É o mais pequeno SUV de sempre na Volvo que, com este EX30, entra no segmento B, um dos mais populares do mercado e propõe um 100% elétrico com autonomia anunciada até 475 quilómetros (660 em cidade), num tração traseira com 272 cv. O peso da imagem do construtor e o estuto premium não invalidam um preço atrativo: desde 43 296€, neste versão Extended Range
O estilo não engana, mesmo com pormenores mais modernaços, como a concepção das luzes dianteiras, obviamente como martelo de Thor bem presente. A ausência da grelha é muito bem defendida, aproveitando a inclinação do capô para criar um escudo que não é um chapão, onde se destaca o emblema. O perfil, arco pronunciado, cintura alta, superfície vidrada reduzida, é elegante, tem musculatura discreta e contempla ombros largos sob o pilar C, bem trabalhado e com uma barra de luzes ao alto (solução bem tirada do baú). Estas acompanham o pequeno óculo da traseira, ainda coberto por um pequeno e discreto defletor; as óticas fazem lembrar o Polestar e criam como que uma moldura para inscrição Volvo em relevo cromado a acentuar uma conseguida impressão de robustez. Interessante.
No interior encontramos mais um exercício de minimalismo. No caso levado à beira do extremo. Não há painel de instrumentos (!) e praticamente tudo se resolve no ecrã tátil central (12,3 polegadas), verticalizado como é costume, que conta com atalhos também hápticos. Os comandos no volante, quadralizado, também eles sensíveis ao toque, complementam a ajuda para as variadas funções. Por exemplo, a regulação dos retrovisores. Mas há mais: o pequeno porta luvas, sob o ecrã, abre-se a partir deste. No fundo, físicos só os comandos dos vidros, colocados no apoio de braços e, para mim, pouco práticos. Até os retrovisores se regulam no ecrã.
A primeira impressão é de que a Volvo deu boa conta do recado nesta sua abordagem ao mercado dos SUV do segmento B, uma oferta que não é bem a sua praia. O EX30 será sempre uma tentação pelo peso da marca, mas também, no caso da versão Extended Range, pela autonomia (476 km) e prestações que valorizam um aUTOMÓVEL ágil e desembaraçado. Falta-lhe algum espaço
A consola central conta com um sistema deslizante no apoio de braços que permite escolher a forma como o condutor pretende utilizar o espaço. O suporte para copos é retrátil, desliza para fora, de modo a segurar objetos, ou recolhe, permitindo mais espaço de arrumação. O túnel inferior tem uma área de arrumação que protege os pequenos objetos, sendo possível colocar, no espaço maior em cima, por exemplo, uma mala.
O sistema de infoentretenimento, com conetividade 5G, integra o sistema Google no qual se incluem Google Assistant, Google Maps e as apps favoritas no Google Play. Será também o primeiro Volvo a incorporar a funcionalidade Apple CarPlay wireless.
Os materiais utilizados no interior, do tablier aos revestimentos, denotam a preocupação com a sustentabilidade ambiental e as virtudes da reciclagem de resíduos, mas também misturas de lã com poliéster reciclado e fibras renováveis de linhaça. O resultado é um ambiente de rigor nórdico, também algo frio.
Em termos de espaço, a explorar 2,65 m de distância entre eixos, uma oferta ao nível do segmento B, quatro passageiros é a lotação máxima ideal e quem viajar atrás não tem grande desafogo. A bagageira vai dos 318 aos 904 litros de capacidade, havendo sob o capô, disponibilidade para mais sete litros, suficiente para arrumar os cabos de carregamento.
Autonomia a ter em conta e carregamento rápido a 150 kW
Desenvolvido sobre a mesma plataforma que recebe o Smart, o EX30 é um tração traseira, propulsionado por um motor que debita 270 cv e 343 Nm de binário máximo, suportado por uma bateria de 69 kWh de potência (64 kWh úteis). Na versão Extended Range, a autonomia anunciada é de uns significativos 476/660 quilómetros, com um consumo de 17 kWh/100 km (12,6 em cidade).
Num primeiro e breve contacto, com alguma autoestrada, a rolar nos limites permitidos e fazendo uma condução tranquila em estrada secundária, consegui 17,1 kWh/100 km, valor a tocar o prometido pela marca. Bom augúrio!
No que respeita ao carregamento, em casa pode contar com oito horas; num carregador rápido de 150 kW, 26 minutos para ir dos 10 aos 80% da capacidade.
Um teste mais demorado e variado permitirá aquilatar das reais capacidades deste EX30, agradável de guiar, muito ágil para um SUV, suspensão a privilegiar o conforto, direção adequada, travões eficazes e possibilidade de one pedal drive. As prestações – 5,3 segundos de 0 a 100 km/h e 180 km/h em velocidade de ponta – deixam adivinhar o desembaraço que casa muito bem com a agilidade deste pequeno Volvo.
A primeira impressão é de que a Volvo deu boa conta do recado nesta sua abordagem ao mercado dos SUV do segmento B, uma oferta que não é bem a sua praia. O EX30 será sempre uma tentação pelo peso da marca, mas também, no caso da versão Extended Range, pela autonomia (476 km) e prestações que valorizam um automóvel ágil e desembaraçado. Falta-lhe algum espaço.
Este Extended Range tem preços a partir dos 43 296€, mas a versão com bateria de 59 kWh, igual potência e menos autonomia tem preços a partir de 37 900€.