Frente elevada e bem elaborada evita o ar de chapão (Foto Honda)

Cintura alta bem vincada num SUV com toque de coupé (Foto Honda)

Barra de luz sobre um portão largo e bem esculpido (Foto Honda)

Tablier simples e ecrã central preponderante (Foto Honda)

Muita informação separada em três níveis e nada de botões físicos (Foto Honda)

Consola arrumada, com pouco prático teclado para o seletor de marcha (Foto Honda)

Bancos em pele sintética, debroados e com apoio razoável (Foto Honda)

Jantes de 18 polegadas, dimensão que equilibra as proporções (Foto Honda)

A porta de carregamento está bem dissimulada à frente (Foto Honda)

Tem uma designação esquisita, Honda e:Ny1, é o segundo 100% elétrico da marca, um SUV “grandinho” do segmento B e que aproveita bem o espaço. Promete 412 quilómetros de autonomia para 204 cv de potência e prestações honestas. Menos simpático é o preço: desde 54 750€.

Linhas escorreitas, bem parecido sem floreados, frente interessante a fugir ao chapão através de formas bem elaboradas, grelha inferior com pequeno defletor, entrada verticais para as cortinas de ar, faróis rasgados com sobrancelha ligados por uma barra negra, tem muito da imagem de família. Acrescenta um perfil de cintura alta, bem vincado, portas traseiras com abertura oculta na moldura dos vidros, tejadilho plano prolongado nas asas que encaixam no óculo bem inclinado a dar toque jovem e desportivo ao estilo de coupé.

Na traseira, não falta a barra de luz continua a cortar um portão generoso e modelado com gosto. Proteção negra a toda a volta, conta com jantes de 18 polegadas que compõem bem a imagem do carro proporcionado com 3,89 metros de comprimento. Tem um toque de diferença, no fundo um apuro muito típico da Honda. Interessante.

Nota para o facto de o e:Ny1 (New young) apresentar um novo logótipo da Honda, “H” mais estilizado, outro tipo de letra e usando a cor branca na frente, onde o emblema é mais preponderante. Será assim com todos os futuros elétricos da marca japonesa.

Um elétrico com o qual se estabelece empatia fácil este Honda e:Ny1. Prestações, conforto e espaço em bom plano para um SUV do segmento B, qualidade tradicional, autonomia interessante, dinâmica a fazer jus ao emblema. Nos preços, não há milagres: desde 54 750€

O interior junta a simplicidade do design ao modernaço próprio dos elétricos, espelhado num grande ecrã verticalizado (15,1 polegadas), tripartido e carregado de informação, que assume o protagonismo no ambiente, complementado por um um painel de instrumentos digital (10,25 polegadas), também muito gráfico e um volante multifunções de dimensão correta. Eles sabem fazer e são reconhecidos por isso!

Os bancos em pele sintética, debroados, com apoio lateral q.b. valorizam a sensação de conforto de um produto que tem a qualidade de acabamentos da escola japonesa, sempre bem encaixado pela Honda num design rigoroso no detalhe que mantém-se modelo exemplar de simplicidade, a partir de uma curiosa mescla de materiais, plástico incluído.

A consola bem arrumada e espaçosa, guarda aquele que é, para mim, o pormenor mais passível de crítica, a insistência da Honda nos sistemas de teclas para operar o seletor de marcha. Eu sei que uma automática de velocidade única é outra coisa, mas a solução, que até usa teclas diferentes na presunção de facilitar as coisas, designadamente nas operações de estacionamento, deixa muito a desejar. Insisto: a rever! Como aliás o “esquecimento” dos botões físicos, solução cada vez mais transversal.

Construído sobre uma plataforma nova dedicada a veículos elétricos que é estreia na Europa, aproveita bem a distância entre eixos (2,607 m) para oferecer habitabilidade razoável na traseira, valorizada pelo facto de os pés poderem passar sob os bancos dianteiros. Não há túnel, o apoio de braços central tem as virtudes e defeitos do costume, o acesso é fácil e não há problemas com a altura do tejadilho – para passageiros de estatura normal.

