Uma frente de impor respeito a contribuir para imagem poderosa (Foto Newsroom Jeep)

Linhas direitas, perfil simples a simplicidade emblemática (Foto Newsroom Jeep)

Pneu sobresselente "enche" o grande portão (Foto Newsroom Jeep)

Instrumentação e tablier muito valorizados (Foto Newsroom Jeep)

Informação específica de um eletrificado no ecrã tátil (Foto Newsroom Jeep)

Gestão do sistema híbrido em três botões no tablier (Foto Newsroom Jeep)

Ao lado do seletor da caixa automática, a alavanca para comando do sistema de tração (Foto Newsroom Jeep)

Costura do forro do volante dá conta do nível do acabamento (Foto Newsroom Jeep)

Tomada de carregamento junto ao pilar do para-brisas (Foto Newsroom Jeep)

O pack de baterias encontra-se debaixo do banco traseiro (Foto Newsroom Jeep)

Fora de estrada, os grandes caminhos deste Wrangler (Foto Newsroom Jeep)

Cada um é para o que nasce… e o Wrangler, mesmo eletrificado com uma solução híbrida plug-in, continua a fazer valer o facto de ser um Jeep e, daí, as aptidões conhecidas de uma dos mais eficazes veículos para o todo o terreno. Ponto! Querer que ele brilhe no alcatrão e assuma o papel de um confortável SUV é como tentar meter o Rossio na Betesga. Mas as coisas estão a mudar e o 4xe merece atenção pelo que trás ao mundo do TT.

O Wrangler 4xe é um poço de força com 380 cv. Para isso, acrescenta ao 2.0 turbo de 272 cv, com caixa automática de oito velocidades, caixa de transferências e três diferenciais, dois motores elétricos e um pack de baterias com 17,3 kWh, colocadas sob os bancos traseiros. A solução tem a originalidade de ambos os motores elétricos serem dianteiros: um substitui o alternador e funciona como “boost” suplementar; o outro, com 145 cv, além de substituir o conversor de binário, assegura a tração elétrica e responde às acelerações mais fortes. A tração integral passa pelo sistema 4×4 Command-Trac.

Como de costume, pode forçar-se o modo elétrico válido até uma velocidade de 130 km/h, guardar energia (e mesmo recarregar através do motor térmico) ou utilizar o funcionamento híbrido, que acaba por ser o mais vulgar. Três botões no tablier permitem a gestão.

Num Plug-in é natural avaliar a performance elétrica e foi o que fiz. Consegui, em meio urbano e suburbano, onde faz sentido, percorrer 38 quilómetros no modo elétrico quando o Wrangler me prometia 43 à partida (são anunciados 50 km). Nos primeiros 100 quilómetros, sem exageros, sozinho a bordo, o consumo foi de 8,6 litros/100 km, mais do dobro do anunciado. Acabada a carga, no modo híbrido, o computador de bordo acusou 9,2 incluindo um percurso de autoestrada cumprido aos regulamentares 120 km/h. Não me surpreendia se fossem apontados valores mais elevados…

Continua a ser um automóvel para entusiastas do TT e a eletrificação não diminui as capacidades do Jeep Wrangler 4xe. O sistema híbrido Plug-in funciona de modo a não merecer reparos, a autonomia elétrica é limitada e a economia pesa menos do que o desempenho ambiental. O preço é limitativo

A verdade é que, mesmo sendo de considerar, estes números pouco representam. O Wrangler 4xe só faz verdadeiramente sentido no fora de estrada e, aí, os valores de consumo andam por aqueles números que quem está habituado a essas experiências bem conhece. Importante é saber que, nessas condições, o sistema não penaliza o desempenho e o Wrangler continua a garantir o que a Jeep tem de melhor nos caminhos mais difíceis e na transposição de obstáculos. E, para isso, lá está a segunda alavanca ao lado do seletor… e alguma informação específica no ecrã tátil encaixado a meio do tablier.

