BYD Seal, com três prémios, conseguiu uma vitória em toda a linha (Foto BYD)

Renault Clio, outro eletrificado eleito Citadino do Ano (Foto Renault)

Renault Espace, sete lugares para o Familiar do Ano (Foto Renault)

Honda Civic Type R, ainda a combustão, Desportivo do Ano (Foto Honda)

Toyota C-HR ganha Híbrido do Ano, a "praia" da marca (Foto Toyota)

Toyota Prius, eficiência vale título de PHEV do ano (Foto Toyota)

Jeep Avenger soma distincões e é o SUV Compacto do Ano (Foto Stellantis)

KIA EV9, outro 100% elétrico, Grande SUV do Ano (Foto KIA)

O BYD Seal foi eleito Carro do Ano em Portugal, por inerência também o melhor 100% elétrico e ainda distinguido pelo Design. Uma vitória em toda a linha de um automóvel que nos vem mostrar a força atual da indústria automóvel chinesa. Como diz a máxima, foi chegar, ver e vencer…

O prémio, pela primeira vez atribuído a um 100% elétrico, resulta da votação dos 19 jornalistas, de outros tantos meios de comunicação, que integraram o painel de jurados do concurso, que elegeu ainda os melhores em oito categorias. Além do BYD Seal no segmento dos automóveis de emissões zero, os vencedores foram o Renault Clio (Citadino), Renault Espace (Familiar), Honda Civic Type R (Desportivo), Toyota C-HR (Híbrido), Toyota Prius (Híbrido Plug-in), Jeep Avenger (SUV compacto), KIA EV9 (Grande SUV). Renault e Toyota estiveram em destaque, com dois prémios cada.

O BYD Seal é a prova de que a marca chinesa, já dominadora no mundo dos elétricos promete ser um caso sério. Desenhado por um alemão, Wolfgang Egger, interior com estilo e qualidade ao nível de bons produtos europeus, baterias e motor evoluídos, plataforma dedicada, tração traseira ou integral, autonomia até 570 quilómetros e preços desde 46 690€ fazem dele grande desafio à concorrência.

O Seguro Directo Carro do Ano, iniciativa do “Expresso” e da SIC Notícias, atribuiu também, por votação, o já referido Prémio de Design ao BYD Seal, e ainda o Prémio de Tecnologia ao sistema LIDAR da Volvo. Trata-se de um método de detecção remota que utiliza a luz como um laser e pode, por exemplo, identificar um pneu numa estrada a 120 metros de distância.

A organização, por sua vez, decidiu conceder o Prémio Personalidade do Ano a Daniela Simões, CEO da Miio, plataforma de carregamentos elétricos que se tornou na maior da Península Ibérica e numa das maiores europeias e cuja maioria do capital  foi, recentemente, adquirida pela Repsol. Daniela Simões integrou a lista de melhores jovens empresários do mundo publicada pela ”Forbes”.

A razão de uma vitória

O Seal foi eleito entre sete finalistas, que integravam Hyundai Ioniq 6, Hyundai Kauai, Renault Espace, Toyota C-HR, Toyota Prius e Volvo EX30 saídos, também por votação, de uma lista de 22 concorrentes.

A vitória foi expressiva, 99 votos contra 88 do Volvo EX30 e 84 do Toyota Prius, que integraram o trio do pódio. Estes três modelos foram, aliás, aqueles que conseguiram mais primeiros lugares nas votações. O BYD Seal foi o melhor para sete dos jurados, o Toyota Prius e o Volvo EX30 mereceram, cada, o primeiro lugar para quatro jornalistas.

Havia 25 pontos para distribuir por um mínimo de cinco automóveis e a obrigação de argumentar a escolha. A minha votação colocou o Toyota Prius no topo (9 pontos), à frente de BYD Seal (8), Hyundai Kauai (4), Volvo EX30 (3) e Toyota C-HR (1). Não atribuí pontos ao Hyundai Ioniq 6 nem ao Renault Espace. Prefiro votar alto, de modo a “apertar” a votação entre os melhores e não pulverizar a pontuação.

Os meus argumentos, foram os seguintes:

Toyota Prius – A diferença é tão grande que até custa acreditar… O novo Toyota Prius, agora na Europa só Plug-in, de igual só tem o nome. Importa a diferença estética, claro, uma revolução, mas os resultados práticos impressionam ainda mais. Se já era uma referência entre os eletrificados, acaba de elevar esse patamar a um nível que é desafio para toda a concorrência.

BYD Seal – Design conseguido, interior com estilo e qualidade ao nível de bons produtos europeus, baterias e motor evoluídos, plataforma dedicada, bem construído, dinâmica convincente, boa autonomia, sem dúvida um dos melhores e mais surpreendentes produtos lançados ultimamente. Preço razoável para o nível e equipamento da oferta

Hyundai Kauai – É outro automóvel, uma demonstração da arte de saber fazer crescer um SUV e conferir-lhe robustez e mesmo um ar mas adulto. Os níveis de qualidade habituais, boa construção, mais espaço e conforto, tecnologia de primeira linha, aqui temos um Kauai para continuar o caminho de conquista da Hyundai. Bem feito

Volvo EX30 – A  Volvo deu boa conta do recado nesta sua abordagem ao mercado dos SUV do segmento B, uma oferta que não é bem a sua praia. O EX30 será sempre uma tentação pelo peso da marca, mas também, no caso da versão Extended Range, pela autonomia (476 km) e prestações que valorizam um SUV ágil e desembaraçado. Falta-lhe algum espaço.

