XC-40 PHEV é igual aos outros, muito personalizado (Foto Volvo Newsroom)

Solução bitom é própria das versões R-Design (Foto Volvo Newsroom)

Qualidade e sobriedade a marcar o interior (Foto Volvo Newsroom)

Consola bem aproveitada e projetada no ecrã central (Foto Volvo Newsroom)

Encosto de braços bem colocado é tampa de caixa para arrumos (Foto Volvo Newsroom)

Solução híbrida não prejudica capacidade da bagageira (Foto Volvo Newsroom)

Tomada de carga à frente do lado do condutor (Foto Volvo Newsroom)

Jantes de 20 polegadas, reforço da imagem de capacidade (Foto Volvo Newsroom)

Twin engine, a identificação do T5 híbrido Plug-in, no caso R-Design (Foto Volvo Newsroom)

O Volvo XC-40 já vincou o seu estatuto. Faltava-me guiar o Plug-in. Continuo a gostar, mas esperava outros níveis de consumo de um PHEV, mesmo que a potência e o binário não sejam elemento decorativo. Já no modo elétrico, alinhou pela mediania. Sempre um SUV cómodo e original, agradável de viver. O preço é de Volvo, mas era um R-Design: 57 783€, com quase 5 000€ de opcionais. Para as empresas é outra coisa…

Fiz o percurso de auto-estrada duas vezes, para confirmar: 7,9 litros aos 100 a 120 km garantidos pelo cruise-control! Obviamente, conduzi em modo híbrido. Eu sei que são 262 cv mas acho de mais. Os 1871 quilos complicam as coisas, mesmo só com o condutor a bordo.

Foi o número que me marcou, já que no percurso suburbano, a velocidade mais reduzida o XC-40 PHEV fez 6,5 l/100.

Arranquei com carga para 45 quilómetros em modo elétrico e, na cidade, afinal, onde faz sentido o espírito verde, percorri 34,5 quilómetros até esgotar a bateria. É distância comum nas propostas do género, se a aposta não for parar o trânsito… Completados os primeiros 100 quilómetros o computador de bordo registava 5,1, o dobro do prometido pela marca. Ainda assim, aceitável.

Em termos globais, uma boa imagem e concretização do SUV Premium em “formato” PHEV. Potência e binário bastantes, prestações significativas, num automóvel que faz prevalecer o conforto sobre a dinâmica desportiva. Um grande estradista e o familiar competente. Pena que os consumos não impressionem

A questão é a de sempre: para mim, Plug-in sim! se tiver a possibilidade de carregar a bateria todos os dias. E quando há potência e muito binário, a questão ganha ainda mais relevo. São nove horas para a carga completa, numa tomada doméstica, cinco com wallbox e três num posto público.

Despachado quando é preciso e excelente estradista

De todo o modo, este é um belo SUV e no modo Sport, mesmo sem propensão para um desempenho desportivo, revela o despacho próprio de automóvel que pode acelerar de 0 a 100 em 7,3 segundos e chegar aos 205 km/h. E quando o motor elétrico se junta ao 1.5 de três cilindros os andamentos vivos são comuns e surge um excelente estradista.

A caixa de sete velocidades faz gestão criteriosa das solicitações ao acelerador, as ultrapassagens sucedem-se em segurança e é fruir do conforto de rolamento – nos maus pisos a suspensão revela uma “secura” inesperada para o comportamento nas situações comuns. O travão, sem surpresa, requer alguma habituação devido às obrigações da regeneração, a qual também pode ser forçada no seletor da caixa, trocando o D pelo B… a função brake que garante ligeiro reforço no carregamento da bateria. Mas este não é daqueles que trava muito a descer quando se levanta o pé.

Em curva, o XC-40 PHEV está longe de ser um automóvel entusiasmante. Não deixa de convencer, acusa a altura com ligeiro adornamento e porta-se como o tração dianteira, com tendência para alargar a trajetória, pedindo algumas vezes que se levante o pé. Mas pode “fazer as coisas” depressa e nunca deixa de sentir-se segurança. Toda a atenção foi dada ao conforto, temperamento de acordo com a potência, isso não. De qualquer modo, procurando uma condução mais empenhada, o ESP passa discretamente. A direção cumpre.

O resto é o que se sabe, estética diferente e conseguida, valorizada no R-Design pelas jantes de 20 polegadas que lhe reforçam a postura e a pintura bitom – o PHEV é igual aos outros, tirando a porta de carregamento à frente, do lado do condutor, e a identificação no portão traseiro.

No interior, a interpretação minimalista do nível Premium, sem opulência, feita de sobriedade e marcada pelo bom gosto da faixa metalizada (xadrez prata e preto) num tablier bem desenhado e pelo habitual ecrã central, tablet vertical, com grafismo interessante, que exige alguma habituação para gerir os menus. Materiais, montagem, acabamento e pormenor conseguem a combinação que inspira confiança. Numa palavra: bom!

Boa habitabilidade e bagageira à altura

Construído sobre uma nova plataforma (CMA – Compact Modular Architectura, desenvolvida já com a chinesa Geely), 4,42 metros de comprimento, 2,034 de largura e 1,68 de altura, o XC40 também satisfaz em termos de espaço, aproveitando os 2,702 m de distância entre eixos: desafogo à frente, largueza q.b. atrás, especialmente para as pernas, se aceitarmos que os cinco lugares são hoje, regra geral, solução mais de recurso do que para utilização corrente. Reparo, de todo o modo, para o estofo traseiro que podia ser mais recetivo ao peso do tronco – diz quem está habituado a sentar-se atrás…

A bagageira não sai penalizada pela eletrificação. Tem 460 litros de capacidade, plano de carga um nadinha elevado, mas a vantagem de alinhar com a moldura do portão traseiro, o qual abre praticamente a toda a largura, pormenores importantes no ato de carregar a bagagem. O portão elétrico é de série.

A versão ensaiada foi o R-Design, expressão da imagem desportiva da Volvo que, além do referido, passa pelo chassis desportivo e os estofos em couro, no caso em Power Seats, com comando elétrico e extensão dos assentos dianteiros. (701€). Não faltava o pack Lounge: tejadilho panorâmico, câmara de 360 graus, navegação, sensores de estacionamentos, USB HUB para telemóvel, sistema áudio Harman Kardon (2 706€). Os extras valiam mais 1 359€: fecho de segurança elétrico nas portas traseiras, pneu sobresselente temporário, vidros traseiros escurecidos, deteção de ângulo morto e carregamento por indução do telemóvel.

Em termos globais, uma boa imagem e concretização do SUV Premium em “formato” PHEV. Potência e binário bastantes, prestações significativas, num automóvel que faz prevalecer o conforto sobre a dinâmica desportiva. Um grande estradista e o familiar competente. Pena que os consumos não impressionem.

CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS

Volvo XC-40 PHEV R-Design

Motor: 1477 cc, três cilindros, injeção direta, turbo, intercooler, start/stop e motor elétrico

Potência combinada: 262 cv (180 cv/5 800 rpm + 82 cv)

Binário máximo: 425 Nm (265 Nm/1 500-3 000 rpm + 160 Nm)

Transmissão: caixa automática Geartronic de sete velocidades

Aceleração 0-100: 7,3 segundos

Velocidade máxima: 205 km/h

Consumo: média – 2/2,4 litros/100 km

Emissões CO2: 46/55 g/km

Dimensões: (C/L/A) – 4 425/1 863/ 1 652 mm

Peso: 1871 kg

Bagageira: 460/1 336 litros

Preço: 57 738€, versão ensaiada; 52 972, R-Design; desde 46 587€