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Tarraco, a bandeira da SEAT

Equilíbrio de proporções é aspeto relevante na imagem do Tarraco (Foto SEAT)
Nova solução para formas de continuidade resultaram numa frente pujante (Foto SEAT)
Cintura vincada em cunha ligeira sublinha elegância de um SUV que asssenta bem nas jantes de 20 polegadas (Foto SEAT)
Traseira bem resolvida tem uma barra plástica vermelha a unir os grupos óticos; brevemente será também ela uma fita em LED (Foto SEAT)
A simplicidade habitual e um toque de requinte com a barra de madeira a amenizar o "peso" do tablier (Foto SEAT)
Um mundo digital nas 10,25 polegadas do painel de instrumentos virtual, com várias opções informativas, e o ecrã tátil de 8 polegadas com uma dezena de menus (Foto SEAT)
Sete lugares, a única versão disponível no mercado nacional, apresenta as virtudes e defeitos comuns à solução em termos de espaço (Foto SEAT)
A bagageira, com os bancos rebatidos na versão de sete lugares, oferece espaço para muitas soluções de transporte de carga (Foto SEAT)
Grelha de novo desenho é elemento marcante no rosto do Tarraco e na sua personalidade (Foto SEAT)
Faróis Full LED são de série do grande SUV espanhol que desenvolve nova solução para a assinatura luminosa diurna típica da marca (Foto SEAT)
Traseira não dispensa a proteção metálica que compõe uma imagem sugestiva (Foto SEAT)
Arona, Ateca, Tarraco: uma família alargada com traços comuns e diferentes personalidades para o mesmo ADN (Foto SEAT)

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Frente pujante, traseira impressiva, perfil elegante, proporções equilibradas, um típico SEAT como resumiu Luca de Meo, presidente da marca espanhola ao apresentar o Tarraco. Será tudo isto o grande SUV e novo porta-estandarte do emblema catalão. Ainda sóbrio e distinto, tem tudo para vender e cumprir objetivos. Mas não chega para dizer-se que surpreende.

Surpresa que possa dizer-se isto do grande SUV da SEAT? Talvez não, se tomarmos em linha de conta que este é um automóvel à procura de outra franja de clientes, numa marca de imagem jovem e apelo desportivo. O Tarraco é para o chefe de família instalado, que não dispensa o automóvel de sete lugares, a única opção na oferta portuguesa, disponível a partir de Fevereiro. Daí, aceitar-se com naturalidade menos ousadia e atrevimento estético.

O mais conservador dos SEAT? Joaquim Garcia, um dos responsáveis pelo design, disse-me que lhe parecia mais ajustado dizer “o mais amadurecido”. E quando lhe perguntei se podia ver semelhanças com o Skoda Kodiac (comentava-se entre dentes…), produzido na mesma fábrica, sorriu e disparou: “as sinergias são inevitáveis num grupo como o nosso!” E foram bem aproveitadas, digo eu, porque a personalidade do Tarraco é marcada pelos pormenores do ADN do símbolo automóvel de Espanha. Conseguido!

O Tarraco vai beneficiar do Dynamic Chassis Control (…)“obrigação” num topo de gama que pode ter tração integral e arrancará com motorizações diesel e a gasolina, com potências entre 150 e 190 cv, todas sobrealimentadas, com injeção direta e o inevitável start/stop

O Tarraco tem o ar de família que se lhe exigia. É quase uma resposta natural ao “modernaço” Ateca e ao jovial Arona. Traz a distinção e o estatuto que completa o trio, com traços comuns mas resultados diferentes, o que até nem se afigura muito simples quando se fala do formato dos SUV – altos, “quadradões”, mais imagem de força (às vezes imponência) do que exercício de estética. Ainda assim, o êxito que se sabe.

Porporções equilibradas

Com 4,375 metros de comprimento, 1,658 de altura e 2,790 de distância entre eixos o grande SUV espanhol marca pontos no equilíbrio das proporções e assenta muito bem nas grandes jantes de 20 polegadas que estavam montadas nas unidades mostradas na sua apresentação ao mundo, em Tarragona – Tarraco como se chamava a cidade romana do grande porto do Mediterrâneo, vizinho de Barcelona.

Promessa de exemplo da futura linguagem de design da SEAT, o Tarraco traz uma nova e grande grelha, mais integrada com os faróis, os quais mantêm a forma triangular. Dominam a frente, ainda arredondada a exemplo do capô com dois vincos que lhe amenizam o peso. A traseira, esculpida quanto baste, foi bem conseguida e recorre a uma solução em que uma barra plástica vermelha une e prolonga os grupos óticos. A prazo será também ela iluminada (na versão de topo) para reforçar a ideia de uma assinatura luminosa “costa-to-coast”, para usar a expressão utilizada. O perfil sugere cunha ligeira através de uma cintura bem vincada, alta e alargada subtilmente num remate de elegância.

