Outro estilo, mais consensual e até com toque desportivo (Foto Toyota)

Ombros largos e traseira elevada, luzes encaixadas numa barra negra (Foto Toyota)

Coupé de quatro portas sob um arco ao estilo de onda (Foto Toyota)

Menos ousadia no interior, também muito diferente (Foto Toyota)

Punho habitual no seletor da caixa, em consola bem arrumada (Foto Toyota)

Bancos confortáveis e com bom apoio (Foto Toyota)

Espaço atrás bom para as pernas, pior para passageiros mais altos (Foto Toyota)

Solução interessante para as óticas dianteiras (Foto Toyota)

Fecho eletrónico das portas traseiras dissimulado na moldura da vidro (Foto Toyota)

Identificação Prius em relevo negro sobressai na tampa da mala (Foto Toyota)

Tejadilho solar pode valer mais 8 km de autonomia elétrica (Foto Toyota)

Porta de carregamento atrás do lado do passageiro (Foto Toyota)

Jantes de 19 polegadas reforçam imagem e penalizam autonomia (Foto Toyota)

Designação exclusiva para o Prius na Europa (Foto Toyota)

Radiografia de um Prius muito diferente (Foto Toyota)

A diferença é tão grande que até custa acreditar… O novo Toyota Prius, agora na Europa só Plug-in, de igual só tem o nome. Importa a diferença estética, claro, uma revolução, mas os resultados práticos impressionam ainda mais. Se já era uma referência entre os eletrificados, acaba de elevar esse patamar a um nível que é desafio maior para toda a concorrência. Grande lição da marca nipónica!

Daquele estilo futurista que nunca foi consensual, apesar das vendas contrariarem a opinião, saiu, na quinta geração, um carro ao estilo do coupé de quatro portas, solução ainda em voga entre a avalancha de SUV. Frente super afilada, traseira na mesmo linha com óculo de inclinação tão marcada que até dispensa o limpa-vidros. Uma imagem ousada mas muito mais contemporânea, desligada da ideia obrigatória do carro eletrificado necessariamente diferente, a qual, por muito tempo, marcou a Toyota, mas não só. Parece-me bem melhor.

O Prius é para ver com outros olhos. Frente limpa, simples e discreta, com original assinatura luminosa enquadrada no design  arredondado do “nariz”e entrada de ar generosa associada aos para-choques. Natural e até com toque desportivo,

Silhueta arqueada, onda suave e perfeita, fecho das portas traseiras disfarçados na moldura do vidro, grandes aros a vincar as rodas, rebordo negro prolongado na saia e, depois o músculo que reforça o poder dos ombros com singeleza conseguida.

A traseira conta com o reforço do lettering Prius em relevo negro, sob a moldura do quadro negro que recebe luzes continuadas por uma barra a toda a largura, rematando o óculo traseiro com um defletor integrado na carroçaria. Bem visto, interessante trabalho no geral.

Senhor de história apreciável, o Toyota Prius foi alvo de uma revolução completa que começa numa imagem mais consensual e noutra dinâmica – nas prestações e no comportamento. Agora também apenas um híbrido Plug-in no mercado europeu, promete 72/86 quilómetros de autonomia elétrica, mas notável é o que continua a fazer quando a bateria se esgota e funciona como autorecarregável

Por dentro, para mim, um design menos apurado, com a virtude da simplicidade, mas também carente de outro tratamento a nível da escolha dos materiais, muito plástico merecedor de outras soluções, hoje tão comuns e mais vistosas e amigáveis. Registe-se a iluminação em LED que tem também funções de aviso e ajuda a um bom ambiente. Painel de instrumentos avançado para o para-brisas e simplificado ao máximo, ecrã central bem posicionado, botões físicos de saudar, volante multifunções de boa pega e dimensão e uma consola central com o habitual e prático seletor incluindo a função “B” de reforço da regeneração, com o defeito da regulação apenas ser feita no ecrã central, o que não faz sentido (bastavam umas patilhas no volante…), além dos comandos óbvios, como modos de condução e travão de parque. O apoio de braços está em posição correta.

Em termos de habitabilidade, nada a dizer à fren te e, quanto à posição de condução, impõe-se referir a necessidade de baixar o volante (ou levantar o banco) para ter boa leitura dos instrumentos. Menos brilhante atrás; o túnel é baixo mas a curvatura do tejadilho (a carroçaria tem menos 5 cm de altura) penaliza o conforto de quem andar pela casa do 1,80 m. Já o espaço para as pernas não merece reparo, até porque podem passar-se os pés sob o banco dianteiro.

No que respeita à bagageira, baixa e funda, desnivelada do plano de acesso, é penalizada pelos 287 litros de capacidade, pouco para um familiar e menos do que tem sido norma no Prius.

