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C5 Aircross, SUV com pantufas

Inconfundível, o original novo rosto da marca do duplo chevron chega ao C5 Aircross (Foto Communication Citroën)
Sem surpresa, o novo SUV revela à-vontade no fora de estrada; 23 cm de distância ao solo ajudam (Foto Communication Citroën)
Silhueta vistosa e proporções equilibradas num SUV com 4,5 metros (Foto Communication Citroën)
Design de inspiração familiar do tablier não perde originalidade (Foto Communication Citroën)
Cruise-control e limitador continuam integrados num braço atrás do volante (Foto Communication Citroën)
Grande ecrã tátil inclui a função mirror-link para IOS e Android (Foto Communication Citroën)
Caixa automática de oito velocidades potencia a agradabilidade de condução (Foto Communication Citroën)
Versões Shine incluem o Grip Control para melhor gerir as capacidades de um SUV (Foto Communication Citroën)
Comandos táteis e por teclas estão concentrados na consola (Foto Communication Citroën)
Porta luvas de razoáveis dimensões num carro com vários espaços para pequenos arrumos (Foto Communication Citroën)
Bancos Advanced Confort contribuem para os elevados padrões de comodidade a bordo (Foto Communication Citroën)
Apoio de braços frontal "esconde" caixa com grande capacidade (Foto Communication Citroën)
Ambiente a bordo tem um toque de classe e é bem conseguido (Foto Communication Citroën)
Bancos traseiros são reguláveis longitudinalmente, na inclinação e escamoteáveis (Foto Communication Citroën)
Bagageira razoável, plano de carga um pouco elevado e grande modularidade (Foto Communication Citroën)
ConnectedCam pode ser associada ao telemóvel e permite fazer fotos e vídeos do exterior: custa 200 euros (Foto Communication Citroën)

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Conforto é tradição na Citroën, mas o patamar atingido pelo C5 Aircross impressionou-me. Tive até necessidade de ver corroborada a minha ideia. Parece-me um dos mais expressivos exemplos da validade da tecnologia das suspensões de duplo batente progressivo. Guiei o 1.5 BlueHDI de 130 cv, o bastante para recordar um SUV tão agradável de desfrutar que me fez sentir num automóvel com pantufas…

A imagem começa, também ela, a ser emblemática, com o novo rosto de família, o prolongamento do símbolo a vincar a linha do capô com vivos cromados, os dois patamares de iluminação, limites arredondados para uma carroçaria a sugerir bloco lapidado, cintura elevada, boa superfície vidrada, formas originais para sugerir compacidade e robustez. Um SUV corpulento, valorizado quando “calça” as grandes jantes de 19 polegadas, as quais ajudam a sublinhar postura convincente em estrada. Não falta originalidade, apesar da singeleza do design a privilegiar o objeto útil. Um automóvel que se “percebe” e faz sentido. Até pelo remate da traseira, esculpida q.b., impactante pela naturalidade. Bem resolvido e no fundo vistoso pelo equilíbrio das proporções.

No interior, ambiente interessante, com a questão do predomínio do plástico bem resolvida, primeiro pela escolha dos materiais que se alargam ao piano black e alguns vivos cromados, depois pela própria conceção, na qual desponta o tablier horizontalizado e rasgado por uma barra a toda a largura, interrompida apenas pelo espaço do painel de instrumentos e pela incrustração do ecrã tátil de grandes dimensões. A tentação de simplicar nos comandos foi bem doseada, restando o mínimo necessário. De todo o modo, a digitalização é total, e recorre à solução do painel de instrumentos intermutável, no caso com cinco cenários à escolha, numa linha futurista, hoje transversal à oferta – a compor a modernidade combinada com um toque de clássico. Simples e simpático ao olhar, numa outra forma de interpretar a necessidade de ser diferente que volta à Citroën.

Um SUV que leva muito alto os padrões de conforto, “senhor” de um pisar marcante, agradável de conduzir também pela ajuda da caixa automática. Motor ajustado a quem não faça corridas, espaço e modularidade consideráveis, e muita tecnologia num ambiente simpático. O preço tem grande amplitude em função das versões propostas

Uma grande consola divide o cockpit e define espaços dos dois lados do grande apoio de braços que oculta uma caixa de dimensões muito razoáveis. Quem viaja à frente tem espaço de sobra para se evitar o conflito de cotovelos.

