Formas arredondadas, ainda um toque asiático na procura de imagem consensual (Foto BYD)

Bem proporcionado, cintura elevada, bom pisar (Foto BYD)

Traseira muito esculpida com luzes de desenho geométrico (Foto BYD)

Volante pequeno, instrumentação bem arrumada e de grafismo simpático (Foto BYD)

A filosofia de design Ocean levou "conchas" para as saídas da climatização (Foto BYD)

Bancos em pele sintética com bom apoio e confortáveis (Foto BYD)

Cilindro de anéis para os comandos integra o seletor de marcha (Foto BYD)

Consola flutuante é bom apoio de braços e garante espaço para arrumos (Foto BYD)

Outro cilindros para o travão de parque e espaço para o carregador wireless (Foto BYD)

Habitabilidade traseira de bom nível (Foto BYD)

Teto panorâmico proporciona ambiente muito luminoso (Foto BYD) (Foto BYD)

Bagageira não figura entre os pontos fortes: 345 litros (Foto BYD)

Logo (Bild Your Dreams) em destaque na grelha com friso em LED (Foto BYD)

Peocupação aerodinâmica nas jantes em liga de 17" (Foto BYD)

Construção e qualidade acima das expetativas, autonomia interessante, 427/525 quilómetros, espaço e conforto o BYD Dolphin é mais um elétrico chinês e outra boa surpresa do construtor que já vai nos cinco  milhões de unidades e controla todo o processo produtivo. Os preços dão uma ajuda na promoção do  modelo: entre 29 900€ e 37 690€ – um desafio à concorrência.

Construído sobre a mesma plataforma usada no Atto 3, o Dolphin é um hatchback de cinco portas. Apresenta design datado, indiscutível toque asiático, mesmo que procure responder a algumas influências europeias e diferentes gostos. É uma aposta nas formas arredondadas sobre proporções equilibradas. Chamam Ocean à filosofia das formas que dizem influenciadas pelas ondas do mar.

No interior encontramos um curioso compromisso de materiais com bons plásticos, pele sintética e pespontados, num ambiente moderno e jovial. Pequeno painel de instrumentos, ecrã central de 12,8 polegadas com a curiosidade de rodar e poder ser utilizado na horizontal e na vertical. O software é intuitivo e amigável. Interessante também a solução para os comandos, no fundo dois cilindros compostos de anéis para nove funções: no extremo esquerdo o seletor de marcha, também rotativo e incluindo o botão de parque. Colocado no centro da base do tablier, é original.

Na consola flutuante, bem aproveitada, outro cilindro dominado pelo travão de parque e o carregador wireless. Tudo bem aproveitado.

Bons bancos em pele sintética e um volante multifunções bem elaborado e de dimensões reduzidas completam o ambiente em que há ainda outra curiosidade: os puxadores das portas curvos no que pretende ser uma referência às barbatanas do golfinho. É prático, pelo menos.

Preço concorrencial, qualidade acima das expetativas, autonomia e consumos na linha superior do segmento, espaço, conforto, dinâmica apreciável, o BYD Dolphin é mais uma prova de que os chineses estão a aprender muito depressa…

O Dolphin aproveita bem os 2,70 entre eixos para, num segmento C de 4,29 metros de comprimento, proporcionar uma oferta muito honesta em termos de habitabilidade e da valorização do espaço atrás. Menos brilhante a capacidade da mala, também com fundo muito desnivelado da moldura do portão: 345/1301 litros.

Bateria laminar é específica da BYD

Beneficia, claro, de uma plataforma dedicada que integra uma bateria laminar, no caso com fosfato de ferro como material catódico, solução que é apresentada como superior em segurança às baterias convencionais de iões de lítio. É uma tecnologia específica da BYD, limitada a 12 cm de espessura.

Vai contar com baterias de duas capacidades: 60,4 kWh e 44,9 kWh, esta apenas disponível no início de 2024. Tração dianteira, conta com motores de 204 cv para a bateria de maior capacidade (427 km de autonomia WLTP) e de 95 cv (340 km) e 176 cv (310 km) para as escolhas de entrada de gama.

