Um das exclusivas 275 versões de série do protótipo Mercedes AMG Project One, o superdesportivo que custa três milhões de euros e será comercializado apenas em 2019 vai ter matrícula portuguesa. Está sinalizada, como se impunha, e garantida a compra de um automóvel que utiliza, quase sem modificações, a tecnologia híbrida da Fórmula 1.
Motor V6 de 1600 cc colocado em posição central, com injeção direta e turbocompressor assistido eletricamente, derivado do monolugar com as cores da Petronas, 1000 cv, caixa de oito velocidades, comandada no volante e operável também em modo automático, 350 km/h de velocidade máxima e menos de 6 segundos de 0 a 200 (função Race Start), o Project One foi desenvolvido em colaboração com os especialistas da Fórmula 1 da marca alemã, que está a celebrar mais um título de Lewis Hamilton.
Os modos de condução variam desde o funcionamento elétrico a uma opção de elevada dinâmica, ao nível da configuração utilizada nas qualificações da Fórmula 1
Este híbrido Plug-in, mostrado enquanto protótipo no recente Salão de Frankfurt, é uma obra da mais desenvolvida tecnologia, envolvendo quatro motores elétricos: um integrado no turbocompressor, outro ligado ao bloco do motor de combustão e os outros dois instalados nas rodas dianteiras, o que garante a tração integral. A conceção do eixo dianteiro permite, aliás, a aceleração e travagem em separado de cada roda e a vetorização do binário em condições extremas. Permite também que até 80 por cento da energia de travagem possa ser recuperada em condições de condução normal.
A bateria é de iões de lítio, tem um sistema de arrefecimento idêntico ao do Mercedes da Fórmula 1 e a quantidade de células nela utilizadas torna o Project One “significativamente mais prático para uma utilização diária”, segundo o construtor.
A cadeia cinemática assegura respostas para diferentes situações e os modos de condução variam desde o funcionamento elétrico a uma opção de elevada dinâmica, anunciada como ao nível da configuração utilizada nas qualificações da Fórmula 1.
O Project One tem por base uma carroçaria monocoque em fibra de carbono e conta com inovadores suspensões multibraços, ajustáveis, à frente e atrás. Não dispensa o ABS nem um ESP adaptativo com um primeiro nível para disponibilizar a segurança máxima e outro (Sport Handling) mais “tolerante”. Obviamente, pode ser desativado!
Fórmula 1 de dois lugares
No que respeita à estética é um espetacular superdesportivo com portas de abrir em tesoura que nos obriga a descobrir exclusividade em cada detalhe, principalmente no que respeita às soluções aerodinâmicas, mais impressionantes na traseira, marcada pela grande barbatana a parecer quase um leme, e na qual se destacam ainda um difusor extensível de duas posições e a ponteira de escape derivada, também ela, do monolugar do campeão do mundo.
O interior é minimalista e a ideia é sugerir um Fórmula 1 de dois lugares… Tablier estreito, volante multifunções quadrangular (não falta o airbag), botão start/stop, dois ecrãs de 10 polegadas, ou melhor três, já que o retrovisor é outro ecrã integrado no tejadilho que recebe imagens em tempo real; bancos moldados com encostos ajustáveis integrados no monocoque; pedais e volante ajustáveis.
E porque o Projet One pretende ser um carro para utilizar na estrada, vidros elétricos, ar condicionado, informação e entretenimento assegurados pelo conhecido sistema Comand, compartimentos para arrumação atrás dos bancos.
Enfim toda a exclusividade, ou antes o sonho de automóvel que três milhões de euros podem pagar.
Integrado numa exposição especial dedicada à AMG, o prótipo Project One está, neste momento, no Museu Mercedes, o qual vai ser tema para uma série de estórias a publicar no Milhas. Será um desfile de maravilhas a par com a revelação dos pormenores inacreditáveis só possíveis numa marca que carrega 130 anos de história, recebeu nome de mulher, tem uma estrela de três pontas por emblema, e nasceu do trabalho de três homens que até nunca trabalharam juntos. E há muito para ver e contar, a propósito de uma visita a um museu de grande nível.
Lewis Hamilton, como não podia deixar de ser, é associado à imagem do Project One e à inevitável comparação com o monolugar da Fórmula 1 que lhe “empresta” muito do seu conteúdo. O vídeo inevitável…