Já deixei aqui um réquiem sobre o Diesel, sabendo que estas coisas de decisões drásticas, às vezes, podem dar uma volta. Com futuro condicionado, os automóveis a gasóleo ainda têm adeptos e não faltam propostas. Uma delas o Mazda CX-5, recentemente renovado. O motor 2.2 de 184 cv obriga a marca a um esforço para conseguir preços a partir dos 47 098€ num SUV que continua a marcar pontos na qualidade.
A opção da Mazda pelos motores com cilindradas pouco adaptadas ao mercado nacional tem sido, do meu ponto de vista, limitação a crescimento diferente da marca japonesa em Portugal. Mas, claro, não é este jardim que fará mudar o construtor, nem nas medidas da carroçaria que implicam, sem Via Verde, o pagamento de Classe 2 nas autoestradas.
O que está em causa é um SUV retocado no sentido de uma imagem mais desportiva e agressiva, bem proporcionado e, no caso com um nível de equipamento muito cuidado, designado Homura.
Na imagem, as óticas muito finas com as duplas luzes diurnas, cravadas na grelha de malha negra sem cromados e a aba que a suporta reforçam o caráter daquilo a que a marca chama o Kodo design. O pontilhado das quatro pequenas barras vermelhas que identificam a versão Homura é a diferença marcada discretamente.
Um Diesel bem recheado, dinâmica interessante e agradável de guiar, espaçoso e cómodo, desenvolvido para ser um rolador despachado q.b. e capaz de consumos razoáveis, é isso o Mazda CX-5 2.2 Skyactiv-D com 184 cv. E como há coisas que se pagam, custa 51 414€
Perfil simples, cintura alta, traseira composta bem esculpida e compacta completam a imagem do SUV que assenta muito bem sobre as jantes negras metalizadas de 19 polegadas. Moderno e sóbrio, resumindo.
Acabamento cuidado e boa habitabilidade
Por dentro, marca pontos a qualidade do acabamento e a escolha dos materiais que remete o plástico apenas para a parte inferior do tablier. É um pormenor que valoriza o ambiente, enriquecido pelos bancos em pele e alcantara e com o pespontado vermelho a dar a nota desportiva. Pode estranhar-se o painel de instrumentos analógico, mas o design e o grafismo atenuam a dispensa da digitalização remetida para o computador de bordo e o conhecido ecrã, baixo e comprido, no topo do tablier. Para o comandar, ainda e só o botão na consola que substitui todas as funções tácteis – eu gosto e não apenas por não haver dedadas no monitor. O ar condicionado é independente.
Em termos de espaço, normal à frente, boa habitabilidade atrás, beneficiada pelo espaço sob os bancos dianteiros. Túnel alto e o recosto central que serve de apoio de braços roubam comodidade a um quinto passageiro. Normal.
A bagageira, com 510 litros de capacidade, tem um acesso alto, como é comum nos SUV. O fundo admite dois planos, um deles alinhado com a moldura do portão, pormenor que facilita o manuseamento da bagagem mais pesada.
Quanto à dinâmica e ao Diesel, podemos começar por referir, que o motor é audível, especialmente no arranque. Nada que surpreenda, sobretudo se nos fomos desabituando deste tipo de motorização.
Prestações normais e consumos razoáveis
A versão que guiei tinha uma caixa automática de seis velocidades, com patilhas no volante, para gerir os 184 cv do Homura. Não será um modelo de rapidez – aliás dispensa o turbocompressor -, mas faz boa gestão do motor e dos significativos 445 Nm de binário. Pode ajudar nas passagens se não necessitarmos que a transmissão se empenhe nas subidas de regime, o que também nos poupa a uma redução do ruído no habitáculo.
Ainda assim, as prestações não surpreendem: 9,3 segundos de 0 a 100 km/h e 210 km/h em velocidade de ponta. Mas este não é um Mazda pensado ou desenvolvido a pensar numa filosofia desportiva, o que não impede que o SUV nipónico mantenha as características que fazem dos Mazda automóveis agradáveis de guiar, pelo envolvimento que se cria com a condução.
Despachado q,.b, e incisivo a curvar, com os movimentos da carroçaria muito bem contidos apesar da altura, este MX-5 Diesel, com uma direção equilibrada sem ser muito direta, é um bom familiar, com espaço, conforto e um simpático ambiente a bordo.
No que respeita aos consumos, mesmo que se esperem sempre grandes resultados de um Diesel, Não há milagres com um 2.2 e 184 cv. Consegui uma média geral de 7,4 litros aos 100 (a marca anuncia 6,1), mas num percurso misto de 230 km com muita autoestrada, sempre controlados pelo cruise-control nos 120 km/h, quatro pessoas a bordo, ar condicionado a funcionar o computador de bordo assinalou 6,7 l/100, valor que me parece honesto.
Equipamento a ter em atenção
Em termos de equipamento, este Homura oferece um bom recheio. Entre outros: bancos em pele e alcantara pespontados, volante multifunções em pele, ar condicionado automático, faróis LED adaptativos, arranque sem chave, cruise control, detetor de ângulo morto, câmara de 360 graus, sensores de luz, chuva e estacionamento, travagem de emergência com reconhecimento de peões, assistência à manutenção na faixa de rodagem, head up display projetado no para-brisas, navegação, bluetooth, retrovisores elétricos, assistência em descida, localizador, portão elétrico, jantes de 19 polegadas em negro metalizado.
Um Diesel bem recheado, dinâmica interessante e agradável de guiar, espaçoso e cómodo, desenvolvido para ser um rolador despachado q.b. e capaz de consumos razoáveis, é isso o Mazda CX-5 2.2 Skyactiv-D com 184 cv. E como há coisas que se pagam, custa 51 414€.
FICHA TÉCNICA
Mazda MX-5 2.2 Skyactiv-D AT 2WD
Motor: 2 191 cc, Diesel, injeção direta
Potência: 184 cv/4 000 rpm Binário máximo: 445 Nm/2 000 rpm
Transmissão: caixa de seis velocidades automática, patilhas no volante
Aceleração 0-100 km/h: 9,3 s
Velocidade máxima: 210 km/h
Consumos: misto – 6,1 l/100 km
Emissões CO2: 160 g/km
Dimensões: (c/l/a) – 4 5757/ 1 845/ 1 685 m
Peso: 1 614 kg
Bagageira: 522/1 638 litros
Preço: 51 414€, versão Homura; desde, 48 993€