Um rosto transfigurado com a integração dos faróis na malha da grelha nariz de tigre (Foto Kia Media Center)

Linha de cintura contorna toda a carroçaria e projecta o capô (Foto Kia Media Center)

Luzes verticais dão imagem original à traseira (Foto Kia Media Center)

Espaço, conceção interessante e qualidade assinalável (Foto Kia Media Center)

Ecrã central não é o melhor exemplo de prática intuitiva (Foto Kia Media Center)

Grande comando rotativo para operar o sentido de marcha, com botão de parqyue ao cdntro; no outro escolhem-se os modos de condução (Foto Kia Media Center)

Toques de requinte envolvem a iluminação ambiente com 64 cores (Foto Kia Media Center)

Banco traseiro contempla um bom apoio de braços com porta copos (Foto Kia Media Center)

Bancos da terceira fila estão perfeitamente integrados na bagageira (Foto Kia Media Center)

Iluminação full-led com solução curiosa para as luzes diurnas (Foto Kia Media Center)

Spoiler no tejadilho esconde o limpa vidros traseiro (Foto Kia Media Center)

Para-choques traseiro integra refletores e luzes de marcha atrás (Foto Kia Media Center)

Jantes de 19 polegadas reforçam a imagem (Foto Kia Media Center)

Os clientes dos grandes SUV passaram a contar com uma oferta que merece atenção. A KIA lançou a quarta geração do Sorento e a primeira oferta é a versão híbrida que não só mantém os sete lugares como proporciona melhores quotas de habitabilidade e mais espaço. Tudo bem “embrulhado” numa carroçaria de formas consensuais e recheada como poucas. São 230 cv e preços que podem arrancar nos 47 950€. Um belo trabalho.

A KIA já fez o suficiente para não surpreender a cada novo lançamento, mas a verdade é que não deixei de olhar para o novo Sorento com admiração. Primeiro pelo estilo, sempre a evoluir e, neste caso, a vincar presença marcante. Depois, no interior, sentado ao volante, num ambiente também ele conseguido e prova de um esforço continuado no sentido da valorização da qualidade percebida.

Com 4,81, o Sorento consegue transmitir a ideia do equilíbrio nas proporções, cresceu um centímetro em todas as medidas e 3,5 na distância entre eixos – o mais importante –, mas aquilo que conta é a imagem afirmativa passada, num jogo de formas bem trabalhado e consolidado num grande SUV com nível.

Filosofia de estradista, grande rolador, despachado q.b. muito cómodo, suave e silencioso o Kia Sorento HEV é um familiar por excelência. sete lugares, muito espaço, versátil e equipado como poucos num ambiente de nível superior. À altura das expetativas

Bem trabalhada a frente, com o apuramento da conhecida grelha do nariz de tigre, mais proeminente e encaixando os faróis e as luzes diurnas num conjunto vistoso. Agressivo também com as entradas de ar laterais e um para-choques original.

Atrás, as luzes verticais emprestam originalidade e personalidade a um portão que reforça a ideia de força e adota a designação nas letras moldadas em metal cromado, assim como toque de afirmação e orgulho sul-coreano… Bem rematado também no para-choques.

Enfim, vendo-o de perfil, aquela linha de cintura de contorno geral é um pormenor diferenciador e que valoriza a postura afirmativa do Grande SUV, o qual recebe com naturalidade as grandes jantes de 19 polegadas a colá-lo bem ao solo e a afastar aquela sensação do automóvel pendurada nas rodas.

Em suma: muito bem, esqueçam as soluções datadas! Esta equipa de design continua a desenvolver a escola “abençoada” por Peter Schreyer que tem produzido (também no lado da Hyundai!) modelos aplaudidos e premiados.

Bom ambiente e qualidade

No habitáculo, começamos por ser tomados pela “colagem” do painel de instrumentos digital e do ecrã central, sugerindo montra contínua de informação. Mas logo reparamos no apuro do design, na combinação criteriosa de materiais: a pele sintética pespontada, o metal acetinado e o piano black. Parece haver um excesso de frisos cromados, mas habituamo-nos, não tanto como ao plástico da metade inferior do tablier que, declaradamente, destoa. Mas não é só a KIA a enveredar por este caminho.

Uma grande consola, generosa no espaço para arrumos e na caixa volumosa que esconde sob o apoio de braços recebe o comando circular, e prático, do sentido de marcha, já que as seis velocidades da caixa automática são apenas comandáveis nas patilhas do volante. Travão de parque elétrico, claro, e o comando, rotativo também, dos três modos de condução, a juntar aos interruptores do aquecimento e refrigeração completam a parte técnica.

Volante multifunções em pele, na dimensão ajustada e com boa pega, excelentes bancos completam um conjunto que convence, na imagem superior e também na ergonomia.

