Colado ao chão numa excelente postura em estrada (Foto Honda)

Aumento da distância entre eixos foi bem explorado (Foto Honda)

Guarda lamas traseiros mais largos integrados na carroçaria (Foto Honda)

Simplicidade de um bom design é imagem adequada (Foto Honda)

Bancos desportivos fazem-nos sentir num verdadeiro cockpit (Foto Honda)

No modo +R a informação é orientada para a pista (Foto Honda)

Toda a informação necessária para a pista no ecrã central (Foto Honda)

Seletor de velocidades curto com punho em alumínio (Foto Honda)

Exclusividade passa pelo exibição do número de produção, agora no tablier (Foto Honda)

Enquanto familiar, bom espaço no banco traseiro (Foto Honda)

Grelha inferior alargada por causa do intercooler maior (Foto Honda)

Saídas de ar no capô são novidade (Foto Honda)

Asa traseira aumenta ainda mais a força descendente (Foto Honda)

Triplo escape tem válvula para aumentar a extração de gases (Foto Honda)

Jantes exclusivas de 19" para receber os Michelin Pilot Sport S4 (Foto Honda)

Terá sido uma despedida, já que não se conhece o futuro do Honda Civic Type R. Foi um prazer conhecê-lo! – é o que apetece dizer depois do contacto com o FL5, a mais recente geração do desportivo japonês que conta com uma legião de fãs e continua a ser uma referência para os entusiastas das performances: 329 cv, 420 Nm, 5,4 segundos de 0 a 100 e 275 km/h em velocidade de ponta… Custava 69 500€ e não há mais!

O belo cartão de visita do Type R continua a corresponder a um carro que não dispensa a enorme e pouco discreta asa traseira, ainda assim mais fina, elemento diferenciador deste super Civic que conta com outros elementos distintivos do familiar, os quais lhe emprestam agressividade a condizer com a capacidade. Como as saídas de ar no capô, grelha específica, cortinas de ar no guarda lamas, jantes negras de 19 polegadas e os marcantes três escapes, maior o central, no defletor traseiro.

Pensado e feito para apaixonados, raça de competição, vieram dez para Portugal e foram vendidos em três dias. Continua a não ser um modelo de discrição, é um daqueles carros que quem possui também gosta de mostrar, mesmo que a paleta de cores contemple pelo menos uma opção para quem pretende passar mais despercebido – cinzento.

Bancos desportivos marcam um toque de diferença

A imagem do interior é marcada pelos excelentes bancos desportivos vermelhos e pretos em alcantara, acompanhados por cintos da mesma cor e por um volante multifunções com forro no mesmo material, excelente pega e dimensões adequadas. É o toque da diferença num ambiente conseguido, tablier simples, bem solucionado no estilo e com materiais de qualidade e bom acabamento, cortado por uma grelha para a difusão do ar que exibe a placa da exclusividade do modelo com o número de produção. Interessante.

Continua a ser um desportivo  muito especial o Honda Civic Type R naquela que poderá ser a geração do adeus à sua essência. Mais potente, mais rápido e mais veloz mantém-se como um automóvel para desfrutar de sensações fortes a um nível de grande apuramento da tecnologia ao serviço da dinâmica. Da condução à pilotagem vai muito pouco… Uma máquina!

Painel de instrumentos com diferentes opções e ecrã central são obviamente digitais, o grafismo privilegia a imagem desportiva e a informação desta natureza é muito e variada no sistema de infoentretenimento. Há luzes (amarelas e vermelhas) para acompanhar a evolução das relações da caixa de velocidades. Quem for para a pista tem tudo aquilo que vai gostar de saber, no volta a volta, além da telemetria (tudo ligado a uma app, agora integrada no sistema) para aquilo que convém não esquecer em relação à máquina.

O resto é uma consola bem arrumada, forrada em fibra de carbono e  incluindo os botões dos modos de condução (Normal e o exclusivo +R, travão de parque e corte do start-stop, e um seletor de velocidades pequeno e muito agradável de manusear….

A pista é o espaço privilegiado para o Type R evidenciar todas as suas capacidades (Foto Honda)

Em termos de habitabilidade, à frente estamos conversados: as bacquets encaixam-nos e o resto é a estrada; atrás espaço suficiente para garantir conforto, pelo menos para dois passageiros. A mala é razoável (410 litros), mas tem um fundo muito desnivelado da moldura, o que torna tudo sempre menos prático.

