Dianteira mais personalizada e desportiva (Foto Renault)

Perfil com marca registada (Foto Renault)

Simulação do extrator de ar e novas óticas (Foto Renault)

Tecido no tablier ameniza o ambiente (Foto Renault)

Excelentes bancos e boa posição ao volante (Foto Renault)

A notável capacidade de regeneração e a facilidade com que se conseguem baixos consumos é aquilo que mais continua a impressionar agora no renovado Renault Clio E-Tech Full Hybrid 145. Nova frente, mais personalizada, também na versão Esprit Alpine, aqui está um restyling que convence. O preço obriga a fazer contas: 28 200€.

Fazia falta um apuro na estética, outra ousadia num Clio que continua a não deixar créditos por mãos alheias mas tem hoje concorrência mais apertada. E a Renault, quanto a mim, conseguiu um excelente resultado, sobretudo devido à “reconstrução” da dianteira que envolve trabalho muito interessante. Ao nível da assinatura luminosa, antes de mais, mas também pela imagem desportiva fruto da faixa metalizada que envolve as duas setas de luz nos extremos do para choques reforçado e se decompõe numa barra, quase uma lâmina como nos Fórmula 1, que separa a nova  grelha da entrada de ar inferior. Os grupos óticos são também mais rasgados e encaixam a preceito no conjunto. Bem feito, vistoso e… Esprit Alpine.

Atrás as luzes apresentam novo visual mas mais marcante acaba por ser o para-choques que inclui um encaixe metalizado, como a barra dianteira, que pretende simular um extrator, no reforço da imagem desportiva.

Neste particular uma última nota para as jantes em liga de 17 polegadas com o centro em azul com o emblema Alpine, dando ideia da readopção da porca central.

Interior simples e cuidado

No interior, bons plásticos, pena que pouco almofadados, tecido a valorizar o tablier, consola com muito espaço, mas pouco na caixa do apoio de braços, e um volante interessante em pele sintética perfurada. Aliás, forros e tecidos são, na maioria, derivados de materiais biológicos ou reciclados, nessa preocupação transversal de defesa do ambiente.

O estilo é conhecido, painel digital, naturalmente marcado pela informação própria dos híbridos, ecrã tátil verticalizado com grafismo mais apurado, botões físicos, sempre de saudar e, tratando-se de um Esprit Alpine, pormenores que não dispensam as referências e as cores da França. O negro é a cor dominante, amenizado pelo tecido do tablier, num ambiente de simplicidade e com um nível de qualidade que não destoa face ao que há de bom no segmento.

Um híbrido muito eficiente em termos de economia, ágil desembaraçado o suficiente com os seus 145 cv, mas sem ser para corridas, espaço q.b, bom nível de equipamento – é isso o renovado Clio V na versão Esprit Alpine que ganhou personalidade numa bem sucedida operação de cosmética

Excelentes bancos, com bom apoio, habitabilidade razoável à frente, mais vulgar atrás, com o túnel a roubar mobilidade. Vale que os pés podem passar sob o fundo dos bancos dianteiros o que dá mais algum desafogo. De qualquer modo, cinco pessoas é exercício de boa vontade. Nada que surpreenda nestas dimensões.

No que respeita à bagageira, funda, muito desnivelada da moldura da porta, é pequena, reduzida a 301 litros pelas necessidades da solução híbrida. São menos 90 litros do que numa versão térmica, mas não há milagres…

Atitude e bom pisar para comportamento dinâmico eficaz (Foto Renault)

Consumos convincentes

O que impressiona mesmo é o desempenho deste Clio, que comprova a mestria da Renault na eficiência das soluções híbridas. Na base continua o quatro cilindros 1.6  atmosférico de 94 cv combinado com um motor elétrico de 49 cv e um gerador com mais 25 cv. Daí o resultado combinado de 145 cv e o binário de 205 Nm

A caixa multimodo da Renault, a tal das 15 configurações, continua a ser precioso auxiliar do sistema. Quase nem se dá por ela e desempenha o seu papel com grande eficácia em andamentos normais e parece menos precisa no modo Sport. Não será por isso que este Clio se afigura pouco propenso a corridas, ainda que se revele, do ponto de vista dinâmico, um carro eficaz em curva e com boa relação entre eficácia e comodidade. Já é costume.

Guardámos para o fim aquilo que no fundo deve contar mais num full hybrid, a capacidade de gastar pouco e ser capaz de rodar muito tempo em modo elétrico. Ora, neste particular, o Clio tem direito à primeira linha. Prova disso os 4 litros redondos de média que consegui num percurso de 70 quilómetros em percurso suburbano, com pouca via rápida, é certo, mas muito trânsito – segundo o computador de bordo foram 55% de eficácia na condução. Logo, pode fazer-se menos… Em autoestrada, a uma velocidade de 120 km/h “cravada” no cruise control inteligente, fiquei pelos 5,6 l/100 Km com 39% por cento do percurso a rolar em emissões zero, segundo o computador de bordo!

Para mim, é performance convincente. Conduzi quase sempre em modo ECO e nunca dispensei a função B. A regeneração impressiona ao ponto de a bateria apresentar sempre valores de carga elevados.

A condução é prazerosa, direção bem calibrada e um pedal de travão que, depois de algum hábito, se gere a contento da eficácia e da eficiência da regeneração.

Muito equipamento

A versão Esprit Alpine está muito bem equipada e conta, designadamente, com sistemas de travagem ativa de emergência, aviso de transposição involuntária da via, reconhecimento de sinais com alerta de excesso de velocidade, deteção de ângulo morto, travão de estacionamento automático, painel de instrumentos digital com 10”, cruise control adaptativo, sistema multi-sense (três modos de condução), luzes diurnas em LED, comutação automática de luzes, sensores de chuva e luminosidade, piscas dinâmicos, cartão mãos livres, compatibilidade Android Auto e Apple CarPlay, carregador de smartphone por indução, luz ambiente em LED e ar condicionado automático, jantes em liga de 17”. A versão ensaiada tinha câmara de estacionamento com 360º de visão, navegação e sistema áudio Bose.

Um híbrido muito eficiente em termos de economia, ágil desembaraçado o suficiente com os seus 145 cv, mas sem ser para corridas, espaço q.b, bom nível de equipamento – é isso o renovado Clio V na versão Esprit Alpine que ganhou personalidade numa bem sucedida operação de cosmética.

FICHA TÉCNICA

Renault Clio Esprit Alpine E-Tech Full Hybrid 145 

Motor: 1598 cc

Potência: 94 cv

Motor elétrico: 49 cv + gerador, 25 cv

Potência combinada: 145 cv

Binário: 205 Nm

Transmissão: automática, multimodo

Aceleração 0-100 km/h: 9,3 s

Velocidade máxima: 175 km/h

Consumo: combinado – 4,3 l/100 lm

Emissões CO2: 97 g/km

Dimensões: c/l/a – 4,053m/1,988m/n.i.

Bagageira: 301 litros

Preço: versão ensaiada, 31 276€: Esprit Alpine, 28 200€; entrada de gama, 19 400€ (TCe/90 cv)