Uma face claramente nórdica para outro automóvel de um cluster chinês (Foto Polestar)

Boa distância entre eixos para 4.60 m de um familiar interessante (Foto Polestar)

Traseira muito geométrica numa solução exemplar (Foto Polestar)

Atenção à luminosidade num automóvel bem proporcionado (Foto Polestar)

Minimalismo em estilo apurado e muito gráfico (Foto Polestar)

No que respeita a informação, há dados minimizados e gráficos com pouca utililidade (Foto Polestar)

Materiais de qualidade e bom acabamento com rigor nórdico (Foto Polestar)

Aletração estética bem conseguida com eliminação da grelha (Foto Polestar)

Jantes de 19 polegadas ajudam na imagem dinâmica (Foto Polestar)

Bateria em T e tração traseira, a nova radiografia (Foto Polestar)

Mais autonomia (662 km), mais potência (299 cv) e performance e, sobretudo, tração traseira são as diferenças a considerar no renovado Polestar 2 na versão Long Range. A frente sem grelha distingue agora o clássico e bem parecido três volumes com herança volvo e apadrinhado pela chinesa Geely que deixa boa impressão em termos globais. Os faróis sofreram ligeira alteração e as luzes diurnas mantêm o martelo de Thor.

Passar a tração da frente para trás seria coisa muito complicado num automóvel que não fosse 100% elétrico e construído sobre uma plataforma nascida para receber soluções Plug-in e preparada até para um quatro rodas motrizes (a mesma do Volvo XC 40). A Polestar não teve dúvidas na operação e os resultados, pelo menos, cumpriram com objetivos de eficiência sempre importantes e decisivos quando se fala nas novas soluções.

O clássico três volumes de estilo muito nórdico, passou a utilizar uma bateria em T de 82 kWh combinada com um motor mais potente (299 cv) e eficiente, ganhando com isso uma autonomia anunciada que pode chegar aos 655 quilómetros (mais 22%!). Além disso, pode carregar a 205 KW (34% mais rápido), o que significa a possibilidade de levar a bateria dos dez aos 80% da capacidade em 28 minutos. Com um carregador embarcado de 11 kw, o Polestar 2 atinge o pleno em oito horas se utilizarmos corrente alternada.

Polestar 2 é um 100% elétrico que não consegue desligar-nos da boa herança da Volvo, pelo nível de qualidade e também pela  dinâmica, marcada por uma suspensão firme e muito eficaz que não penaliza o conforto. Mais permissivo nas prestações (205 km/ de velocidade máxima) garante ainda autonomia anunciada a ter em conta: 655 km com um bateria de 82 kWh, pronta para carregamento rápido a 205 KW

São melhorias importantes, e prova da evolução muito rápida dos elétricos, num automóvel que apresenta ainda performances interessantes, como sejam uma aceleração 0-100 km em 6,2 segundos e 205 km/h de velocidade máxima, valor este que vai além das limitações habituais dos automóveis elétricos – por exemplo, a Volvo, símbolo do grupo, limitou os seus automóveis aos 180 km/h. Os 490 Nm de binário contribuem para ganhar velocidade num ápice, facilitando, por exemplo, qualquer manobra de ultrapassagem. Não existem modos de condução, e neste aspeto apenas pode desligar-se o controlo de estabilidade e afinar direção e travões em três níveis.

Rasto luminoso distintivo num sóbrio e clássico três volumes(Foto Polestar)

Construção e qualidade percebida estão em nível elevado. Um carro sólido e robusto, muito bem apresentado também no interior, para mim excessivamente minimalista, mas transmitindo uma imagem de atenção ao detalhe muito superior e a colocar o Polestar em patamar elevado. Escola nórdica, sobriedade em alta, a combinação de materiais no interior – pele sintética pespontada, tecido, plásticos exemplares, até imitação de fibra de carbono – é uma lição de bom gosto na sobriedade que pontifica e marca o habitáculo, espaçoso e arejado com a grande consola flutuante em destaque, que quase encaixa o ecrã verticalizado. Elegante volante multifunções, dimensões ajustadas e boa pega, painel digital de dimensão correta, bancos cómodos e com apoio suficiente, correta posição de condução é aí está todo um ambiente que gera empatia fácil.

