Dianteira é igual ao Austral, a filosofia, outra (Foto Renault)

São mais 21 cm de comprimento e sete entre eixos, face ao SUV mais pequeno (Foto Renault)

Um grande portão bem esculpido num SUV que emana robustez (Foto Renault)

Interior conhecido e conseguido, marcado pelo grande painel digital (Foto Renault)

Punho da tampa da consola de correr ajuda na utilização dos atalhos do ecrã (Foto Renault)

Na versão topo de gama não falta a madeira no tablier (Foto Renault)

Bons bancos e espaço para viajar com conforto (Foto Renault)

Banco central é mais elevado e avança 22 cm (Foto Renault)

Na terceira fila não há milagres de espaço (Foto Renault)

Com os sete lugares armados, a maa fica reduzida a 159 litros (Foto Renault)

Grelha de barras verticais e o losango em destaque (Foto Renault)

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Designação histórica passa de monovolume a SUV com "E" de eletrificado (Foto Renault)

Foi um monovolume famoso e agora, 40 anos depois, sem surpresa, apresenta-se como um SUV dotado do melhor que a Renault tem. O novo Espace, mesmo que seja um prolongamento do Austral aberto aos sete lugares é um bom exemplo do familiar moderno no estilo da conquista. Só recebe a motorização full Hybrid de 200 cv e tem preços a partir dos 45 499€.

Mais pequeno do que era o seu antecessor (-14 cm), maior do que o Austral (+21 cm no comprimento e sete entre eixos), o Espace tem 4,72 metros de comprimento e aproveita muito bem o espaço, jogando com um banco central deslizável (22 cm) e com uma abertura de escolha interessante. O cliente pode comprar um carro com cinco ou sete lugares e paga exatamente o mesmo. A diferença é que num tem 777 litros na mala; no outro, os dois bancos extra, ocultos no fundo, e uma bagageira com 677 litros de capacidade ou escassos 159 se a terceira fila de bancos estiver armada.

A habitabilidade é boa no banco central, mais elevado, mas quando se pensa nos sete passageiros, como é costume, tudo muda. Se avançarmos o banco, obviamente, perde-se espaço. E lá atrás, por melhor boa vontade, o acesso não é fácil, os recostos são curtos, impõe-se levantar os encostos de cabeça, e os joelhos ficam em posição elevada. Como é hábito, solução de recurso para viagens pequenas e sempre menos penalizadora para as crianças. Não há milagres, nesta solução.

SUV que convence o novo Renault Espace, com cinco ou sete lugares, apenas na versão Full Hybrid de 200 cv, espaçoso, cómodo, desembaraçado a rolar e a curvar com as quatro rodas direcionais. Esta é a praia dos Renault familiares…

Igual ao Austral até ao pilar central, o Espace tem um estilo que emana robustez. A dianteira com a grelha vertical e uma assinatura luminosa original tem personalidade e força; o mais, musculado e esculpido com gosto, compõe um carro de tejadilho em linha descendente rematada por um defletor sobre o grande portão. Bem proporcionado e sóbrio veste aquele toque francês sempre especial.

Interior moderno e ambiente acolhedor

A bordo temos o ambiente ambiente acolhedor e high-tech dos novos Renault e a nota de diferença do grande painel digital que agrupa a instrumentação comum e o ecrã vertical numa única peça antireflexo (o Open R, quase com um metro quadrado), volante multifunções “quadralizado” e a consola sem botões nem interruptores, carregador wireless e a tampa deslizante com uma grande pega que visa facilitar a vida quando se trata de operar os botões inferiores do ecrã. A escolha de materiais é criteriosa e nem dispensa os pormenores em madeira. Nem faltam os filamentos para a iluminação interior em LED.

Confortável, versátil e espaçoso o Espace é um SUV para as viagens em família (Foto Renault)

O único motivo de crítica, a exemplo do Mégane elétrico e do Austral, o excesso de comandos à direita do volante: seletor de marcha, limpa para-brisas, patilha da regeneração e controlo do rádio…

A máquina recorre a uma solução experimentada da Renault, que originou mais de 200 patentes, assente no 1.2 de três cilindros de ciclo Miller e 130 cv e 205 Nm de binário, a par com um sistema híbrido com dois motores elétricos, um gerador de 25 cv e outro de tração com 70 cv e 205 Nm. A bateria que alimente o sistema é de iões de lítio e tem 2 kWh/400V.

