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Scala vale mais do que tem

Dianteira inconfundível quanto à origem - só podia ser Skoda (Foto Newsroom SIVA)
Maior do que um Golf, nem carrinha nem coupé, original (Foto Newsroom SIVA)
Óculo prolongado vinca presença agora marcada pela aposição do "lettering" Skoda (Foto Newsroom SIVA)
Jovialidade transposta de forma simples para o interior empresta ambiente bem agradável (Foto Newsroom SIVA)
Cockpit virtual faz parte do equipamento desta versão Style (Foto Newsroom SIVA)
Outro dos ecrãs possível no painel de instrumentos (Foto Newsroom SIVA)
EWcrã central tátil tem excelente apresentação (Foto Newsroom SIVA)
Volante multifunções em pele tem dimensões adequadas e boa pega (Foto Newsroom SIVA)
Ar condicionado automático é também equipamento de série (Foto Newsroom SIVA)
Bancos desportivos favorecem o conforto de condutor e acompanhante (Foto Newsroom SIVA)
Combinação de materiais e jogo de cores atenua o "peso" do muito plástico (Foto Newsroom SIVA)
Espaço atrás ao nível da melhor tradição Skoda (Foto Newsroom SIVA)
Consola transporta o ar condicionado para os passageiros da retaguarda (Foto Newsroom SIVA)
Grelha em constante evolução num estilo que é rosto da marca checa (Foto Newsroom SIVA)
Prolongamento do óculo traseiro é solução de belo efeito (Foto Newsroom SIVA)

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Espaço, bom nível de qualidade, diferença no compromisso estético e uma dinâmica capaz de surpreender ao volante são, para mim, os argumentos que valorizam o Skoda Scala na versão com o motor de três cilindros 1.0 de 116 cv e caixa automática. Consumos de gasolina aceitáveis e preço razoável são aspetos a ter ainda em conta.

Proposta mais irreverente na gama Skoda, este Scala, com 4,36 metros e maior do que um Golf (+12 cm) é original no estilo, namoro entre a carrinha e o coupé, agora rematado por um portão que pode ter maior superfície vidrada num reforço da imagem, e sobre a qual surge em destaque o lettering tridimensional da marca.

Tem imagem jovem e ambiente interior bem defendido, apesar de só haver uma réstea de tecido nos apoios de braços das portas e o mais ser uma combinação cuidada de plásticos, muitos plásticos. Mas não falta o piano black na consola, a imitação da fibra no tablier nem um fio prateado para dar largura ao conjunto. Bem pensado.

O design é interessante, a instrumentação digital com vários fundos e o grande ecrã ao estilo de tablet assente no tabliet trazem um cunho de modernidade a um conjunto que marca pontos pela construção, rigorosa, a qual nos leva a aceitar os materiais utilizados.

O Skoda Scala é um daqueles automóveis dos quais fica a ideia de valer mais do que os resultados comerciais traduzem. A motorização 1.0 a gasolina de 116 cv combinada com a caixa automática é uma aposta que nos parece racional, para quem quer um carro diferente, espaçoso e com gama de preços razoável

Bem sentados ao volante, um multifunções que “encaixa” bem na imagem e, pelas dimensões e pega, ajuda a fruir a posição de bem estar, e com espaço generoso. Só poderemos lamentar a caixa quase decorativa sob o apoio de braços central.

Habitabilidade acima da média

Atrás, o Scala eleva a parada ao estilo da marca. Habitabilidade acima da média e conforto em plano aceitável – aspetos em que este Skoda não teme comparações e desafia mesmo produtos de segmentos superiores. Verdade que a consola (transporta o ar condicionado para trás) é algo intrusiva, o túnel e o apoio de braços central fazem com que de deva olhar-se para o banco traseiro como ideal para dois. Nada que surpreenda, afinal. É assim neste segmento, mesmo que a lotação sejam os cinco passageiros.

O tejadilho panorâmico com cortina potencia a sensação de espaço quando nos sentamos naqueles bancos bem recetivos, valorizados pela decoração do almofadado central. E tudo isto experimentando uma mobilidade pouco vulgar para as pernas.

