O BYD Seal foi eleito Carro do Ano em Portugal, por inerência também o melhor 100% elétrico e ainda distinguido pelo Design. Uma vitória em toda a linha de um automóvel que nos vem mostrar a força atual da indústria automóvel chinesa. Como diz a máxima, foi chegar, ver e vencer…
O prémio, pela primeira vez atribuído a um 100% elétrico, resulta da votação dos 19 jornalistas, de outros tantos meios de comunicação, que integraram o painel de jurados do concurso, que elegeu ainda os melhores em oito categorias. Além do BYD Seal no segmento dos automóveis de emissões zero, os vencedores foram o Renault Clio (Citadino), Renault Espace (Familiar), Honda Civic Type R (Desportivo), Toyota C-HR (Híbrido), Toyota Prius (Híbrido Plug-in), Jeep Avenger (SUV compacto), KIA EV9 (Grande SUV). Renault e Toyota estiveram em destaque, com dois prémios cada.
O BYD Seal é a prova de que a marca chinesa, já dominadora no mundo dos elétricos promete ser um caso sério. Desenhado por um alemão, Wolfgang Egger, interior com estilo e qualidade ao nível de bons produtos europeus, baterias e motor evoluídos, plataforma dedicada, tração traseira ou integral, autonomia até 570 quilómetros e preços desde 46 690€ fazem dele grande desafio à concorrência.
O Seguro Directo Carro do Ano, iniciativa do “Expresso” e da SIC Notícias, atribuiu também, por votação, o já referido Prémio de Design ao BYD Seal, e ainda o Prémio de Tecnologia ao sistema LIDAR da Volvo. Trata-se de um método de detecção remota que utiliza a luz como um laser e pode, por exemplo, identificar um pneu numa estrada a 120 metros de distância.
A organização, por sua vez, decidiu conceder o Prémio Personalidade do Ano a Daniela Simões, CEO da Miio, plataforma de carregamentos elétricos que se tornou na maior da Península Ibérica e numa das maiores europeias e cuja maioria do capital foi, recentemente, adquirida pela Repsol. Daniela Simões integrou a lista de melhores jovens empresários do mundo publicada pela ”Forbes”.
A razão de uma vitória
O Seal foi eleito entre sete finalistas, que integravam Hyundai Ioniq 6, Hyundai Kauai, Renault Espace, Toyota C-HR, Toyota Prius e Volvo EX30 saídos, também por votação, de uma lista de 22 concorrentes.
A vitória foi expressiva, 99 votos contra 88 do Volvo EX30 e 84 do Toyota Prius, que integraram o trio do pódio. Estes três modelos foram, aliás, aqueles que conseguiram mais primeiros lugares nas votações. O BYD Seal foi o melhor para sete dos jurados, o Toyota Prius e o Volvo EX30 mereceram, cada, o primeiro lugar para quatro jornalistas.
Havia 25 pontos para distribuir por um mínimo de cinco automóveis e a obrigação de argumentar a escolha. A minha votação colocou o Toyota Prius no topo (9 pontos), à frente de BYD Seal (8), Hyundai Kauai (4), Volvo EX30 (3) e Toyota C-HR (1). Não atribuí pontos ao Hyundai Ioniq 6 nem ao Renault Espace. Prefiro votar alto, de modo a “apertar” a votação entre os melhores e não pulverizar a pontuação.
Os meus argumentos, foram os seguintes:
Toyota Prius – A diferença é tão grande que até custa acreditar… O novo Toyota Prius, agora na Europa só Plug-in, de igual só tem o nome. Importa a diferença estética, claro, uma revolução, mas os resultados práticos impressionam ainda mais. Se já era uma referência entre os eletrificados, acaba de elevar esse patamar a um nível que é desafio para toda a concorrência.
BYD Seal – Design conseguido, interior com estilo e qualidade ao nível de bons produtos europeus, baterias e motor evoluídos, plataforma dedicada, bem construído, dinâmica convincente, boa autonomia, sem dúvida um dos melhores e mais surpreendentes produtos lançados ultimamente. Preço razoável para o nível e equipamento da oferta
Hyundai Kauai – É outro automóvel, uma demonstração da arte de saber fazer crescer um SUV e conferir-lhe robustez e mesmo um ar mas adulto. Os níveis de qualidade habituais, boa construção, mais espaço e conforto, tecnologia de primeira linha, aqui temos um Kauai para continuar o caminho de conquista da Hyundai. Bem feito
Volvo EX30 – A Volvo deu boa conta do recado nesta sua abordagem ao mercado dos SUV do segmento B, uma oferta que não é bem a sua praia. O EX30 será sempre uma tentação pelo peso da marca, mas também, no caso da versão Extended Range, pela autonomia (476 km) e prestações que valorizam um SUV ágil e desembaraçado. Falta-lhe algum espaço.