Três lugares reguláveis e escamoteáveis

Atrás, o banco faz-se de três lugares iguais, com a particularidade de todos eles serem reguláveis longitudinalmente e na inclinação das costas, neste caso a partir das alças colocadas entre as costas e o assento; são ainda escamoteáveis. Qualquer das operações é fácil e favorece a modularidade, um sem número de soluções a valorizar o lado prático da utilização do C5 Aircross, para o qual conta uma bagageira de capacidade razoável à vista (a capacidade não é anunciada), um pouco penalizável pela altura do plano de carga. Há uma pequena chapeleira que funciona em articulação com o movimento do portão.

Bem sentados ao volante experimentamos rapidamente a sensação do convite para gozar um nível de conforto superior, pautado por um rolamento muito natural e um despacho aceitável. Tudo isto é potenciado se, como era o caso, se desfruta da excelente caixa automática de oito velocidades, com patilhas no volante, que o Grupo PSA compra aos japoneses da Aisin. O pisar é decidido, o despacho está ao nível da agradabilidade da condução, mas a filosofia deste C5 Aircross não “puxa” para que se use de uma grande agressividade ao volante. Claro que não recusa a proposta, também na medida das capacidades do motor, acama ligeiramente sem adornar em excesso, mas é outra coisa, mesmo recorrendo ao modo Sport que “endurece” muito discretamente as coisas. Do que o C5 Aircross gosta, realmente, é de mostrar a souplesse do seu pisar em estrada ou até fora dela, já que enfrente naturalmente os estradões.

Coração suficiente, prestações vulgares

Em termos de capacidade, os 130 cv e sobretudo os 300 Nm se binário garantem o suficiente para um chefe de família que não seja muito apressado – as prestações são vulgares. O desembaraço é o suficiente, não há problemas a baixo regime, e este 1.5 a “puxar” 1430 quilos mostra o coração bastante para a caixa automática de oito velocidades nem precisar de ter muito trabalho. Caixa, sublinhe-se, a potenciar sobremaneira a agradabilidade de condução de um SUV que se comporta a preceito naqueles andamentos normais.

Em termos de consumo, um combinado com autoestrada e percursos urbanos permitiu-me ler a média de 6,9 litros aos 100 no computador de bordo, mas foi evidente que os números baixavam sempre no ritmo certinho da autoestrada.

O C5 Aircross que guiei foi um Shine (topo da oferta), com os confortáveis bancos Advanced Confort e um pacote que inclui portão traseiro mãos livres, pedais e apoio do pé em alumínio, acesso e arranque mãos livres (disponível nas portas dianteiras, portão traseiro e tampa de acesso ao combustível), faróis Full LED, vidros laterais temperados e escurecidos, Grip Control com cinco modos de aderência, banco do condutor com regulação eléctrica. Para fazer mais diferença, acrescia o pacote Safety Plus que acompanha a caixa automática de oito velocidades: regulador de velocidade adaptativo com funções Stop&Go, condução autónoma de nível 2, alerta de atenção do condutor, reconhecimento de sinais e comutação automática dos faróis. Além de tudo isto, como extras: barras no tejadilho (200 euros) ConnectedCAM (200 euros), tejadilho deslizante panorâmico (1100 euros), Park Assist 360 graus (650 euros), roda sobressalente temporária (120 euros) e jantes em liga de 19″ (125 euros). Fazendo as contas mais 3395 euros sobre o preço base a somar 43 170 euros. Há coisas que se pagam, ofertas mais baratas na gama e na concorrência.

Em suma, um SUV que leva muito alto os padrões de conforto, “senhor” de um pisar marcante, agradável de conduzir também pela ajuda da caixa automática. Motor ajustado a quem não faça corridas, espaço e modularidade consideráveis, e muita tecnologia num ambiente simpático. O preço tem grande amplitude em função das três versões propostas.

Imagens das muitas capacidades de um SUV

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FICHA TÉCNICA

Citroën C5 Aircross 1.5 BlueHDI Shine EAT8

Motor: 1499 cc, turbodiesel, injeção direta, start/stop

Potência: 131 cv/3750 rpm

Binário máximo: 300 Nm/1750 rpm

Transmissão: caixa automática de oito velocidadespatilhas no volante

Aceleração 0-100: 10,6 segundos

Velocidade máxima: 189 km/h

Consumos (WLTP): média – 4,1 litros/100; estrada – 3,9; urbano – 4,4*

Emissões: 119 g/km

Bagageira: capacidade não divulgada

Preço: versão ensaiada: 43 170 euros; desde 32 606 euros: entrada de gama, 27 134 euros

*Valores com jantes de 19 polegadas