O conjunto vale 200 cv e 410 Nm de binário, geridos pela comprovada caixa multimodo da Renault – derivada da Fórmula 1, combina duas engrenagens no motor elétrico e quatro no motor de combustão interna. Trabalha sobre 15 soluções e assegura uma resposta convincente na troca das relações. O novo software torna a transmissão especialmente reativa, especialmente nas reduções (kick-down do acelerador) ou quando é necessário um impulso extra. E, segundo a Renault, com o sistema de ignição e regeneração totalmente elétrico, que entra em ação automaticamente assim que se abranda ou trava, é possível conduzir 80% do tempo em modo totalmente elétrico, em ambiente urbano, e baixar o consumo de combustível até 40%.

Médias de consumo aceitáveis para um Full Hybrid

Durante a apresentação, nas estradas do Douro, com duas pessoas a bordo, alguma autoestrada percorrida nos limites e o serpenteado em sobe e desce da região, o Espace, segundo o computador de bordo, registou uma média de 6,6 l/100 em 203 km e fez 58% do percurso em modo elétrico. A Renault anuncia 4,6/4,8 mas o valor alcançado é perfeitamente aceitável.

Na primeira metade da viagem, com um consumo de 6,7 l/100  (56% EV) e com 107 quilómetros percorridos a autonomia seriam de mais 680. Somado dava para uma viagem de 787 quilómetros!

A condução é muito agradável e facilitada pelo sistema de quatro rodas direcionais, o 4Control que, sobretudo em estradas como as que percorremos, empresta notável agilidade a um automóvel com 4,72. E como a carroçaria nem sequer é muito dada a “queixar-se” das transferências de massas, o carro é assertivo a curvar e a Renault conseguiu um excelente compromisso de suspensão (multibraços atrás), o nível de conforto é elevado, mesmo que não estejamos perante um automóvel francês “à antiga”, daqueles com rodas de veludo.

O 4Control, que funciona até aos 125 km/h, vira as rodas traseiras até um grau no sentido das dianteiras acima dos 50 km/h; abaixo disso, vira-as até cinco graus em sentido contrário, para facilitar as manobras, sobretudo na cidade e no estacionamento. Ajuda importante.

O sistema tem 13 opções de regulação no ecrã: 1 a 4: o automóvel comporta-se como um sedan convencional e é extremamente fácil de conduzir (1 é o mais confortável); 5 a 8 – níveis intermédios (7 é a afinação neutra);  9 a 13 – maior agilidade e até condução desportiva

Há quatro modos de condução,– Eco/Conforto/Sport/Perso – o sistema Multi-Sense comandado no volante, e estão disponíveis 32 sistemas avançados de ajuda à condução (ADAS) em três categorias: segurança, condução e estacionamento.

O Espace vai ser proposto em três níveis de equipamento, Techno, Esprit Alpine e Iconic. As quatro rodas direcionais são de série nos dois últimos.

SUV que convence o novo Renault Espace, com cinco ou sete lugares, apenas na versão Full Hybrid de 200 cv, espaçoso, cómodo, desembaraçado a rolar e a curvar com as quatro rodas direcionais. Esta é a praia dos Renault familiares…

FICHA TÉCNICA

Renault Espace E-Tech Full Hybrid 200 Auto

Motor: 1 199cc, 3 cilindros, turbo, injeção direta, ciclo Miller

Potência: 130cv/4500 rpm

Binário máximo: 205 Nm/1 750 rpm

Sistema híbrido: dois motores – tração, 70 cv/205 Nm; gerador: 25cv/50 Nm

Potência máxima: 205cv

Binário máximo: 410 Nm

Transmissão: caixa automática multimodo

Aceleração 0-100 km/h: 8,8 s

Velocidade máxima: 175 km/h

Consumo: média – 4,6/4,8 WLTP

Emissões CO2: 104/111 g/km

Dimensões: c/l/a – 4,722/1,843/1,645 m

Bagageira: 7 lugares – 159/477*/677/1 714; 5 lugares – 579/777*/1 818 litros

Preço: 45 500€, Techno; 48 300€, Esprit Alpine; 50 300€, Iconic

*Segunda fila regulada para trás