SUV carregado de ambições e novidades, primeiro Plug-in e modelo de estrada mais potente de sempre na história da Mazda, com 327 cv, o CX-60, novo porta-estandarte do emblema nipónico, já chegou a Portugal. Para já, apenas na versão eletrificada com tração integral, no próximo ano com um diesel 3.3 de seis cilindros. Preço competitivo, como sempre: desde 52 000€.
Automóvel com presença, capô comprido, grande grelha, imagem diferenciada no estilo da Mazda e da tal filosofia Kodo, o CX-60 é um SUV que combina moderno e clássico em proporções equilibradas (tem 4,74 m de comprimento).
Elegante, imagem robusta, parece menos esculpido do que é habitual na marca, exceção feita à tampa da bagageira, muito elaborada numa linha que o identifica claramente com o estilo de família.
Preocupação Premium, mostra no interior esse objetivo, notório na versão Takumi, a mais trabalhada, na qual o tablier é revestido de um têxtil com acabamento de autêntico bordado. Será, talvez, o pormenor controverso na imagem topo de gama num automóvel com ambições de afirmação europeia.
Aposta arrojada da Mazda este CX-60, SUV de 4,74 metros, que se bate com a concorrência Premium, para já numa única versão Plug-in, com 327 cv, 500 Nm e caixa automática de oito velocidades. Bem equipado, versões para bolsas diversas, tem preços a partir dos 52 289€. O Diesel chega em 2023
A qualidade continua a estar fora de causa, desde a criteriosa escolha dos materiais ao nível dos acabamentos, com grande atenção ao pormenor. Pele sintética, madeira de ácer, têxteis nipónicos exclusivos, inserções cromadas, costuras irrepreensíveis. Convincente.
Não falta a digitalização dos instrumentos, grafismo simples e legível, e o ecrã central táctil, mais alargado (12,3 polegadas), sempre comandado também através do prático botão na consola. Esta bem arrumada, com o seletor de velocidades em pequena alavanca, comando dos modos de condução numa patilha, travão de parque elétrico, além do espaço para o telemóvel e o indispensável apoio de braços almofadado que esconde uma caixa para pequenos objetos. Tudo bem estudado e resolvido.
Atmosfera de espaço e um problema e legislação
É um ambiente no qual nos sentimos bem, com uma invulgar atmosfera de espaço, traduzida também em habitabilidade de acordo com aquilo que a imagem exterior promete. Atrás viaja-se muito bem, dois melhor do que três, mas com essa possibilidade menos comprometida do que tantas vezes acontece, apesar de lá estar o apoio de braços central e, sobretudo, túnel da transmissão. A distância entre eixos de 2,87 m não é despicienda para esta realidade.
O CX-60 assenta numa plataforma de transição, preparada para receber motores térmicos e eletrificados. No caso do PHEV, arruma as baterias com 17,8 kW entre os eixos, ao nível mais baixo possível e, daí, sem comprometer muito o espaço ou a bagageira (capacidade a ter em conta entre os 570 e os 1 726 litros). Como é lógico, baixa o centro de gravidade e ganha a dinâmica, com o peso das baterias a puxarem-nos para o solo.
O grupo propulsor combina um quatro cilindros 2.5, de 191 cv, com um grande motor elétrico de 129 kW (175 cv). O resultado da combinação são 327 cv e o binário de 500 Nm, o que, não obstante as duas toneladas de peso, permite ao CX-60 prestações a considerar: 5,8 segundos de 0 a 100 e uma velocidade de ponta limitada a 200 Km/h.
Tudo isto é gerido por uma nova caixa automática de oito velocidades (discos múltiplos em vez de conversor de binário), que se desembaraça muito bem e deixa este Mazda brilhar quando se aciona o modo Sport e beneficia de toda a capacidade do conjunto, a justificar o vermelho que “pinta” então os instrumentos… O My Drive tem mais quatro opções: EV, Normal, Off-Road, Towing (para utilização de reboques)
Ora, esta capacidade combinada com um sistema de tração integral permanente, com função de transferência de binário entre os eixos, permite ao topo de gama Mazda um comportamento dinâmico muito interessante, ainda que a filosofia de SUV assim não sejam as corridas.
