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Lexus LC, híbrido de exceção

Agressivo, grelha dominadora, originais grupos óticos, um desportivo especial no topo de gama da marca nipónica (Foto Lexus Newsroom)
Longo, também entre eixos, o LC 500 junta à elegância as proporções equilibradas (Foto Lexus Newsroom)
Escapes integrados, traseira robusta para um 2+2 muito esculpido (Foto Lexus Newsroom)
Formas complementadas por apurado trabalho na asrodinâmica de um coupé original (Foto Lexus Newsroom)
Simples e limpo, o interior não deixa de ser uma excelente interpretação do moderno luxo asiático (Foto Lexus Newsroom)
Bancos bem concebidos, confortáveis, garantem excelente apoio e suporte lateral (Foto Lexus Newsroom)
Ao lado do seletor da caixa automática CVT, "desdobrada" em dez velocidades, com as teclas do travão de parque e do modo EV, o plano do menos prático rato para controlo das funções do ecrã central (Foto Lexus Newsroom)
Os seis modos de condução escolhem-se num botão rotativo montado lateralmente na moldura do painel de instrumentos (Foto Lexus Newsroom)
No modo Sport S+, o painel de instrumentos digital reforça a imagem do conta-rotações (Foto Lexus Newsroom)
A mesma informação,outra apresentação, mais sóbria, no modo Comfort (Foto Lexus Newsroom)
Relógio analógico de ponteiros reais, o toque clássico num quadro simples mas high-tech (Foto Lexus Newsroom)
Inevitável o recurso aos materiais leves como a fibra de carbono, ou a sua sugestão (Foto Lexus Newsroom)
Tejadilho é construído em plástico reforçado com fibra de carbono, medida em favor da rigidez estrutural e da diminuição do peso (Foto Lexus Newsroom)
Fechos das portas são retráteis e acionados pelo sistema de comando à distância (Foto Lexus Newsroom)
Retrovisores espelham, também eles, o trabalho para melhorar a aerodinâmica (Foto Lexus Newsroom)
LED, como não podia deixar de ser, nos originais faróis dianteiros integrados num sistema de luzes automático (Foto Lexus Newsroom)
Assinatura luminosa traseira não dispensa o efeito 3D aplicado num estilo que parece replicar as óticas dianteiras (Foto Lexus Newsroom)
Defletor aerodinâmico traseiro pode ser acionado do interior e "ergue-se" automaticamente acima dos 80km/h (Foto Lexus Newsroom)
Jantes de 21 polegadas, são novidade e emprestam mais imponência ao Lexus LC 500h (Foto Lexus Newsroom)
Seis cilindros de 3.5 litros e motor elétrico, valem 350 cv combinados e estão instalados à frente (Foto Lexus Newsroom)
Radiografia do LX 500 h, bateria e tração atrás, montado sobre a nova e ultra-rígida plataforma GA-L (Foto Lexus Newsroom)

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É um coupé espetacular! Por fora e por dentro. Menos explosivo do que se espera de um desportivo com 359 cv. Também com uma suavidade de marcha impressionante e uma condução agradável e simplesmente eficaz. O Lexus LC 500h, híbrido pois claro, está num lote de produtos de exceção. Daqueles que deixam marca mesmo não sendo tudo perfeito. Um senhor automóvel. Pelo preço, também só podia ser: 132 mil euros…

O grande coupé, topo da gama da Lexus, pode ter o defeito de não ser discreto nem passar despercebido em lado algum, qualquer ambiente. Toda a gente olha. E há razão para isso: um conseguido exercício de uma escola de design reputada, mesmo que nem sempre bem sucedida em matéria de automóvel. Claro que não é este o caso. Agressivo, bem proporcionado – e  grande, quase 4,80 metros –, muito esculpido, é mesmo “uma peça”, estilo modernaço, sobre rodas.

No interior, vamos encontrar assim como que uma interpretação desportiva do luxo asiático. A exclusividade da pele, muita pele, alcantara de toque super para ajudar, acabamento irrepreensível, qualidade indiscutível, concretização desportiva e moderna do cockpit orientado para o condutor, a ideia de tudo no indispensável, um toque high-tech, seja no painel de instrumentos, com duas configurações, ou no rato tátil na consola que permite controlar as funções disponíveis no ecrã.

 o Lexus LC 500h embala-nos no prazer da condução. É tudo natural e fácil, tem a capacidade (suficiente!!!) de um automóvel com todas as letras, mesmo que lhe falte aquele espírito de grande máquina sugerido pela imagem. Nem é preciso

Disto é que não consigo gostar! Pouco prático o rato, menos direto na função, propenso a maiores distrações. Como também não gosto do grafismo utilizado, muito básico. Acresce que o sistema é pouco intuitivo e pobre na informação. Num carro assim, faz pouco sentido. É mesmo para rever, até à imagem de propostas de preço comum.

Despertar dos sentidos

Os outros sentidos é que despertam na vivência do ambiente a bordo. Respira-se classe, vive-se conforto e comodidade. Isto considerando quem vai à frente: ao volante, bem sentado e apoiado num banco bem concebido, em termos de apoio e suporte, posição de condução sem mácula; ao lado, com o espaço suficiente. Desafogo.