Bom pisar, dinâmica típica da Honda, o e:Ny1 revela-se um bom rolador capaz de autonomia razoável (Foto Honda)

A bagageira, boca larga, plano de cargo alto e com um desnível entre o fundo e a moldura do portão, aspetos menos positivos, tem capacidade razoável, sem deslumbrar: 361 litros até 1 136 com os bancos rebatidos (60/40).

Motor elétrico dianteiro montado sobre o eixo, integrando a unidade de tração e a transmissão, eficiência anunciada de 92% debita 204 cv e 310 Nm, o que permite ao e:NY1 acelerar de 0 a 100 km/h em 7,6 segundos e atingir os 160 km/h em velocidade de ponta. Normal.

A bateria de iões de lítio refrigerada a água, montada sob o piso, pesa 77,4 Kg. A capacidade é de 68,8 kWh (61,9 kWh úteis) e o consumo prometido é de 18,2 kWh/100 km para uma autonomia de 412 quilómetros.

Na minha experiência ao volante, consegui valores próximos em alguns percursos, mas a média geral, incluindo autoestrada e vias secundárias, cifrou-se em 19,7 kWh, o que significa, feitas as contas, uma autonomia de 314 quilómetros. O resultado foi conseguido maioritariamente utilizando o modo de condução ECO, logo com potência limitada, mas rolaer fácil e o suficiente para fazer ultrapassagens com facilidade. Não faltam os modos Normal e Sport, este a permitir diferença significativa no SUV nipónico, outro despacho, e, também, sem surpresa, consumo mais penalizador.

A condução do e:Ny1 revela uma dinâmica muito típica da Honda, assertividade em curva, suspensão firme a não invalidar que, forçando o andamento, se faça sentir a altura da carroçaria, mas nada além do aceitável. O centro de gravidade mais baixo é semp+re importante. A direção (assistência adaptada à velocidade) é adequada à receita e os travões revelam bom tato. Patilhas no volante permitem regular o nível da regeneração. É um SUV que se conduz de forma prazenteira, despachado quanto baste e senhor de um nível de conforto satisfatório. A insonorização podia ser melhor. De todo o modo, deixa boa imagem.

O e:Ny1 está preparado para receber carregamento rápido e, nesta situação, precisa de 45 minutos para que a bateria vá dos 10 aos 80% da capacidade. Quando se utiliza um carregador de corrente alterna (11kW), é possível fazer o mesmo em seis horas.

Em termos de equipamento, um pacote bem recheado logo desde o primeiro nível: luzes em LED automáticas, estofos em pele sintética, bancos dianteiros aquecidos sendo o do condutor regulável eletricamente, retrovisores exteriores adaptados à marcha atrás, câmara traseira, volante multifunções em pele, iluminação azul para a instrumentação, ar condicionado bizona com saídas traseiras, vidros escurecidos, jantes pretas de 18 polegadas.

Um elétrico com o qual se estabelece empatia fácil este Honda e:Ny1. Prestações, conforto e espaço em bom plano para um SUV do segmento B, qualidade tradicional, autonomia interessante, dinâmica a fazer jus ao emblema. Nos preços, não há milagres: desde 54 750€.

FICHA TÉCNICA

Motor: elétrico, dianteiro, integrando a unidade de tração e a transmissão

Potência: 204 cv

Binário máximo: 310 Nm

Transmissão: automática, velocidade única

Aceleração 0-100 km/h: 7,6 segundos

Velocidade máxima: 160 km/h

Bateria: iões de lítio, 68,8 kWh (61,9 úteis), 370 V

Consumo: 18,2 kWh/100 km

Autonomia: 412 km (WLTP)

Carregador embarcado: 11 kW

Carregamento rápido: 78 kW

Dimensões: c/l/a – 4,387/1,790/1,584 m

Peso: 1 737/1 752 kg (segundo a versão)

Bagageira: 361/1 176 litros

Preço: desde 54 750€