Publicidade Continue a leitura a seguir

Nota alta para Honda Civic Type R

Grande e espetacular asa traseira marca a imagem do Type R (Foto Honda Newsroom)

Melhorias aerodinâmicas maquilham a dianteira (Foto Honda Newsroom)

Postura em estrada é esclarecedora quanto ao comportamento (Foto Honda Newsroom)

Pormenores de diferença para um estilo conhecido (Foto Honda Newsroom)

Painel digital dá relevo ao conta rotações e muda de cor no modo R+ (Foto Honda Newsroom)

Caixa manual de seis velocidades, curta e precisa (Foto Honda Newsroom)

Excelentes bancos desportivos enriquecem o ambiente (Foto Honda Newsroom)

Asa traseira foi alvo de trabalho elaborado para melhorar aerodinâmica (Foto Honda Newsroom)

Solução original com as três saídas de escape, a do meio responsável pela sonoridade que não agrada a todos (Foto Honda Newsroom)

Jantes de 20", pneus de baixo perfil, travões Brembo, combinação adequada (Foto Honda Newsroom)

Coração do desprtivo nipónico, um "senhor" motor de 2.0 litros a debitar 320 cv (Foto Honda Newsroom)

Uma designação com pergaminhos que, está anunciado, é para continuar (Foto Honda Newsroom)

Publicidade Continue a leitura a seguir

Pouco importa que a música do motor pudesse ser outra. O Honda Civic Type R continua a ter argumentos que fazem dele a máquina que não se esquece. Capacidade e poder, eficácia, estabilidade e comportamento, prestações e “guiabilidade” continuam a fazer dele um desportivo para apaixonados, pronto para o desafio. Gostar do arrojo da imagem pode ajudar, mas isso não é para todos, sobretudo os mais discretos… Fora isso, nota alta!

A Honda diz que o Type R não faltará na próxima geração Civic. E ainda bem. Os espécimes destas castas parecem condenados num horizonte cada vez menos longínquo e que nos promete automóveis muito potentes, velozes e rápidos também, mas diferentes…

O Type R 2021 mantém os genes que têm feito deste desportivo nipónico um produto especial, idolatrado por muito boa gente. E, apesar da fortíssima concorrência, na qual não falta qualidade, o Honda conserva pergaminhos e beneficia de estatuto especial.

É muito fácil perceber a razão. O 2.0 litros turbo com 320 cv e 400 Nm de binário, com uma caixa manual de seis velocidades, é um motor muito capaz, vivo, grande orquestra que arrasa especialmente no fortíssimo, mas deslumbra pela suavidade no pianíssimo… Mecanismo perfeito como bom relógio suíço!

Afinação do chassis, suspensão, direção, travões, eletrónica completam um pacote que só não será perfeito pelo som trabalhado do motor, menos natural para aquela receita tão bem condimentada. Mas o “tempero” acaba por deixar o pormenor para segundo plano.

Um desportivo sempre tentador este Honda Civic Type R, que permite gozar a expressão dos 320 cv e prestações a condizer, com um comportamento capaz de nos fazer sentir sempre seguros e convencidos de que ainda não chegámos ao limite… O estilo pouco sóbrio é que não será para todos

Encaixados numa bela bacquet, volante na dimensão certa, óptima pega valorizada pele forro me alcantara, direção direta vamos partir para uma experiência convincente. O Type R impressiona pela elasticidade, devora rotações com naturalidade impressionante num crescendo que nos embala e impõe respeito quando olhamos os números do velocímetro sempre a subirem na escala.

Sempre mais depressa e sem um queixume…

As prestações deixam perceber o que vale este Honda – 5,8 segundos de 0 a 100 e 270 km/h em velocidade de ponta – mas a prática conquista-nos a cada metro. Sempre, sempre mais depressa, sem um queixume, com aquele caixa curta e muito precisa, como é hábito a lembrar o “toque” das motos, a ajudar na adrenalina. Um verdadeiro desassossego.