No que respeita à mala, é referencial nos seus 467 litros de capacidade, pena só o grande desnível entre a moldura do portão e o fundo, pormenor que complica principalmente a retirada de objectos mais pesados. A chapeleira é rígida e está articulada com o portão suficientemente amplo.

Bom pisar e assertividade em curva

Em termos dinâmicos, uma bela surpresa. Bom pisar, com as jantes de 18 polegadas (extra de design menos conseguido, para o meu gosto), a conferir outro peso à imagem, o Scala é um daqueles carros que, favorecido ou não pelo estilo, permite-nos uma condução pelo balanceamento da carroçaria, o que é sempre divertido. Aponta-se a frente e ele como que ajuda posicionando-se da melhor forma para descrever a curva com rigor e até sem se fazer rogado quando se anda mais depressinha. O ESP intervém, é claro, mas sem que a sua atuação suscite embaraços. Interessante compromisso de suspensão, neste caso adaptável (outro extra), e que gere bem a eficácia e o conforto. Um bom trabalho sobre a plataforma do Polo, aqui bem “esticada” (2,649 metros entre eixos, o máximo possível).

A caixa DSG é o que se sabe, gere bem os 200 Nm de binário que emprestam algum nervo ao Scala e, usando o modo Sport (também opcional), experimenta-se uma pontinha de agressividade que pode tornar tudo mais interessante. As patilhas, continuam a não ser um modelo de rapidez. Quanto à direção tem aquele toque comum aos automóveis do grupo VW e ajuda a tornar a condução mais envolvente, com uma assistência “no ponto” para o tipo de automóvel.

Resultados interessantes no consumo

No que respeita a consumos, este três cilindros continua a proporcionar resultados interessantes, mesmo com a caixa automática que alguns ainda temem sob o prisma da economia. Em autoestrada, a 120 km/h e com o cruise control ligado, o computador de bordo registou 5,8 litros aos 100; no percurso suburbano o valor subiu para 5,9. No registo do longo prazo e para 712 quilómetros, com diversos tipos de utilização, ficaram assinalados 7,4 de média.

A versão que conduzi era a Style, topo de gama e no caso com mais 2675 euros de equipamento que fazem grande diferença e incluíam as jantes pretas de 18 polegadas (510 euros), bancos desportivos, pedais em alumínio, volante multifunções Sport e forro do tejadilho preto (460 euros), tejadilho panorâmico, faróis full LED dinâmicos, luzes de nevoeiro com função cornering (490 euros), chassis sport com suspensão adaptável e seletor de modos de condução (405 euros).

O equipamento de série inclui travagem de emergência, ar condicionado automático, sistema mãos livres, cruise control, care connect e sistema de infoentretenimento com um ano de contrato, câmara traseira, cockpit virtual, retrovisores retráteis elétricos e aquecidos anti-encandeamento.

O Skoda Scala é um daqueles automóveis dos quais fica a ideia de valer mais do que os resultados comerciais traduzem. A motorização 1.0 a gasolina de 116 cv combinada com a caixa automática é uma aposta que nos parece racional, para quem quer um carro diferente, espaçoso e uma gama de preços razoável.

Toda a gama Skoda tem atualmente incluída um programa de quatro anos de manutenção ou 80 mil quilómetros.

 

FICHA TÉCNICA

Skoda Scala 1.0 TSI 116 cv Style DSG

Motor: 999 cc, três cilindros, turbo, gasolina, injeção direta de alta pressão, start/stop

Potência: 116 cv/5000-5500 rrpm

Binário máximo: 200 Nm/2000-3500 rpm

Transmissão: caixa automática de dupla embraiagem com sete velocidades e patilhas no volante

Aceleração 0-100: 9,9 s

Velocidade máxima: 199 km/h

Consumo médio: 5,5 – 6,8 litros/100

Emissões de CO2: 124,10-153,8  g/km

Mala: 467/1401 litros

Preço: 27 290 euros, versão ensaiada; Style, 26 542 euros; desde 20 542 euros