Nem tudo merece aplausos, o tal minimalismo leva a um excesso de dependência da função tátil do ecrã do infoentretenimento, onde há um excesso de funções acumuladas – praticamente tudo. O computador de bordo também podia ser mais claro e completo na informação, que inclui gráficos de leitura duvidosa e apenas estimativas de consumo (últimos 20, 40 e 100 quilómetros), a complementar a indicação de autonomia. A câmara traseira deforma excessivamente tudo quanto está além das guias, o que causa algumas hesitações no estacionamento, situação em que a brecagem deixa a desejar.

Outro pormenor que custa aceitar é a diminuição do óculo traseiro, e consequentemente da visibilidade, pela invasão das luzes de travagem superiores. Não havia outra solução, mesmo sem macular o estilo e o curioso rasto luminoso do Polestar 2?

No que respeita ao espaço, sem razão para reparos à frente; bom atrás, apesar do túnel excessivamente alto que condiciona um quinto passageiro. A bagageira, de abertura elétrica é comprida e baixa, tem desnível significativo entre a moldura e o fundo, este com a vantagem de cobrir espaço de sobra para os cabos de carregamento. A capacidade é de 405 litros e acresce a caixa sob o capô, com mais 41 litros.

Sem botão de ignição, basta sentarmo-nos para “ligar” o Polestar, bem posicionados ao volante, vamos descobrir um excelente combinado dinâmico. Sem ser uma máquina, é um carro rápido, ágil também, beneficiando de um excelente chassis e de uma suspensão firme, temperamento desportivo, adequada a uma eficácia que não penaliza o conforto. Curva com assertividade, gosta das zonas sinuosas, onde se desembaraça com à-vontade. Provocado, e com o controlo de estabilidade desligado, pode revelar a natural tendência sobrevirante, com a traseira a “soltar-se” e a deixar a sua assinatura em trajetórias facilitadas pelo seu balanceamento. Divertido, se for caso de uma condução mais empenhada. As transferências de massas são bem contidas e a frente suporta tudo isto muito bem, comandada por uma direção (ajustável), direta e bem assistida. Os travões também representam bom compromisso beneficiando da significativa desaceleração conseguida na função regenerativa (pode chegar ao one pedal).

Conduzido como um familiar despachado e sempre muito equilibrado, o Polestar 2 indicou no computador de bordo consumos entre os 13,5 kWh/100 km, incluindo autoestrada a 120 km/h e os 15 kWh com um andamento mais forçado. Valores muito bons para um elétrico com esta potência e peso (2 069 kg) e que, feitas as contas, apontam para autonomia entre os 585 e os 526 quilómetros.

O equipamento está ao nível de uma proposta do género, contemplando, entre outros, luzes ativas em LED, com barra de luz traseira na mesma tecnologia, detetor de ângulo morto, cruise control, alertas de colisão com travagem automática, informação de sinais de trânsito, ecrã central de 11,5”, Apple CarPlay e infotainement Android, radio DAB, Bluetootn, Google Built-in, cartão e-Sim integrado (3 anos), câmara de 360 graus, bancos dianteiros aquecidos e com comando elétrico, sensores de luz e chuva, ar condicionado bizona, entrada e arranque sem chave, condução one pedal.

Polestar 2 é um 100% elétrico que não consegue desligar-nos da boa herança da Volvo, pelo nível de qualidade e também pela dinâmicas, marcada por uma suspensão firme e muito eficaz que não penaliza o conforto. Mais permissivo nas prestações (205 km/h de velocidade máxima) garante ainda autonomia anunciada a ter em conta: 655 km com um bateria de 82 kWh, pronta para carregamento rápido a 205 KW.

 

FICHA TÉCNICA

Motor: elétrico

Potência: 299 cv

Binário máximo: 490 Nm

Transmissão: tração traseira,  velocidade única

Bateria: iões de lítio, 82 kWh e 400V

Carregamento: AC 205 kW, 28m de 10 a 80%

Consumo: 14,9 kWh/100 km

Aceleração 0-100 km/h: 6,2 s

Velocidade máxima: 205 km/h

Dimensões: c/l/a – 4,606/1,985/1,479 m

Peso: 2 069 kg

Bagageira: 405 litros +41 na caixa sob o capô

Preço: entre 56 900€ e 61 400€