Publicidade Continue a leitura a seguir

A6 40 TDI, mild-hybrid e classe

Grelha singleframe, faróis planos, grandes entradas de ar, outro rosto e agressividade no A6 (Foto Audi Media Center)
Capô mais comprido num automóvel de silhueta elegante e bem proporcionado (Foto Audi Media Center)
Traseira acentua a expressão de força deste A6 Limousine quase com cinco metros (Foto Audi Media Center)
Novas formas, o desafio da modernidade confirmado noutro modelo da marca dos anéis (Foto Audi Media Center)
Digitalização levada quase ao extremo num tablier marcante também pela conceção e pelo design (Foto Audi Media Center)
Versão Sport tem volante multifunções de três braços, mas o Virtual Cockpit é opção (Foto Audi Media Center)
Luzes interiores em LED, mais um extra que empresta singularidade ao ambiente do A6 (Foto Audi Media Center)
Audi Select Drive com cinco modos de condução passa pelo ecrã central tátil que simula o som de uma tecla em cada função (Foto Audi Media Center)
Espaço não falta, mas a habitabilidade atrás oferece comodidade para dois, dada a altura do túnel central e o prolongamento da consola (Foto Audi Media Center)
Está disponível o ar condicionado de quatro zonas, o qual permite outra comodidade a quem viaja atrás (Foto Milhas/SP)
Nova grelha singleframe assume papel preponderante no traço do novo rosto (Foto Audi Media Center)
Fluidez das formas foi conseguida com soluções sóbrias e esculpidas suavemente (Foto Audi Media Center)
Prolongamento da superfície vidrada reforça a elegância do perfil e a suavidade da inclinação do tejadilho (Foto Audi Media Center)
Na versão ensaiada, as jantes em liga eram de 19 polegadas (Foto Audi Media Center)
Luzes diurnas em LED têm assinatura muito elaborada (Foto Audi Media Center)
Rasto luminoso original para um modelo que não dispensa os "piscas" dinâmicos (Foto Audi Media Center)

Publicidade Continue a leitura a seguir

Digitalização levada quase ao extremo, tecnologia apurada com recurso à solução mild-hybrid, conforto, dinâmica próxima do exemplar e tudo isto vestido com o rigor da imagem própria de um Premium resultam no verdadeiro exercício de classe que é o novo Audi A 6 Limousine. Apetece dizer que todos os automóveis deviam ser um pouco assim. E mais baratos também…

A Audi continua a responder àqueles que consideravam que os seus modelos começavam a estar velhos. Eram muitos – e com razão. Mas a marca dos anéis apostou em dar-lhes novo brilho e a “limpeza” tem sido notável. Há outro rosto no emblema alemão e a quinta geração do A6 é, para mim, tão conseguida como foi revolucionário na imagem o modelo que lançou a família.

Presença marcante num estilo rejuvenescido, poder e classe, proporções notáveis em quase cinco metros (4,93 m de comprimento, por 1,86 de largura e 1,47 de altura) o novo A6 Limousine carrega tudo aquilo que é associável a um automóvel estatutário. A nova grelha singleframe, os faróis planos e grandes entradas de ar, combinação de grande agressividade na dianteira são apenas o princípio de uma diferença que, em termos simples, vai de fio a pavio. Um trabalho, no mínimo, apurado.

Um senhor automóvel, com todo o novo brilho do emblema dos anéis. Exemplo da aplicação do digital e das novas tecnologias para os Diesel, garante consumos simpáticos e comportamento exemplar em ambiente de conforto. Tem classe, mas a qualidade faz-se pagar caro e o equipamento devia ser mais rico

Basta abrir a porta para perceber que esta ideia transpõe-se para o interior, um ambiente minimalista de opulência – pele, alumínio, acabamento cuidado – com interpretação moderna, seja pela marca indelével da digitalização, pautada pelos dois ecrãs, como pelo design rigoroso e só não dizemos inovador porque está na linha do A8.

Aliás, a tentação é ver neste A6 um A8 mais pequeno e até nem surpreende que assim seja quando se sabe que mesmo a plataforma é uma versão curta daquela que serva de base ao porta-estandarte da marca.

Do Audi 100 ao A6 50 anos de história

Dimensões idênticas (cresceu 7 mm), o A6 é um mundo de espaço e habitabilidade, mas, atenção, atrás é mesmo só para dois, como executivo que se preze. Quem compra destes automóveis nem estranha, afinal importante é que o ar condicionado tem quatro zonas (opção) e, lá atrás, sobre um túnel largo e muito alto, há um painel também digital agregado à consola para a climatização automática. Quanto a conforto, estamos conversados, tanto atrás como à frente. Melhor fora… A bagageira, de abertura elétrica no interior, tem 530 litros de capacidade.

