São poucos os obstáculos intransponíveis no TT. A prova disso pode estar à porta de casa. Alexandre Correia “engatou as redutoras”, puxou dos galões da paixão de 30 anos pelo papel e recuperou  a revista todo terreno. E que belo trabalho aí está! Aconselho a ler para que não sobrem dúvidas. É só encomendar. Aliás a única forma de comprar…

Editar uma revista quando a Imprensa vive um momento particularmente difícil, dedicada, ainda por cima, a nicho limitado, é uma aventura tão grande como aquelas que têm marcado a via de Alexandre Correia, jornalista que começou quase de calções, tem uma vida dedicada aos automóveis e às viagens, e a escola especial de um berço que lhe proporcionou conhecer os segredos dos circuitos da distribuição, também eles agora abalados pela redução do número de bancas.

Numa altura em que estamos, quase todos, confinados a casa, ler esta todo terreno, recordar este mundo de evasão proporcionado pelo TT e as grandes viagens é uma ajuda grande para mais do que passar o tempo, retemperar energias e ganhar defesas para fortalecer a paciência de que todos precisamos

Determinado, apaixonado incorrigível pelo fora de estrada e pelos seus protagonistas mecânicos que conhece a fundo, também figura num pequeno mundo de gente sem fronteiras que não sejam aquelas fechadas por conflitos armados, vejo nele nome incontornável a juntar ao de José Megre na grande aventura das aventuras do carimbo no passaporte e do todo o terreno em português.

A todo o terreno é o seu cartão de visita. Publicação intermitente, seja porque o TT já não é o que foi, seja porque as publicações não se fazem apenas de boas vontades, tinha “fechado portas” há dois anos e estava confinada à informação online. Agora aí está, outra vez, com o peso da nobreza do papel, publicação pujante, diversificada na medida certa, pronta e à altura de recuperar o estatuto de referência para todos os apaixonados pelo fora de estrada, pelos veículos que o permitem e pelo mais em torno deste mundo contagiante para quem um dia entra nele.

Muito de tudo para um mesmo gosto

A edição recupera o nº 160 da todo terreno, capa cartonada é um exemplo da publicação cuidada no gosto da paginação e o mesmo significa dizer – vê-se, convida a folhear antes de ler. E esse é um ato marcante, pois garante que nada ficará por ler perante a sugestão da imagem. Há de tudo para… um mesmo gosto de muitas valências. As novidades, claro, as estórias incontornáveis de veículos que fizeram história, mas também viagens pela memória, como a entrevista com esse maratonista da estrada que foi Vasco Callixto; ou as peripécias dessa volta ao mundo meio louca em duas rodas a que Francisco Sande e Castro se dedicou apaixonadamente ao longo de sete anos. E também o desporto.

Numa altura em que estamos, quase todos, confinados a casa, ler esta todo terreno, recordar este mundo de evasão proporcionado pelo TT e as grandes viagens é uma ajuda grande para mais do que passar o tempo, retemperar energias e ganhar defesas para fortalecer a paciência de que todos precisamos. E pensar que, mais tarde ou mais cedo, virão os dias em que estes sonhos voltarão a ser possíveis com toda a liberdade. “No prazer pela descoberta e partilha de sensações”, como escreve o meu companheiro e camarada de tantos anos Jorge Alves Barata no remate do editorial. Para ele, para o André Mendes e para o Bernardo Gonzalez, que “deram” brilhantemente nas teclas, para Albano Loureiro e esses “velhos atiradores” da câmara fotográfica que são o Paulo Calisto e o Jorge Cunha vão os parabéns por terem ajudado a dor corpo à excelente edição do Alexandre Correia.

Resta dizer que esta todo terreno tem o preço de capa de 9,40 euros o que inclui a entrega personalizada. Para comprar, deve ordenar uma transferência neste valor para a conta à ordem da Evasão Edições e Publicações: IBAN PT50 0033 0000 0001 4834 3546 1.Depois é enviar o pedido para o e-mail [email protected] juntamente com o comprovativo do pagamento, indicando nome e morada para a entrega. Indique ainda contacto telefónico para o mensageiro poder avisar do momento da entrega, caso não seja atendido. O prazo de entrega em Portugal Continental pode chegar aos três dias