Difícil resistir ao apelo da máquina…

Verdadeiramente marcante é o que a máquina empresta a tudo. O 2.0 Turbo com 329 cv e os significativos 420 Nm de binário geridos por uma caixa manual de seis velocidades com relações curtas e aquele “toque” muito próprio da Honda, tem um efeito quase libertador e é difícil resistir ao desafio constante que nos faz com a facilidade com que galga rotações. A “música” é sintetizada, vem das colunas, mas ajuda a emprestar mais “ambiente” no habitáculo.

Ao volante, vai pequena diferença entre a condução e a pilotagem se provocarmos o Type R. Direção direta, travões mordazes, um mimo de caixa e damos por nós a rolar bem depressa em estradas serpenteantes, experimentando uma grande agilidade e eficácia. E também um elevado nível de segurança.

Tração dianteira, a frente pode dizer-se bem mandada, o autoblocante dá uma ajuda na tração, e, não obstante a tendência subvirante, é possível sentir a traseira libertar-se ligeiramente e ajudar no desenho da trajetória. Abusando, é claro que a frente alarga o raio da viragem e desliza; levanta-se o pée  o Type R volta ao lugar, mas até essa manobra é brutal, como tudo o mais que se faz pressionando bem o acelerador. Divertido, por um lado, notável por outro, a eficácia de uma suspensão naturalmente firme que não acusa o esforço em apoio prolongado e mantém-se muito estável quando poderia esperar-se um balanceamento mais pronunciado da carroçaria.

Decididamente, não é um automóvel para todos!

Mas a estrada não é uma pista e o Type R sabe também portar-se civilizadamente, mesmo que se ressinta nos maus pisos sem que, é verdade, seja demasiado penalizador para os passageiros. Neste registo, mais familiar, é óbvio que não deve usar-se o modo +R. O modo Confort chega e sobeja por contraponto ao Sport, sempre mais vivo; melhor é afinar à medida no modo Individual. A este ritmo de passeio de fim de semana consegui uma média de 8,8 litros/100 km num percurso em vias suburbanas e autoestrada, no respeito dos limites de velocidade, resultado muito honesto. A questão é saber se vale a pena ter um Type R para isto?

Parece-me que não. Este não é mesmo um automóvel para todos; sem sentido para quem não possa espremê-lo para saborear o sumo!

Em termos de equipamento, um pacote completo quanto a dispositivos de segurança (Honda Sensing) e assistência à condução, como cobertura do ângulo morto, reconhecimento de sinais, travagem de emergência, sistema de manutenção na faixa de rodagem e atrenuante da saída de estrada, sensores de chuva, luz e estacionamento, câmara traseira, faróis Full LED automáticos, cruise control inteligente. O display configurável do painel de instrumentos tem 10, 2 polegadas e o ecrã central tátil de nove polegadas contempla navegação e é compatível com AndroidAuto e Apple CarPlay. Ar condicionado automático bizona, volante multifunções em pele, travão de parque elétrico, carregador wireless, pedaleira desportiva, punho do seletor em alumínio e jantes exclusivas de 19 polegadas com pneus Michelin Pilot Sport 4S fazem parte da extensa lista.

Continua a ser um desportivo  muito especial o Honda Civic Type R naquela que poderá ser a geração do adeus à sua essência. Mais potente, mais rápido e mais veloz mantém-se como um automóvel para desfrutar de sensações fortes a um nível de grande apuramento da tecnologia ao serviço da dinâmica. Da condução à pilotagem vai muito pouco… Uma máquina!

FICHA TÉCNICA

Honda Civic Type R

Motor: 1996 cc, turbo, intercooler

Potência: 329 cv/6 500 rpm

Binário máximo: 420 Nm – 2 500/4 000 rpm

Transmissão: caixa manual de seis velocidades

Aceleração 0-100 km/h: 5,4 s

Velocidade máxima: 275 km/h

Consumo: ciclo combinado – 6,2 l/100 km (WLTP)

Emissões CO2: 186 g/km

Peso: 1 429 kg

Dimensões: (c/l/a) 4,594/1,890/1,401 m

Mala: 410/904 litros

Preço: 69 500€