Tudo fácil e natural

Passando à prática, experimenta-se grande empatia ao volante do novo A6, parece que sempre o conduzimos. Excelente posição de condução, afinações (elétricas) a permitirem regular quase tudo, estamos em casa. Tudo tão fácil, tão natural que damos por nós a pensar como é possível tudo isto ao volante de um automóvel com quase cinco metros tal a destreza que permite um curvar assertivo associado a enorme sensação de segurança. Não estamos ao volante de um daqueles automóveis para ir à procura dos limites, mas fica a certeza de que, longe de ser um desportivo, o A6, que perdeu peso com mais alumínio e ganhou rigidez, aceita todos os desafios e, nas estradas serpenteantes, não se acanha –  assim haja coração…

Estou a falar da experiência ao volante de um “simples” A6 40 TDI, o mesmo que dizer, par já, o Diesel de entrada na gama, com 2.0 litros e 204 cv geridos por uma caixa automática S tronic de dupla embraiagem e sete velocidades. Até pode parecer pouco para tanta nobreza, os números, especialmente do arranque (8,3 segundos de 0 a 100), até nem impressionam, mas mostrou-se o bastante para um estradista por excelência.

A caixa, com patilhas no volante, faz uma gestão criteriosa das solicitações do acelerador e do travão, explorando os generosos 400 Nm de binário para potenciar o conforto também na condução. E se já sabíamos que no grupo VW a transmissão automática de dupla embraiagem contribui para melhores consumos em situações diversas, é agradável constatar que, com quatro pessoas a bordo, em autoestrada e cumprindo os limites, torna-se possível um consumo de 6 litros aos 100 registado no computador de bordo. Num passeio por percurso suburbano, consegui mesmo 5,9. Verdade que é fácil gastar mais, depende da pressa que se tiver… Óbvio!

Importa lembrar que este motor, como acontece com a generalidade da gama, beneficia da tecnologia mild-hybrid. Neste caso, existe uma rede de 12 volts (48 nos V6) e o alternador funciona em conjunto com uma segunda bateria de iões de lítio. O sistema, o qual nunca leva ao funcionamento em modo elétrico, permite que o motor seja desligado entre os 55 e os 160 km/h e passe a“roda livre” aproveitando a inércia. Não dura muito tempo, ainda assim, é impressionante ver o ponteiro do conta-rotações ”cair” mantendo-se a velocidade. Duas bombas elétricas e um acumulador de pressão asseguram o acoplamento da embraiagem e das relações de caixa depois da fase de roda livre. É uma ajuda para melhores consumos (a Audi anuncia reduções que podem chegar aos 0,7 l/100) e menos emissões. Uma solução que vamos ver generalizar-se e, seguramente, evoluir.

A questão do equipamento

Este A6 oferece o Drive Select com cinco modos de condução – efficiency, confort, auto, dynamic, individual –, os quais permitem diferentes afinações da direção, suspensão e caixa de velocidades. A regulação é feita numa tecla que nos remete para o ecrã tátil superior do conhecido MMI, sistema muito diversificado mas também intuitivo. O ecrã inferior destina-se apenas à climatização. O painel de instrumentos é também ele digital e nesta versão limitado a duas opções de confuguração. O virtual cockpit está na lista de opções.

A versão que guiei tinha extras no valor de 10 905 euros (!), o que pagava o chamado pacote Advaced  (Audi connect key, câmara de estacionamento, cortina traseira elétrica e laterais manuais, pacote de luzes e suspensão, com controlo de amortecimento), além de depósitos maiores de adblue (24 litros) e gasóleo (73 litros), navegação Plus com ecrã de 10,1 polegadas, sistema áudio Bang & Olufsen Premuim, alarme volumétrico, jantes de 19 polegadas e ar condicionado de quatro zonas. Não é tudo, mas, claro, faz diferença.

De base, conta-se com abertura e fecho elétrico da bagageira, ajustamento elétrico da coluna de direção, cruise-control, bancos dianteiros de regulação elétrica com memória para o condutor, estofos em combinação de pele, luzes LED à frente e atrás, MMI de navegação, retrovisores exteriores aquecidos, elétricos e com memória, sensores de estacionamento, volante multifunções com patilhas para comando da caixa. O mais depende da linha de acabamento, o que, na caso do Sport ensaiado, representava bancos desportivos, inserções interiores em alumínio, pacote de luz interior em LED e volante desportivo com três braços.

Este Audi A6 40 TDI Limousine é um senhor automóvel, com todo o novo brilho do emblema dos anéis. Exemplo da aplicação do digital e das novas tecnologias para os Diesel, garante consumos simpáticos e comportamento exemplar em ambiente de conforto. Tem classe, mas a qualidade faz-se pagar caro e o equipamento devia ser mais rico.

O novo A6 deu-se a conhecer nas estradas do Douro

Loading the player...

FICHA TÉCNICA

Audi A6 40 TDI Limousine Sport*

Motor: 1968 cc, turbodiesel, mild-hybrid, start/stop

Potência: 204 cv/3750-4200 rpm

Binário máximo: 400 Nm/1750-3500 rpm

Transmissão: caixa automática S tronic, dupla embraiagem, sete velocidades

Aceleração 0-100: 8,1 segundos

Velocidade máxima: 246 km/h

Consumo: média WLTP – 5,8/5,3 litros/100 km

Emissões CO2: 152/139 g/km

Bagageira: 530 litros

Preço: 73 755 euros (versão ensaiada); Sport, 62 850 euros; desde 59 950 euros

*Concorrente ao Essilor Carro do Ano/Troféu Volante de Cristal (Categoria Executivo do Ano)