Vitara traz um conjunto de propostas interessantes para um SUV que se assume como um compromisso muito concorrencial em termos de preço, agora mais valorizado pelo acréscimo de equipamento e uma melhoria na qualidade…  Vale a pena ver!

Um ecrã de 4,2 polegadas, a cores, no painel de instrumentos e um relógio digital entre as saídas de ar no topo do tablier, trazem mais modernidade e um toque de outro nível ao ambiente de um habitáculo luminoso e honesto no que respeita ao espaço. A meio, dominador, o ecrã de 7 polegadas, mirrorlink e compatível com os smartphones, sejam Android ou IOS. Continua a enquadrar a consola que, nas versões 4×4, recebe o comando dos quatro modos de condução.

No que respeita à bagageira, a capacidade continua a passar por números vulgares, entre os 375 e os 710 litros, com o banco traseiro (60X40) rebatido.

Segurança privilegiada

A segurança é dos aspetos que sai a ganhar com a renovação e conta com três novidades na Suzuki: sistema de reconhecimento de sinais, detetor de ângulo morto e alerta de tráfego posterior (velocidades inferiores a 8 km/h). Além disso, Dual Sensor Brake Support, controlo de travagem de emergência, com reconhecimento de peões, cruise-control adaptativo, alerta e assistente de mudança de faixa e aviso anti-fadiga.

A conjugação de tudo isto com as novas motorizações propõe compromissos diferentes e interessantes. Como se espera, o motor 1.4 tem outra desenvoltura e “encaixa” muito bem binário e potência no conjunto. O três cilindros de 111 cv cumpre a ponto de, às vezes, até superar as expetativas, sobretudo depois de vencida alguma vulgaridade a baixa rotação. Vibrações e ruído estão bem camuflados. Para quem faz contas ao consumo, posso dizer que, com duas pessoas a bordo, em percursos semelhantes e a velocidades idênticas, no respeito dos limites, o mais potente deixou registada a média de 7,4 litros aos 100 no computador de bordo, enquanto o três cilindros se ficou pelo 6,7, valor interessante quando se sabe que, de um modo geral, estas motorizações não costumam ser exemplo de economia.

O Vitara continua a ter um excelente pisar e a curvar muito bem, com uma suspensão que gere bem o binómio eficácia-conforto. É agradável de guiar e a altura da carroçaria não causa preocupações. Fora de estrada, num curto trajeto, ficou provado o que já se sabe: este é um SUV que, dotado do sistema 4WD AllGrip e com o controlo de descida, permite algumas “habilidades” longe do alcatrão. Disponibiliza quatro modos de condução (Auto,Sport, Snow e Lock) para uma escolha que, no momento, fará sobretudo sentido para quem tem de enfrentar situações climatéricas com gelo e neve…

Três níveis de escolha

A Suzuki vai dividir a oferta por três níveis: GL, GLE e GLX.  O primeiro limita-se ao 1.0 4X2 numa oferta basicamente para apresentar um preço baixo, os tais 17 100 euros. A proposta intermédia, faz jus ao posicionamento da “virtude”: jantes de 17 polegadas, retrovisores exteriores aquecidos, câmara traseira, cruise-control e limitador de velocidade, vidros escurecidos, faróis de nevoeiro, luzes diurnas em LED e nas versões 4WD cruise-control adaptativo e controlo de descida de pendentes. A versão GLX acrescenta os médios em LED, regulação da altura dos faróis, jantes polidas, sensores de luz, chuva e estacionamento, navegação, arranque sem chave e teto solar panorâmico na versão 4WD de caixa automática e cruise-control adaptativo também no 4×2.

No que respeita a preços, e com uma campanha de 1300 euros até final do ano (+1400 com plano de crédito), o 1.0 GLE 4×2 custa 19 569 euros com caixa manual de cinco velocidades e 21 503 com transmissão automática; o 4×4, 22 090 e 23 908, respetivamente. Para o 1.4, a oferta mais barata é de 22 713 euros (GLE manual); depois só GLX – 24 916 euros (manual); 27 142 e 29 430 euros (4WD manual de 6 velocidades ou automático).

O retocado Vitara traz um conjunto de propostas interessantes para um SUV que se assume como um compromisso muito concorrencial em termos de preço, agora mais valorizado pelo acréscimo de equipamento e uma melhoria na qualidade, e carrega uma história que fala por si…  Vale a pena ver!

FICHA TÉCNICA

Suzuki Vitara 1.0 Boosterjet 4X2

Motor: 3 cilindros, 998 cc, injeção direta

Potência: 111 cv/5500 rpm

Binário máximo: 170 Nm/2000-3500 rpm

Transmissão: caixa manual de cinco velocidades ou automática de seis relações

Aceleração 0-100: 11,5 (12,5)*

Velocidade máxima: 180 km/h

Consumos: misto – 5,3 litros 100; estrada – 4,8; urbano – 6,2 (5,7/5,1/6,6) *

Emissões CO2: (121 g/km NEDC (129)*

Bagageira: 375/710 litros

Preço: desde 17 910 euros com campanha de 1300 euros até final do ano

*Valores com caixa automática

Suzuki Vitara 1.0 Boosterjet 4X2

Motor: 1373 cc, injeção direta

Potência: 140 cv/5500 rpm

Binário máximo: 170 Nm/5500 rpm

Transmissão: caixa manual ou automática, ambas  de seis velocidades;

Aceleração 0-100: 9,5 s

Velocidade máxima: 200 km/h

Consumos: misto – 5,8 litros 100; estrada – 5,1; urbano – 6,9

Emissões CO2: 131 g/km NEDC

Bagageira: 375/1710 litros

Preço: desde 22 173 euros, com campanha de 1300 euros até final do ano