Toyota C-HR – É diferente mas mantém o estilo arrojado que faz dele um SUV inconfundível. E agora com a chancela de “feito e pensado à medida dos europeus”. A segunda geração do Toyota C-HR conta com nova evolução do sistema híbrido, o qual continua a marcar pontos pela capacidade de regeneração e pelos consumos comedidos.
A não atribuição de pontos ao Hyundai Ioniq 6 e ao Renault Espace, resulta do meu modo de votar e não significa menos qualidade de qualquer destes produtos. O modelo sul-coreano é uma considerável evolução da submarca da Hyundai numa interpretação mais desportiva e um 100% elétrico bem concebido; o familiar francês, cómodo e espaçoso, do meu ponto de vista traduz apenas o alargamento para os sete lugares do Renault Austral, SUV eleito Carro do Ano em 2023 com o meu voto.
Pontos fortes de um vencedor
O BYD Seal, como aqui escrevi, é a prova de que a marca chinesa, já dominadora no mundo dos elétricos promete ser um caso sério. Desenhado por um alemão, Wolfgang Egger, interior com estilo e qualidade ao nível de bons produtos europeus, baterias e motor evoluídos, plataforma dedicada, tração traseira ou integral, autonomia até 570 quilómetros e preços desde 46 690€ fazem dele grande desafio à concorrência.
Ambos as versões contam com as baterias laminares da marca, neste caso integradas em toda a estrutura a formar uma sanduiche que incorpora o piso e a cobertura superior. Estas baterias, de fosfato de ferro e lítio, têm a capacidade de 82,5 kWh, aceitam carregamento rápido em corrente contínua a 150 kW (26 minutos para ir dos 30 aos 80% da capacidade) e 11 kW em corrente alternada.
A versão de tração traseira debita 313 cv de potência, acelera de 0 a 100 em 5,9 segundos e promete uma autonomia de 570/690 quilómetros. A versão de quatro rodas motrizes combina motores de 217 cv à frente e 313 cv atrás, o que significa a potência máxima de 530 cv e uma capacidade de aceleração de 3,8 segundos de 0 a 100, para uma autonomia anunciada de 520/600 quilómetros. Ambos atingem os 180 km/h em velocidade de ponta. Qualquer deles tem bomba de calor de série.
O êxito da BYD não deve desligar-se do facto de a representação e distribuição da marca chinesa estar a carga do Grupo Salvador Caetano. É um factor que acrescenta credibilidade e confiança a um emblema novo – com origem que gerava algumas dúvidas e receios –, a partir de um nome respeitado no mercado nacional e que, há muito, está presente em vários países.
A lista dos 40 vencedores
Mais antiga iniciativa na área dos prémios para o automóvel em Portugal, o Seguro Directo Carro do Ano/Troféu Volante de Cristal, nascido através do semanário Autosport, realiza-se desde 1985. Seat e Volkwagen com sete títulos, Peugeot (5), Citroën e Renault (4) são as marcas mais premiadas.
A lista dos vencedores é a seguinte:
- 1985– Nissan Micra
- 1986– Saab 9000 Turbo 16
- 1987– Renault 21
- 1988– Citroen AX
- 1989– Peugeot 405
- 1990– Volkswagen Passat
- 1991– Nissan Primera
- 1992– Seat Toledo
- 1993– Toyota Carina E
- 1994– Seat Ibiza
- 1995– Fiat Punto
- 1996– Audi A4
- 1997– Volkswagen Passat
- 1998– Alfa Romeo 156
- 1999– Audi TT
- 2000– Seat Toledo
- 2001– Seat Leon
- 2002– Renault Laguna
- 2003 – Renault Mégane
- 2004– Volkswagen Golf
- 2005– Citroën C4
- 2006– Volkswagen Passat
- 2007– Citroën C4 Picasso
- 2008 – Nissan Qashqai
- 2009- Citroën C5
- 2010– Volkswagen Polo
- 2011– Ford C-Max
- 2012– Peugeot 508
- 2013– Volkswagen Golf
- 2014– Seat Leon
- 2015 – Volkswagen Passat
- 2016 – Opel Astra
- 2017 – Peugeot 3008
- 2018 – Seat Ibiza
- 2019 – Peugeot 508
- 2020 – Toyota Corolla
- 2021 – Seat Leon
- 2022 – Peugeot 308
- 2023 – Renault Austral
- 2024 – BYD Seal