Mas tudo isto ganha relevo naquelas zonas onde a condução é mais exigente, estrada estreita e ziguezagueante. Qual lapa, o Type R cola ao chão, curva com grande assertividade, bem depressa, e impressiona ainda na saída, brindando-nos com uma capacidade de aceleração que nos “dispara”, autenticamente, para a curva seguinte. Os travões revelam então a mordacidade suficiente para o complemento de uma segurança que nos faz pensar se, afinal, não vamos devagar e “aquilo” não de fazia mais depressa. Fazia! Basta que se adote uma toada que exige arrojo acima da média e se entre na fase da pilotagem, para a qual ele está, sem dúvida, preparado. E ainda falta “cortar” a eletrónica para experimentar a deriva da traseira… Um desafio constante e à descoberta dos limites.

Todo este brilhantismo é conseguido no modo R+, que faz diferença para o Sport que o Civic adota por defeito, e mais ainda para o Comfort, que minimiza um pouco a firmeza da suspensão e permite que os passageiros do banco traseiro nem se queixem do conforto. O compromisso possível…

Filosofia com “limite de idade”

De todo o modo, que fique claro, não é essa a filosofia do Type R+. Há um “limite de idade” para quem pretenda fazer dele automóvel do quotidiano. Será sempre um automóvel de suspensão firme, mas não perde, é verdade, a habitabilidade, que até surpreende na traseira para quem não está familiarizado com as versões “sociais” do Civic. E até a bagageira, com 420 litros, responde às necessidades de um modelo do segmento.

No que respeita a consumos, aspecto, por certo, pouco importante para os compradores, registo para a possibilidade de andar pelos 9 litros aos 100 (registei 9,1, num percurso com quatro pessoas a bordo e andamento de passeio), o que não deixa de surpreender pela positiva. Esquecendo a economia, 12/13 litros aos 100 de acordo com o entusiasmo…

A qualidade a bordo tem o selo japonês, há uns apontamentos mais requintados com pele (e as bacquets são forradas em alcantara, como o volante), mas também alguns plásticos menos sedosos e dúcteis. A montagem dispensa comentários.

O digital toma conta da instrumentação, mas já se nota algum peso do tempo na imagem e sobretudo no sistema de infoengtretenimenti, do qual era de pedir mais, como está a acontecer com a generalidade dos automóveis nipónicos.

Um estilo que não é para todos

Depois, preferencialmente, é gostar daquela asa traseira espetacular, um espanto para alguns, um exagero para outros, mesmo que ela seja mais do que um apêndice decorativo e aplique “downforce” considerável, reforçada pelas cortinas de ar criadas nas entradas de ar frontais.  Automóvel pouco sóbrio, com certeza, o Type R é enriquecido pelas jantes de 20 polegadas, com pneus de baixo perfil (cuidado nos maus pisos…) e apresenta ainda o emblemático sistema de escapes com três saídas (responsável pelo menor rugido do motor, quando a saída central entra em funcionamento a alta rotação). Um carro de pista para andar na rua… e que, como está bem de ver, nunca passa despercebido e desperta muita curiosidade, sobretudo dos mais jovens.

Quando chegar a hora de parar e estacionar, habitue-se: a brecagem é pequena e as manobras exigem sempre mais trabalho..

Resta dizer que este Type R tem o q.b. de equipamento. Suspensão adaptativa, bancos desportivos, volante forrado em alcantara, pedaleira em alumínio, a exemplo do punho do seletor de velocidades, três modos de condução, travão de parque elétrico, faróis Full-LED, ar condicionado automático, ecrã central de 7 polegadas com navegação e compatibilidade Android e Apple CarPlay, sensores de estacionamento e câmara traseira com guias, carregador wireless para smartphone.

Um desportivo sempre tentador este Honda Civic Type R, que permite gozar a expressão dos 320 cv e prestações a condizer, com um comportamento capaz de nos fazer sentir sempre seguros e convencidos de que ainda não chegámos ao limite… O estilo pouco sóbrio é que não será para todos.

 

FICHA TÉCNICA

Honda Civic Type R

Motor: 1996 cc, quatro cilindros, VTEC turbo

Potência: 320 cv/6 500 rpm

Binário máximo: 400 Nm/2 500 – 4 500 rpm

Transmissão: caixa manual de seis velocidades

Aceleração 0-100: 5,8 segundos

Velocidade máxima: 272 km/h

Consumos: misto – 8,5 litros/100 Km

Emissões CO2: 193 g/km

Dimensões: (c/l/a) – 4 557/1 877/1 434 mm

Peso: 1 551 kg

Bagageira: 420 litros

Preço: €52 190, versão base com campanha de financiamento