No alcatrão a mais não é obrigado… um Jeep

No alcatrão, este Wrangler dá o que pode e em rigor a mais nem é obrigado, ainda por cima quando os pneus A/T que calçava tinham outra função, sobretudo privilegiar um desempenho pouco relacionado com o alcatrão. Chega a ser até injusto ir além da consideração de que este Jeep até melhorou no conforto em estrada, mesmo estando distante daquilo que alguns poderão esperar quando olharem para aquele tablier revestido a pele sintética e com um design e um nível de equipamento pouco comum num TT puro e duro. Logo, não tentem comparar com um SUV, até porque o silêncio a bordo é outro, os ruídos aerodinâmicos também fazem ouvir-se, a comodidade está a outro nível. Nada que possa surpreender.

A imagem é a de um Jeep e fica quase tudo dito. Estilo que remete para o imaginário da aventura, linhas a favorecer a certeza de muita robustez e resistência, vincadas pelos altos pneus em jantes de 18 polegadas. Linhas diferentes para entusiastas, com aquela frente esmagadora, as luzes redondas, a grelha de sete barras, o toque de modernidade das luzes diurnas horizontais e dos piscas nos proeminentes guarda-lamas. Depois é o perfil simples, o grande portão traseiro suportando o pneu sobressalente e aquela altura ao solo quer diz tudo sobre a natureza e aptidão do Wrangler.

Acabamento para valorizar a oferta

No interior, o trabalho desenvolvido no tablier revela uma preocupação conseguida de valorizar a oferta sempre diferente e especial. Ainda assim, a par de alguns “luxos”, como bons materiais, a já referida pele sintética pespontada, também não faltam os plásticos frios e duros nem a fibra branca a destoar de tudo nas “tampas” amovíveis da parte frontal do tejadilho feito de três placas rígidas. Ainda contam o roll-bar, a bagageira aberta, pormenores do Jeep com toque radical.

O espaço dispensa reparos, tanto à frente como atrás, onde encontramos um banco mais alto, dividido pela metade e debaixo do qual está o pack de baterias (os assentos giram sobre a fixação dianteira). O acesso, obriga, claro, a vencer um degrau…

Volante de dimensão generosas, como é natural, com boa pega, para uma direção obviamente bastante desmultiplicada, travões adequados, uma caixa de oito velocidades automáticas que dá boa conta do recado e aí está um Jeep mesmo jipe agora eletrificado. Deve ser só o princípio….

A versão comemorativa que conduzi é muito valorizada no equipamento, que inclui painel de instrumentos específico, ecrã tátil de 8,4” com informação adequada ao TT, navegação e compatibilidade com Apple CarPlay e Android Auto, sistema de som Alpine com oito altifalantes e subwoofer, câmaras de marcha atrás e frontal para off road, cruise control, também em TT com Selec Speed, nivelação automática dos faróis, ignição sem chave, iluminação Full Led, ar condicionado automático, estofos em pele, revestimento rígido na roda sobresselente, capota rígida de três peças na cor da carroçaria, jantes específicas de 18” com pneus A/T. Eram extras a pintura metalizada (1 100€), bancos dianteiros aquecidos (350), máximos automático (200€) Safety Pack (1 000€ – inclui travagem de emergência), sistema de assistência para atrelados (400€).

Enfim, continua a ser um automóvel para entusiastas do TT e a eletrificação não diminui as capacidades do Jeep Wrangler 4xe. O sistema híbrido Plug-in funciona de modo a não merecer reparos, a autonomia elétrica é limitada e a economia pesa menos do que o desempenho ambiental. O preço é limitativo.

FICHA TÉCNICA

Jeep Wrangler 2.0 TG 4xe 80th Anniversary

Motor: 1995 cc, injeção direta, turbo, intercooler + dois motores elétricos

Potência: 272 cv + 63 cv e 145 cv

Potência combinada: 380 cv

Binário máximo: 400 Nm + 53 Nm e 245 Nm

Binário máximo combinado: 637 Nm

Transmissão: integral; velocidade única

Aceleração 0-100 km/h: 6,4 s

Velocidade máxima: 156 km/h (130 m/h em modo elétrico)

Autonomia elétrica: 50 km

Consumo: média – 4,1 litros/100 km

Emissões CO2: 96 g/km

Peso: 2 383 kg

Dimensões: (c/l/a) – 4 822/1 894/ 1 901 mm

Bagageira: 533/1 910 litros

Preço: 82 504€, versão ensaiada; versão base, 78 100€