Quando se pensa nos lugares traseiros, então entramos na fantasia. O aspeto é convidativo, a prática exercício de contorcionismo. Esqueça, pois nem as crianças vão achar graça por mais sacrifícios que faça o passageiro da frente para disponibilizar espaço… A ideia do 2+2 não passa de referência de catálogo. É pena, mas não surpreende.

Para fechar o lado prático, registe que a bagageira é limitada. A colocação da bateria não ajuda: 172 litros de capacidade dá para um mínimo e há bem melhor neste estilo de oferta.

Usufruir de tudo isto num tração traseira propulsionado por um conjunto híbrido (trata-se do primeiro Multi Stage da marca, e daí não contar apenas a economia) que disponibiliza 359 cv de potência combinada, é uma experiência interessante. Ainda por cima porque à nobreza do seis cilindros de combustão (ciclo Atkinson) e 299 cv, combinado com um motor elétrico de 179 cv, com 348 Nm de binário máximo (ambos à frente a bateria atrás), se junta um sistema de transmissão automática de variação continua que funciona como uma caixa de dez velocidades – relações curtas e 10ª ao estilo de overdrive – e um eixo traseiro direcional (pode variar 2 mm) “associado” a um sistema autoblocante. A caixa ainda não me pareceu tão perfeita quanto o conceito, mas é mais um passo para convencer outro cliente que não o norte-americano. Menos musical e mais natural.

A conjugação desta receita no plano prático resulta eficiente. O Lexus LC 500h não é explosivo, faz 5 segundos de 0 a 100 com “souplesse” , o peso também não ajuda a grandes acelerações, recupera naturalmente, mais alma do que coração, a caixa vai passando sem hesitações nem repelões, e a verdade é que as coisas acabam por fazer-se mais depressa do que julgamos – e a velocidades que chegam a surpreender por irem muito além dos limites. Agrada mais do que deslumbra – mas convence.

Compromisso ajustado

O compromisso entre a comodidade e a eficácia da suspensão – há seis modos de condução: Eco, Comfort, Normal, Custom, Sport e Sport+ – proporciona diferenças sensíveis mas nem é preciso muito para impressionar. Este Lexus é fácil de guiar, revela-se um daqueles tração traseira muito bem comportados, que aceita, prontamente, as ordens do volante – e que bela direção tem (relação variável) – e se mantém no lugar, mesmo quando sujeito a transferências de massas mais exigentes. Não é daqueles em que se sinta a ameaça de a traseira ter tendência para querer colocar-se à frente… Sempre uma grande sensação de confiança, mesmo que, por exemplo, a travagem não tenha aquela propensão para o brutal que até seria de aceitar face a tanta potência. A questão é que acreditamos, e ele corresponde.

Corresponde até quando se passa ao modo Sport+ e se opta por gerir a transmissão através das patilhas no volante. Não se chega ao “sufoco” do convite à pilotagem – nem é essa a filosofia –, mas a afinação é outra coisa, porque descobrimos a pouca importância das dimensões e a diferença de uma plataforma que nos faculta um baixo centro de gravidade que casa na perfeição com a nossa posição o volante e ajuda a um equilíbrio quase perfeito do Lexus LC.

Assim a modos de um automóvel que nos embala no prazer da condução. É tudo natural e fácil, a capacidade (suficiente!!!) de um automóvel com todas as letras, mesmo que lhe falte aquele espírito de grande máquina sugerido pela imagem. Nem é preciso, afinal ele afaga-nos o ego.

Resta dizer que, enquanto híbrido, esta é uma proposta ao estilo do politicamente correcto. O consumo médio que consegui foi da ordem dos 8,5 litros aos 100. Apesar de tudo, razoável para um carro de 3,5 litros a gasolina e com 359 cv. Claro, quando passei ao modo Sport+ e explorei o outro lado do LC 500h, entrei, num ápice, na casa dos dois dígitos… Mas nem nos híbridos há milagres. Certeza, no entanto, que será sempre mais o consumo num atmosférico sem a ajuda do motor elétrico!

Em termos de equipamento, só se nota a falta das câmaras de 360 graus. De resto, praticamente tudo, em termos de segurança e facilidades. Um senho automóvel!

FICHA TÉCNICA

Lexus LC 500h Sport+

Motor: 3456 cc, seis cilindros, atmosférico

Potência: 299 cv/6600 rpm

Binário máximo: 348 Nm/4900 rpm

Motor elétrico:  132cv/300 Nm

Bateria: iões de lítio, 310 V, 44,6 kw

Potência combinada: 359 cv

Binário máximo: 348 Nm/4900 rpm

Transmissão: tração traseira, autoblocante, caixa CVT “desdobrada” em 10 velocidades

Aceleração 0-100: 5 s

Velocidade máxima: 250 km/h

Consumos: média – 6,5 litros/100; estrada – 6; urbano – 7,3

Emissões CO2: 145/148 g/km

Bagageira: 172 litros

Preço: 132 140 euros; desde 120 140 euros