Faltava a versão 100% elétrica no novo Hyundai Kauai. Já chegou e junta ao SUV que soube crescer o pormenor que melhor complementa a diferença: mais autonomia. As baterias são duas, uma de 48,4 kWh, que permitirá percorrer entre 377 e 512 quilómetros; outra de 65,4 kWh para a qual se anuncia entre 514 e 683 quilómetros. Quanto a preços, respetivamente, 43 990€ e 48 750€.
Muito bem recebido mundo fora e no mercado nacional na sua primeira proposta, o Kauai é hoje um SUV com outro estilo e estatuto, por via do crescimento que eleva a oferta a outro nível. Bem maior, 4,35 metros, nem parece um SUV do segmento B, onde agora sobe ao degrau mais alto aproximando-se mesmo da oferta superior.
Dianteira mais limpa, distingue-se da versão térmica pela perda dos air-flaps e o surgimento da porta de carregamento, a qual, para mim, merecia menos proeminência, talvez surgir “mascarada” em qualquer elemento decorativo. Pontifica o filamento de luz em LED de ponta a ponta no bordo do capô a compor assinatura luminosa retomada com tecnologia pixelizada.
De resto, salta à vista o vinco inclinado que deixa perceber o “Z” que marca a silhueta dos novos modelos da marca sul-coreana e remete-nos para alguma identidade com o Tucson. As jantes de 18 polegadas dão aquele toque que marca um SUV mais afirmativo na estrada, robusto e mesmo mais adulto.
O novo Hyundai Kauai continua a ser um 100% elétrico com qualidades para continuar na senda dos bons resultados. Baterias de 48,4 e 65,4 kWh, autonomias interessantes, prestações à altura, boa dinâmica passa a oferecer mais espaço e uma bagageira referencial. O nível de qualidade dispensa reparos. Os preços não são de saldo…
Os 14 centímetros a mais no comprimento permitem uma distância entre eixos aumentada e quotas de habitabilidade que, atrás, significam mais espaço para as pernas e também uma bagageira com 466 litros de capacidade, um crescimento na casa dos 25%. Bom para um 100% elétrico que, como de costume, ainda dispõe de uma caixa sob o capô dianteiro com 27 litros, o suficiente para arrumar os cabos de carregamento.
A bordo as novidades vão para a passagem do seletor de marcha para trás do volante e junto à maioria dos comandos. Tudo mais prático, numa solução que permitiu libertar a consola e ganhar espaço. No mais, o grande monitor com dois ecrãs de 12,3 polegadas de efeito panorâmico, com grafismo atraente e toda a informação necessária num automóvel elétrico. Não falta o Hed-up-display
Em termos de qualidade, os sul-coreanos já conquistaram galões de reconhecimento, e o nível do produto responder cabalmente, seja no domínio da construção, como no acabamento e mesmo nos materiais, ainda que não falte o plástico no habitáculo.
Câmara pode intervir na condução e imobilizar o Kauai
Quanto a conectividade, de novo regista-se um sistema de navegação em tempo real e as atualizações do software over the air. No domínio da segurança a novidade é uma câmara no habitáculo que detecta cansaço ou distração no rosto do condutor e além de avisá-lo pode mesmo intervir na condução e imobilizar o veículo.
O novo Kauai, como já referimos, tem duas opções de bateria, 65,4 kWh e 48,4 kWh, a primeira anuncia 518 quilómetros de autonomia, a segunda 377. Os valores em trânsito urbano podem chegar, respectivamente, a 512 e 663 quilómetros. Quanto a motores, montados à frente, as potências são de 156 e 218 cv para o mesmo binário de 255 Nm. De modo a criar outro ambiente e mais envolvência na condução, há um sistema de sonoridade ativa que até pode ser personalizado.
No que respeita a eficiência, a Hyundai promete 14,6 kwh/100 km para a versão standard e valores entre 14,7 e 16,6 kWh/100 km para o Long Range. Quanto a prestações, o mais potente acelera de 0 100 em 7,8 segundos e atinge os 172 km por hora. A versão standard consegue 8,8 segundos de 0 a 100 e a velocidade máxima é de 162 km por hora.
Um primeiro contacto com o Kauai, na versão com a bateria menos potente, serviu para confirmar que estes valores envolvem sempre algum optimismo. No meu caso, com três pessoas a bordo, numa viagem de 132 quilómetros com maior parte do percurso em autoestrada percorrida a 120 km/h confirmados pelo cruise-control, o consumo indicado no computador de bordo foi de 16,6 kWh. Significa isto uma autonomia de 291 quilómetros!
Surpresa, nem por isso, mesmo rolando em modo ECO, porque o Kauai rola fácil e mesmo em estradas nacionais tem tendência a “esticar-se” na velocidade. O binário é o suficiente para uma ultrapassagem mais confiante, mas faz a sua diferença recorrer ao máximo da potência disponibilizado no modo Sport e até no Nornal faz diferença.
Para ajudar na condução, não falta o i-pedal, com desaceleração considerável e que pode chegar à imobilização. Para melhorar o carregamento dinâmico, há também regeneração inteligente, com capacidade para se adaptar ao fluxo do tráfego e tirar disso o máximo rendimento.
O novo Kauai recebe carga rápida até 102,3 KWh, o que significa a possibilidade de levar a bateria maior dos 10 aos 80% da carga em 41 minutos. A 11 kWh, serão precisas cinco horas e 40 minutos para o pleno do Long Range e quatro horas para a bateria de menor capacidade.
Há um nível de acabamento para cada bateria: Premium para a menos potente, Vanguard para o Long Range. Desde a primeira oferta, carregamento trifásico de 11 kW, iluminação Full LED, Supervision Cluster com ecrã tátil de 12,3 polegadas, navegação, retrovisores retráteis, sensores de estacionamento; o mais equipado acrescenta radar de ângulo morto, assistente de prevenção de colisões no estacionamento à retaguarda, aviso de saída do veículo em segurança e carregador sem fios para smartphone.
O novo Hyundai Kauai continua a ser um 100% elétrico com qualidades para continuar na senda dos bons resultados. Baterias de 48,4 e 65,4 kWh, autonomias interessantes, prestações à altura, boa dinâmica passa a oferecer mais espaço e uma bagageira referencial. O nível de qualidade dispensa reparos. Os preços não são de saldo…