 

 

Na cidade ou na estrada, este Prius consegue desempenho marcante em termos de desembaraço e eficiência (Foto Toyota)

Três  motores  numa conjugação conseguida

A máquina assenta no 2.0 litros atmosférico de 150 cv, ajudado por dois motores elétricos, um de suporte ao bloco a gasolina e que, por exemplo, assegura o arranque, o outro, com 163 cv está associado à tracção. E daqui a potência combinada de 223 cv, quase o dobro (era de 122 cv) que empresta outra capacidade e caráter a este Prius. A transmissão, como de costume, está a cargo de uma caixa CVT, solução que continua a sua evolução e transmite menos aquela sensação de arrasto e esforço, mesmo que não esconda a sua essência.

No que respeita a bateria agora temos 13,6 kWh (13 kWh úteis), mais do dobro, facto que obviamente tem repercursões, designadamente no que respeita à autonomia em modo eléctrico e que leva a Toyota a prometer entre 72 quilómetros (com jantes de 19”) e 86 de emissões zero.

Não consegui tanto, fiquei-me pelos 62, numa versão com as rodas maiores, admitindo embora que possa fazer-se melhor. Mas a verdade é que, ao fim dos primeiros 100 quilómetros, o consumo de gasolina era de 1,4 l/100 km, um valor que, sinceramente, entendia como do mundo da fantasia, ao cabo de muitas experiências em propostas semelhantes.

A surpresa era para continuar. Bateria a zero, rolando em modo híbrido, este Prius Phev portou-se como um “vulgar” Full-hybrid, revelando uma capacidade regenerativa exemplar. Traduzindo por números, num percurso maioritariamente de autoestrada com via rápida e alguma cidade, consegui 4,9 l/100 de média com registos de 48% de utilização do modo elétrico, quando houve que subir a A8 e 58% no regresso. Não prescindi do ar condicionado, tive sempre o modo B acionado e respeitei os 120 km/h nos percursos de autoestrada. Resumindo: 238 quilómetros percorridos, com duas pessoas a bordo, e autonomia para mais 326. Parece-me notável, num carro com 1545 quilos.

Conduzir este novo Prius é uma experiência bem diferente. Suspensão mais firme, por arrasto outro conforto, comportamento em curva mais assertivo – honesto na resistência à subviragem e ao balanceamento nas trtansferências de massas –, direção muito bem ajustada de características diretas, travões de bom tato e progressivos q.b. resulta num carro bem mais agradável de guiar, até por ser outra a potência e a sua disponibilidade. O despacho é outro e as prestações são prova disso mesmo; 6,8 segundos de 0 a 100 e 177 km/ em velocidade de ponta (135 km/h em modo elétrico).

Muito equipamento e nem falta o tejadilho solar

Há quatro modos de condução: Eco, Normal, Sport e Custom, controlados na consola. Além disso, dispomos de um botão para a opção híbrida normal (EV/HV) e outro (HV/EV) que permite circular em modo elétrico ou usar o modo Save e ainda carregar a bateria em andamento.

O modelo que conduzi tinha um tejadilho solar que a Toyota diz capaz de acumular 8 km de autonomia se estiver um dia parado ao sol, o que não foi o caso.

Cumprindo as “regras” que devem reger um Plug-in, carregar todos os dias (5 horas e 50  minutos, em casa, 4 horas e 5 minutos numa wallbox ou posto público), este Prius leva a Toyota a um patamar que, quanto a mim, ainda não tinha conseguido nos PHEV e que me parece credor de elogio. Uma óptima combinação.

Em termos de equipamento, um pacote apetecível, especialmwente na versão Peemium, o topo de gama que guiei. A saber: tejadilho solar, estacionamento por controlo remoto, bancos em pele elétricos e ventilados à frente, aquecidos atrás, mala de abertura elétrica, faróis bi-LED com máximos adaptativos, detector de ângulo morto, leitura de sinais de trânsito, ar condionado bizona, instrumentação digital e infoentretenimento actualizável over de the air. Ainda há mais, como vidros escurecidos atrás e jantes maquinadas de 19 polegadas.

Senhor de história apreciável, o Toyota Prius foi alvo de uma revolução completa que começa numa imagem mais consensual e noutra dinâmica – nas prestações e no comportamento. Agora também apenas um híbrido Plug-in no mercado europeu, promete 72/86 quilómetros de autonomia elétrica, mas notável é o que continua a fazer quando acaba a se esgota e funciona como autorecarregável

FICHA TÉCNICA

Toyota Prius Plug-in

Motor: 1 997 cc, atmosférico + motor elétrico síncrono permanente

Bateria: 13,6 kWh (13 kWh úteis)

Potência máxima: 223 cv

Binário máximo: 208 Nm

Transmissão: caixa de variação contínua

Aceleração 0-100 km/h: 6,8 segundos

Velocidade máxima: 177 km/h (135 km/h em m odo elétrico)

Consumo médio WLTP: 0,7 l/100 km

Autonomia elétrica: 72/86 km

Bagageira: 287 litros

Peso: 1 545 kg

Dimensões: (c/l/a) 4,589/1,782/ 1,430 m

Preço: 49 690€, versão Premium; desde,  41 990€ (valores com IVA)