Não fora o lado menos intuitivo do softaware que serve o ecrã central, parece um carro feito à medida: entra-se e fica a ideia de ser nosso há muito tempo…

Muito espaço para passageiros e bagagem

Proposta familiar por excelência, o Sorento tem espaço de sobra e para isso conta a solução encontrada para a colocação da bateria, pequena como é timbre dos outros “smartstream” da Kia (1,49 kW/h) sob o banco do passageiro da frente. Reduz-se assim ao mínimo o seu impacto e daí o espaço de um salão atrás, na configuração de cinco lugares – admito que podem mesmo viajar três pessoas na banco central –, permitindo também a terceira fila, esta sempre com algumas limitações, apesar dos bancos centrais avançarem mais 45 mm para facilitar o acesso. A transfiguração do habitáculo é operação simples e o mais trabalhoso é retirar a barra do enrolador da chapeleira…

No que respeita à bagageira, parece difícil exigir mais, sabendo que o fundo esconde os dois bancos suplementares. O registo dos três níveis de capacidade é esclarecedor: 813 litros (5 lugares); 179 litros (7 lugares); 1 996 litros (bancos rebatidos)

Quando carregamos no botão da ignição e arrancamos, no silêncio do modo elétrico, a sensação de suavidade de marcha dá os primeiros sinais de um comportamento que nos ia acompanhar ao longo da experiência de condução do Sorento.

Sistema a dispensa críticas

O sistema híbrido funciona sem hesitações, a luz do modo elétrico acende com frequência e a eletrónica até pode dar uma ajuda informando que é altura de levantar o pé e deixar que o Sorento “trate de de si”.

Estava a circular em modo ECO, os outros são o Sport, que traz algum ânimo ao Grande SUV, mas até, penso, passará por dispensável para a maioria dos utilizadores de SUV assim, e o Smart, que propõe a gestão mais inteligente do sistema híbrido.

O Sorento combina o 1.6 T-GDI, um turbo de injeção direta a gasolina – agora com nova tecnologia para a abertura das válvulas – com um motor elétrico de 44, 2 kW/h, o que se traduz na potência combinada de 230 cv. A caixa de seis velocidades tem um dispositivo elétrico que permite transmitir em paralelo a potência os dois motores, diminuindo as perdas de energia.

Comportamento adequado à imagem

Passe tudo isso, o Sorento é o SUV de filosofia familiar. As prestações são interessantes – 8,6 segundos de 0 a 100 e 193 km/h em velocidade de ponta – os 350 Nm de binário garantem o despacho suficiente para compensar o peso e fazer uma ultrapassagem mais exigente em segurança. Mas não lhe peçam grande temperamento e muito nervo.

Tão pouco grande agilidade e firmeza em curva que evite sentir o balanceamento da carroçaria se forçarmos o andamento para ritmos exagerados em estrada sinuosa. A direção também não é fadada para condução agressiva e os travões têm aquela resposta própria dos híbridos, afinada para potenciar a regeneração da energia.

Consumos não surpreendem

No que respeita aos consumos, não fiquei surpreendido. Tinha registados os simpáticos resultados do Niro HEV, estes não se comparam. Mas é preciso notar as diferenças para o SUV médio em termos de receita técnica e potência. No Sorento, há o turbo, mais 125 cv (mais do dobro!) e outro peso… Por isso, os consumos são cerca de um litro superiores, de acordo com as indicações do computador de bordo. Em autoestrada, 120 km/h, cruise control ligado, 7 litros redondos; no suburbano, via-rápida e alguma cidade, 6,6 litros aos 100! Admito que possa conseguir-se menos num carro mais rodado do que aquele que guiei, praticamente novo.

Em termos de equipamento, um verdadeiro catálogo: deteção de ângulo morto com visores no velocímetro e conta rotações, consonte o lado, head-up-display, cruise-control inteligente com stop&Go e assistência ao limite e velocidade, aviso de perigo de colisão, assistência à condução em autoestrada e à manutenção na faixa de rodagem, câmara de estacionamento com visão de 360 graus, sensores de luz e chuva, instrumentação digital, travão de parque elétrico, três modos de condução, ar condicionado trizona, bancos dianteiros aquecidos e refrigerados, sistema de som Bose, mala da bagageira automática, chave inteligente, navegação, iluminação full-led, luz ambiente interior com 64 cores (!) pedais em alumínio, vidros escurecidos e jantes de 19 polegadas. Até corta o ar e ainda há mais…

Filosofia de estradista, grande rolador, despachado q.b. muito cómodo, suave e silencioso o Kia Sorento é um familiar por excelência. Sete lugares, muito espaço, versátil e equipado como poucos num ambiente de nível superior. À altura das expetativas.

Como de costume, a garantia é de sete anos ou 150 mil quilómetros.

FICHA TÉCNICA

KIa Sorento HEV

Motor: 1598 cc, turbo, injeção direta, gasolina, start/stop

Potência: 180 cv/5 500 rpm

Binário máximo: 265 Nm/1 500- 4 000 rpm

Motor elétrico: síncrono de imã permanente

Potência: 60 cv/1 600-2 000 rpm

Binário máximo: 264 Nm/0- 1600 rpm

Bateria: polímeros de iões de lítio; 1,49 kWh; 270 V; 55 kg

Potência combinada: 230 cv

Binário máximo combinado: 350 Nm

Transmissão: caixa automática de seis velocidades, patilhas no volante

Aceleração 0-100: 8,6 s

Velocidade máxima: 193 km/h

Consumo: média WLTP – 6,7 litros/100 km

Emissões de CO2: 153 g/km (WLTP)

Peso: 1 783 kg

Dimensões: c/l/a –  4 810/1 900/1 695 mm

Bagageira: 813 litros (5 lugares); 179 litros (7 lugares); 1 996 litros (bancos rebatidos)

Preço: 55 950€; 47 950€ com campanha de financiamento