Um hatcback do segmento C que deixa boa imagem do grande construtor chinês (Foto BYD)

A motorização, síncrona de magneto permanente, passa por um sistema integrado de proporção (chamam-lhe oito em um!) que inclui a unidade de controlo do veículo, sistema de gestão da bateria, unidade de distribuição de energia, motor de tração, controlo do motor, transmissão e carregador de bordo. Segundo a BYD, consegue-se assim uma eficiência de 89 por cento. Todos contam com bomba de calor.

Numa primeira experiência que tive ao volante, em Espanha, na versão mais potente, o Dolphin, tração dianteira que acelera de 0 a 100 em 7 segundos e atinge os 160 km/h em velocidade máxima, registou no computador de bordo um consumo de 16,5 kWh/100 Km, o que equivale a uma autonomia de 366 quilómetros. A marca anuncia um combinado de 15,9 kWh/100 Km e 12 kWk/100 km no percurso urbano, o que vale 565 quilómetros de autonomia. Agora, num pequeno passeio pelos arredores de Lisboa registei o conforto e o silencio de marcha.

A condução é agradável, como comprovei agora nas estradas portuguesas, e o Dolphin revela a agilidade esperada. Contamos com uma direção de bom tato e uma suspensão (multibraços atrás nestsa unidade) equilibrada que revela até resposta muito honesta no nosso empedrado.

A bateria de 60,4 kWh tem uma potência de carregamento de 11 kW AC trifásica. O alto desempenho também é alcançado quando se trata de “atestar”. Um carregador de 100 kW DC pode levar a bateria de 30% a 80% da capacidade em apenas 29 minutos. O carregamento doméstico leva sete horas e 18 minutos numa tomada monofásica e seis horas e 12 minutos numa tomada trifásica e com o carregador de 11 kW, de série na bateria de maior capacidade.

Ainda não foram divulgados mais dados sobre a bateria de 44,9 kWh.

A gama inclui quatro níveis de oferta: Confort e Design para as motorizações de 204  cv; Active e Boost para as versões que chegam em 2024. À exceção da versão de entrada, todos têm suspensão multibraços atrás.

Em termos de equipamento são de série a assistência avançada à condução, bancos em pele sintética com regulação elétrica, câmara de visão panorâmica de 360 graus. As versões mais equipadas contam com bancos dianteiros aquecidos e sistema áudio com seis colunas. O topo de gama distingue-se pela pintura bitom e pelo teto panorâmico. Não faltam deteção de ângulo morto, travagem inteligente, cruise-control adaptativo, reconhecimento de sinais de trânsito, aviso e prevenção de saída da faixa de rodagem e de colisão traseira com travagem automática. As jantes são de 17 polegadas. Um pacote muito razoável.

Quanto a preços: bateria de 44,9 kWh – Active, 95 cv, 29 900€: Boost, 176 cv, 30 690€; bateria de 60,4 kWh – Confort, 204 cv, 35 690€; Design, 204 cv, 37 690€.

Preço concorrencial, qualidade acima das expetativas, autonomia e consumos na linha superior do segmento, espaço, conforto, dinâmica apreciável, o BYD Dolphin é mais uma prova de que os chineses estão a aprender muito depressa…

FICHA TÉCNICA

BYD Dolphin 60,4 kwh/204 cv

Motor: elétrico, síncrono, magneto permanente

Bateria: 60,4 kWh, fosfato de ferro

Potência: 204 cv

Binário máximo: 310 Nm

Transmissão: dianteira, velocidade única

Aceleração 0-100: 7 segundos

Velocidade máxima: 160 km/h

Consumo: combinado – 15,9 kwh/100 km; urbano – 12 kwh/100 km

Autonomia: 427/565 km WLTP

Emissões CO2: 0

Peso: 1 658 kg

Dimensões: c/l/a – 4,29/1,77/1,57 m

Bagageira: 345/1301 litros

Preço: Confort, 35 690€; Design, 37 690€