O BYD Seal é a prova de que a marca chinesa já dominadora no mundo dos elétricos promete ser um caso sério. Desenhado por um alemão, interior com estilo e qualidade ao nível de bons produtos europeus, baterias e motor evoluídos, plataforma dedicada, tração traseira ou integral, autonomia até 570 quilómetros e preços desde 46 690€ para um automóvel do segmento D. Ora, um bom grande desafio!
Berlina consensual, ao estilo do coupé de quatro portas, desenhada por Wolfgang Egger numa linha que faz lembrar o topo de gama Han também de sua lavra, imagem desportiva e elegante, o Seal faz valer os seus 4,80 metros de comprimento (2,920 entre eixos) para se afirmar como um espaçoso familiar, capaz de transportar cinco passageiros. Os 400 litros de capacidade da bagageira são razoáveis e mais ainda dado que não falta uma caixa com 53 litros sob o capô, suficiente para arrumar os cabos de carga (na versão de tração traseira).
No design, frente rebaixada, pilar A muito inclinado, tejadilho arredondado ressaltam pormenores como as proeminentes luzes diurnas destacadas dos faróis, duas setas com quatro veios de luz e ponta apontada ao centro, uma onda vistosa em que encaixa a entrada de ar. Interessante. Mas há mais: as formas proporcionam um apurado resultado em termos de aerodinâmico (0,219 Cd), que tem reflexos importantes nas performances consideráveis deste 100% elétrico.
Produto para analisar com muita atenção, este BYD Seal, berlina confortável e espaçosa, boa qualidade percebida, imagem desportiva e versões de tração traseira (313 cv) e tração integral (530 cv), separadas por 1 000€, num automóvel elétrico bem equipado e com preços desde 46 990€ para uma autonomia de 570/690 quilómetros. Estes chineses não brincam em serviço!
Abrir a porta e deparar com um nível de qualidade superior e capaz de fazer inveja a muitas marcas com mais pergaminhos só pode surpreender quem não conhece o Han. Escolha criteriosa de materiais, que não dispensam a pele e a alcantara, plásticos exemplares no aspeto e no tato, atenção ao detalhe, requinte e até alguma exuberância marcam decididamente qualquer primeiro contacto e desfazem as dúvidas sobre a realidade do melhor da indústria automóvel chinesa. E tudo isto a pautar um ambiente em que o conjunto tablier/instrumentação/consola se revela outro aspeto importante no cuidado posto na criação de um conjunto que surpreende pelo equilíbrio entre a modernidade do digital e a sobriedade da conceção.
É fácil a empatia com tudo isto, mais uns bancos desportivos bem desenhados, confortáveis e com o apoio necessário a favorecer uma boa posição ao volante, afinável pelo conjunto habitual de regulações.
Potências de 313 cv e 530 cv com tração integral
O BYD Seal está disponível em versões de tração traseira ou integral, esta através do recurso à solução habitual, um motor por eixo. Ambos contam com as baterias laminares da marca, neste caso incorporadas em toda a estrutura a formar uma sanduiche que incorpora o piso e a cobertura superior. Estas baterias, de fosfato de ferro e lítio, têm a capacidade de 82,5 kWh, aceitam carregamento rápido em corrente contínua a 150 kW (26 minutos para ir dos 30 aos 80% da capacidade) e 11 kW em corrente alternada.
A versão de tração traseira debita 313 cv de potência, acelera de 0 a 100 em 5,9 segundos e promete uma autonomia de 570/690 quilómetros. A versão de quatro rodas motrizes combina motores de 217 cv à frente e 313 cv atrás, o que significa a potência máxima de 530 cv e uma capacidade de aceleração de 3,8 segundos de 0 a 100, para uma autonomia anunciada de 520/600 quilómetros. Ambos atingem os 180 km/h em velocidade de ponta. Qualquer deles tem bomba de calor de série.
Ambos contam também com quatro modos de condução – Eco, Normal, Sport e Snow. O AWD está equipado com amortecedores de frequência variável e um sistema de controlo de adaptação do binário. É também o primeiro BYD com suspensão independente, com braços duplos à frente e cinco braços atrás.
No que respeita ao infoentretenimento os Seal oferecem conetividade inteligente 4G, o que garante atualizações over the air. O ecrã central de 15,6 polegadas é rotativo, há controlo por voz e integração de smartphones através de Android Auto ou Apple CarPlay. O painel de instrumentos é um LCD.
Os níveis de equipamento são dois, Design e Excelence-AWD e preços, respetivamente, a partir de 46 990€ e 47 990€. Uma diferença irrisória, 1 000€, que pode esclarecer se o comprador de um automóvel elétrico deste nível troca a potência e a tração integral por uma autonomia superior? A ver com curiosidade…
Produto para analisar com muita atenção este BYD Seal, berlina confortável e espaçosa, boa qualidade percebida, imagem desportiva e versões de tração traseira (313 cv) e tração integral (530 cv), separadas por 1 000€, num automóvel elétrico bem equipado e com preços desde 46 990€ para uma autonomia de 570/690 quilómetros. Estes chineses não brincam em serviço!