Compromisso entre o o elegante e o agressivo com o toque desportivo da grelha preta (Foto Mazda)

Portão traseiro tem escultura elaborada (Foto Mazda)

Bem proporcionado para as dimensões generosas (Foto Mazda)

Qualidade em alta num interior cuidado (Foto Mazda)

Comando rotativo do infoentretenimento na consola continua (e bem!) a ser mantido (Foto Mazda)

Ecrã de 12,3 polegadas, com software intuitivo bem encaixado no tablier (Foto Mazda)

Banco traseiro é espaçoso e reclinável (Foto Mazda)

Jantes pretas de 20 polegadas compõem a imagem (Foto Mazda)

Seis cilindros Diesel, 3.3 litros num SUV já não será proposta muito apropriada em Portugal. Mas a Mazda mantém estas receitas e vai seguindo o seu caminho. O CX-60 é o automóvel em apreço. Claro que foi bem feito. Obviamente tem preço elevado. Entre as virtudes até estão o consumo e as baixas emissões. Mas, nestes tempos, o “mas” vale muitas dúvidas aos automobilistas.

Não vamos discutir a filosofia da Mazda, tão só falar do produto e começar por referir aquilo que mais impressiona. Com quase duas toneladas de peso para as suas dimensões generosas (4,745 m), o CX-60 deixou-me bem impressionado com o consumo: 6,1 l/100 num viagem de 160 quilómetros, talvez matade em autoestrada com o cruise control nos 120 km/h, estradas nacionais e vias rápidas a rolar no máximo permitido.

É um resultado a considerar e como se trata de um Diesel estes números têm sempre muita importância pois estão “agarrados” à razão de compra. Mesmo que a Mazda prometa 5 litros, entendo que o resultado satisfará quem optar por um CX-60.

Um dos mais limpos do mundo

Razoavelmente silencioso, pouco susceptível a vibrações como se esperaria sempre de um seis cilindros, este Mazda beneficia de mais uma das inovações em que a marca é pródiga, agora uma outra tecnologia de combustão (DCPCI acrónimo daqueles termos modernaços, um deles Partially Premixed…) que, na prática, aumenta a eficiência térmica do motor (e chega a 40%!) facilitando a aceleração. Importante para a Mazda é poder dizer que este é um dos motores Diesel mais limpos do mundo.

O CX-60 pisa bem e é um SUV com presença na estrada (Foto Mazda)

Mas há mais, designadamente contarmos com um sistema Mild Hybrid Boost de 48 V que gera 153 Nm de binário adicional que levam aos 450 Nm que asseguram elasticidade convincente a um SUV que debita 200 cv. Tudo isto é gerido por uma caixa automática de oito velocidades que se desembaraça muito bem, num automóvel que está longe de ser um velocista, mas que, ainda assim, acelera de o a 100 em 8,4 segundos e atinge os 212 km/h em velocidade de ponta. Não é preciso mais.

Evoluído do ponto de vista tecnológico, considerado o Diesel mais limpo do mundo o Mazda CX-60 e-Skyactiv reúne as virtudes e os defeitos de ser um seis cilindros com 3.3 litros, em Portugal… Mesmo económico, tem um preço que afasta muito daqueles que ainda se deixam seduzir pelos SUV a gasóleo.

Com direção direta equilibrada, bons travões, este CX-60 não deixa de acusar o peso, sobretudo nas transferências de massa em que a altura (1,68m, incluindo 17,5 cm de distância ao solo) faz-se sentir num ligeiro balanceamento da carroçaria. Normal, não é um SUV de corridas, antes um grande familiar, bom rolador e com a capacidade que corresponde à imagem quando há que ultrapassar.

Elegante, imagem robusta, parece menos esculpido do que é habitual na marca, exceção feita à tampa da bagageira, muito elaborada numa linha que o identifica claramente com o estilo de família.

Qualidade em alta e equipamento a condizer

Preocupação Premium, a qualidade continua a estar fora de causa, desde a criteriosa escolha dos materiais ao nível dos acabamentos, com grande atenção ao pormenor. Pele sintética, decoração criteriosa, costuras irrepreensíveis e mais europeu na versão Homura que conduzi, Convincente!

Não falta a digitalização dos instrumentos, grafismo simples e legível, e o ecrã central táctil, mais alargado (12,3 polegadas), sempre comandado também através do prático botão na consola. Esta bem arrumada, com o selector de velocidades, comando os modos de condução, travão de parque elétrico, além do espaço para o telemóvel, porta-copos e o indispensável apoio de braços almofadado que esconde uma caixa para pequenos objectos. Tudo bem estudado e resolvido.

É um ambiente no qual nos sentimos bem, com uma invulgar atmosfera de espaço, traduzida também em habitabilidade de acordo com aquilo que a imagem exterior promete. Atrás viaja-se muito bem, dois melhor do que três, mas com essa possibilidade menos comprometida do que tantas vezes acontece, apesar de lá estar o túnel da transmissão. A distância entre eixos de 2,87 m não é despicienda para esta realidade.

A versão Homura que conduzi oferece bom nível de equipamento. A saber: estofos em pele, chave inteligente, botão sart/stop, cruise control, sensores de chuva, ar condicionado automático com saídas traseiras, luminosidade e estacionamento traseiro, câmara de marcha atrás, volante aquecido multifunções com patilhas de comando da caixa, My Drive com quatro modos de condução, retrovisores com recolhimento automático, travão de estacionamento eletrónico, reconhecimento de sinais, detetor de ângulo morto, luzes full LED, máximos automáticos, ecrã central com 12,3, compatibilidade Android Auto e Apple CarPlay, navegação, bluetooth, rádio DAB com oito altifalantes, banco traseiro reclinável, grelha frontal preta, jantes em liga de 20”.

Evoluído do ponto de vista tecnológico, considerado o Diesel mais limpo do mundo o Mazda CX-60 e-Skyactiv reúne as virtudes e os defeitos de ser um seis cilindros com 3.3 litros, em Portugal… Mesmo económico, tem um preço que afasta muito daqueles que ainda se deixam seduzir pelos SUV a gasóleo.

FICHA TÉCNICA

Mazda CX-60 e-Skyactiv D AT8

Motor:  3 283 cc, injeção direta, turbo, intercooler; sistema Mild Hybrid Boost de 48V (17cv/900 rpm; 153 Nm)

Potência: 200 cv/3 000-4 200 rpm

Binário máximo: 450 Nm/1 400-3 000 rpm

Transmissão: tração traseira, caixa automática de oito velocidades acom patilhas no volante

Aceleração 0-100 km/h: 8,4 segundos

Velocidade máxima: 212 km/h

Consumo: média – 5 l/100 Km (WLTP)

Emissões combinadas de CO2: 128 gm/km

Dimensões: c/l/a – 4,745/1,890/1,680 m

Peso: 1 907 kg

Bagageira: 570/1 726 litros

Preço: 74 757€; versão ensaiada; desde 71 757€