Toyota C-HR – É diferente mas mantém o estilo arrojado que faz dele um SUV inconfundível. E agora com a chancela de “feito e pensado à medida dos europeus”. A segunda geração do Toyota C-HR conta com nova evolução do sistema híbrido, o qual continua a marcar pontos pela capacidade de regeneração e pelos consumos comedidos.

A não atribuição de pontos ao Hyundai Ioniq 6 e ao Renault Espace, resulta do meu modo de votar e não significa menos qualidade de qualquer destes produtos. O modelo sul-coreano é uma considerável evolução da submarca da Hyundai numa interpretação mais desportiva e um 100% elétrico bem concebido; o familiar francês, cómodo e espaçoso, do meu ponto de vista traduz apenas o alargamento para os sete lugares do Renault Austral, SUV eleito Carro do Ano em 2023 com o meu voto.

Pontos fortes de um vencedor

O BYD Seal, como aqui escrevi, é a prova de que a marca chinesa, já dominadora no mundo dos elétricos promete ser um caso sério. Desenhado por um alemão, Wolfgang Egger, interior com estilo e qualidade ao nível de bons produtos europeus, baterias e motor evoluídos, plataforma dedicada, tração traseira ou integral, autonomia até 570 quilómetros e preços desde 46 690€ fazem dele grande desafio à concorrência.

Ambos as versões contam com as baterias laminares da marca, neste caso integradas em toda a estrutura a formar uma sanduiche que incorpora o piso e a cobertura superior. Estas baterias, de fosfato de ferro e lítio, têm a capacidade de 82,5 kWh, aceitam carregamento rápido em corrente contínua a 150 kW (26 minutos para ir dos 30 aos 80% da capacidade) e 11 kW em corrente alternada.

A versão de tração traseira debita 313 cv de potência, acelera de 0 a 100 em 5,9 segundos e promete uma autonomia de 570/690 quilómetros. A versão de quatro rodas motrizes combina motores de 217 cv à frente e 313 cv atrás, o que significa a potência máxima de 530 cv e uma capacidade de aceleração de 3,8 segundos de 0 a 100, para uma autonomia anunciada de 520/600 quilómetros. Ambos atingem os 180 km/h em velocidade de ponta. Qualquer deles tem bomba de calor de série.

O êxito da BYD não deve desligar-se do facto de a representação e distribuição da marca chinesa estar a carga do Grupo Salvador Caetano. É um factor que acrescenta credibilidade e confiança a um emblema novo – com origem que gerava algumas dúvidas e receios –, a partir de um nome respeitado no mercado nacional e que, há muito, está presente em vários países.

A lista dos 40 vencedores

Mais antiga iniciativa na área dos prémios para o automóvel em Portugal, o Seguro Directo Carro do Ano/Troféu Volante de Cristal, nascido através do semanário Autosport, realiza-se desde 1985. Seat e Volkwagen com sete títulos, Peugeot (5), Citroën e Renault (4) são as marcas mais premiadas.

A lista dos vencedores é a seguinte:

  • 1985– Nissan Micra
  • 1986– Saab 9000 Turbo 16
  • 1987– Renault 21
  • 1988– Citroen AX
  • 1989– Peugeot 405
  • 1990– Volkswagen Passat
  • 1991– Nissan Primera
  • 1992– Seat Toledo
  • 1993– Toyota Carina E
  • 1994– Seat Ibiza
  • 1995– Fiat Punto
  • 1996– Audi A4
  • 1997– Volkswagen Passat
  • 1998– Alfa Romeo 156
  • 1999– Audi TT
  • 2000– Seat Toledo
  • 2001– Seat Leon
  • 2002– Renault Laguna
  • 2003 – Renault Mégane
  • 2004– Volkswagen Golf
  • 2005– Citroën C4
  • 2006– Volkswagen Passat
  • 2007– Citroën C4 Picasso
  • 2008 – Nissan Qashqai
  • 2009- Citroën C5
  • 2010– Volkswagen Polo
  • 2011– Ford C-Max
  • 2012– Peugeot 508
  • 2013– Volkswagen Golf
  • 2014– Seat Leon
  • 2015 – Volkswagen Passat
  • 2016 – Opel Astra
  • 2017 – Peugeot 3008
  • 2018 – Seat Ibiza
  • 2019 – Peugeot 508
  • 2020 – Toyota Corolla
  • 2021 – Seat Leon
  • 2022 – Peugeot 308
  • 2023 – Renault Austral
  • 2024 – BYD Seal