Por dentro, algum minimalismo que não surpreende na SEAT. Simples, limpo, eficaz num ambiente também ele sóbrio. Chama a atenção o painel de instrumentos digital com vários fundos e o grande ecrã tátil, a solução do tablet flutuante. Uma barra de madeira na base do tablier, pretende dar um toque de requinte e ameniza a grande superfície frontal do tablier. A qualidade percebida convence, mesmo que os materiais não deslumbrem. Uma grande consola “guarda” o que sobra de necessário de um carro alinhado com a política de não ser repositório de comandos. Quase tudo e o menos possível para complicar a utilização. Bem feito!

Sete lugares só como recurso

Em termos de espaço, o que se espera de um SUV destas dimensões e a opção dos sete lugares. Largueza de sobra à frente, onde quem está ao volante se senta, normalmente, em posição elevada; bastante espaço na fila do meio, que pode avançar longitudinalmente, para jogar com a capacidade de carga quando não se utilizam os dois bancos da terceira fila. Aqui, sem surpresa, além de um acesso menos prático, espaço reduzido e a pouca comodidade de que talvez não se queixem duas crianças. Nada de novo para este tipo de solução que continuo a considerar essencialmente um recurso.

O banco do meio rebate na proporção 40x20x40 e é acionado através de alças na base do recosto. Os bancos traseiros são armados por teclas na parede da mala. Tudo simples e prático.

Quanto a bagageira, depende: 700 a quase 2000 litros com o banco central armado ou rebatido; 230 litros com os sete lugares.

Construído sobre a plataforma MQB-A, a mesma dos outros grandes SUV do Grupo Volkswagem e produzido na linha de Wolfsburgo de onde sai o Skoda Kodiac, o Tarraco vai beneficiar do Dynamic Chassis Control, a tecnologia que permite escolher entre vários modos de condução. Era uma “obrigação” num topo de gama que, para já, vai ter motorizações diesel e a gasolina, com potências entre 150 e 190 cv, todas sobrealimentadas, com injeção direta e o inevitável start/stop.

A entrada de gama será assegurada pelo 1.5 TSI de 150 cv e a oferta a gasolina contempla ainda um 2.0 litros de 190 cv. O primeiro é um tração dianteira com caixa manual de seis velocidades, o mais potente recorre à tração integral (sistema 4Drive) e a caixa automática de dupla embraiagem DSG de sete velocidades.

Em matéria de Diesel, o Tarraco contará com um bloco 2.0 TDI, disponível também com potências de 150 e 190 cv. Neste caso, logo na versão menos musculada, é possível contar com a tração integral, associada às mesmas soluções de transmissão manual ou automática. Para o topo da oferta, apenas tração integral e caixa DSG de sete velocidades.

PHEV dentro de dois anos

Matthias Rabe, vice-presidente para a área de Investigação e Desenvolvimento da SEAT, anunciou uma solução PHEV para o Tarraco dentro de dois anos. Ficou por saber qual será o motor a servir de base a um sistema que, disse, garantirá uma potência de 210 cv e 400 Nm de binário. Também não houve informação sobre as baterias a utilizar.

No que respeita a tecnologias de ajuda à condução, o equipamento de série inclui o sistema de manutenção na faixa de rodagem, assistente de travagem na cidade (com reconhecimento de bicicletas e peões). A iluminação será assegurada por faróis Full LED, tecnologia utilizada também nas luzes do habitáculo. Entre as opções, são anunciados o detetor de ângulo morto, reconhecimento de sinais, assistente de tráfego, cruise-control adaptativo, máximos automáticos e travagem de emergência, além do assistente de pré-colisão e do detetor de capotamento e da chamada de emergência.

A tecnologia disponível incluirá ainda um cockpit com instrumentação digital (10,25 polegadas) que garante toda a informação e, claro, um ecrã central, flutuante (8 polegadas), com resposta para várias opções de conetividade.

Os níveis de equipamento serão os conhecidos Style, Xcellence e FR e as pré-vendas iniciam-se em Dezembro.

O Tarraco surge numa altura em que a SEAT faz a sua maior ofensiva de produto, que implica um investimento de 3,3 mil milhões de euros desde 2015 até 2019, e promete um grande impacto nos lucros da companhia com as margens mais elevadas próprias de um topo de gama.

O público vai encarregar-se da resposta às grandes expetativas da marca espanhola que seguiu uma filosofia muito própria no desenvolvimento do Tarraco: “se parece bem, está bem”.

 

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