Sobra uma questão: a intrincada legislação portuguesa, que abre a porta por um lado e fecha por outro, penaliza o Mazda pela tração integral mecânica. Daí, Classe 2, mesmo com Via Verde, o que não acontecerá com o Diesel… Se o motor elétrico estivesse no eixo traseiro, não havia problema!
Consumos razoáveis e boa promessa de autonomia elétrica
E os consumos e a autonomia elétrica? Pois bem, a Mazda promete até 63 km em emissões zero se não se excederem os 100 km/h. A experiência de condução proporcionada na Alemanha, não deu para testar a capacidade do carro em emissões zero, e por isso uma avaliação do combinado com o híbrido. Ora, enquanto houve carga na bateria, em andamento despreocupado, o computador de bordo marcou 3,1 litros aos 100. Ao cabo de 105 km, com autoestrada pelo meio, e a bateria a zero, o resultado foi de 4,2 litros/100 km e o consumo elétrico acusou 18,6 kWh, Parece razoável para um SUV destas características, mesmo que a Mazda prometa a média de 1,5 litros.
Confortável e cómodo, direção adequada, o CX-60 pode acusar a altura (1,68 m) nas curvas que exigem muito apoio e responder prontamente com intervenção sóbria do controlo de estabilidade. De qualquer modo, sente-se o sistema KPC, exclusivo da Mazda, que estabiliza a postura do veículo nesta situação, travando a roda traseira de dentro para mitigar o rolamento e o afundamento da carroçaria.
Agradável de guiar, boa posição de condução (elevada, claro) em bancos com o apoio necessário, revela-se um excelente rolador e está preparado para enfrentar aquele fora de estrada onde não gostamos de levar um automóvel comum.
Bem equipado, como é timbre da Mazda, o CX-60 conta com uma série de novos sistemas de segurança ativa. Entre eles: monitor de visão 360º de última geração, que melhora a visibilidade ao conduzir a baixas velocidades; assistente de colisão para tráfego cruzado; travagem inteligente em cidade; assistente de manutenção de faixa de rodagem; cruise control adaptativo inteligente; monitorização e aviso de saída de um veículo do ângulo morto.
Entre as curiosidades, o sistema de personalização que permite reconhecer o condutor, ajustando automaticamente o ambiente em seu redor (posição do banco, volante, espelhos, head-up display, configurações de controlo sonoro e climático), adaptando-se à sua constituição física e às suas preferências. No meu caso, partindo da definição da altura, senti-me próximo de mais dos pedais e do volante. Pode, naturalmente, “afinar-se” a posição.
O Mazda CX-60 está disponível numa gama estruturada em quatro níveis de equipamento: Prime-Line, de entrada, um patamar intermédio Exclusive-Line e, depois, os níveis de topo Takumi e Homura, de elevado conteúdo e qualidade superior. Três packs permitem fazer a diferença.
Aposta arrojada da Mazda este CX-60, SUV de 4,74 metros, que se bate com a concorrência Premium, para já numa única versão Plug-in, com 327 cv, 500 Nm e caixa automática de oito velocidades. Bem equipado, versões para bolsas diversas, tem preços a partir dos 52 289€. O Diesel chega em 2023.
FICHA TÉCNICA
Mazda CX-60 e-Skyactiv PHEV 327 cv AT8 AWD
Motor: 2 488 cc, gasolina, injeção direta
Potência: 191 cv/6 000 rpm
Binário máximo: 261 Nm/4 000 rpm
Motor elétrico: 175 cv/5 500 rpm – 270 Nm
Bateria: iões de lítio; 17,8 kW; 176 kg
Potência combinada: 327 cv
Binário máximo combinado: 500 Nm
Transmissão: integral permanente (i-Activ), caixa automática de oito velocidades
Aceleração: 0-100: 5,8 segundos
Velocidade máxima: 200 km/h (limitada)
Consumo: média – 1,5 L7100 Km (WLTP)
Autonomia elétrica: 63 km (WLTP)
Emissões combinadas de CO2: 33 g/km
Dimensões: c/l/a – 4 745/1 890/1 680
Peso: 2 058 kg
Bagageira: 477/1 726 litros
Preço: desde 52 289€ até 65 440€