Revolução no Ioniq 6 traz um vistoso coupé de quatro portas (Foto Hyundai)

Dianteira integra air flaps ativos com aerodinâmica inteligente (Foto Hyundai)

Silhueta revela apuro aerodinâmico - Cd 0.21, o melhor da marca (Foto Hyundai)

Interior simples, funcional e com qualidade (Foto Hyundai)

Dois ecrãs de 12,3" com toda a informação e bom grafismo (Foto Hyundai)

Prático seletor de marcha, na coluna do volante (Foto Hyundai)

Comando dos modos de condução no volante (Foto Hyundai)

Consola suspensa bem arumada e discreta (Foto Hyundai)

Face ao mais, pedia-se plástico melhor no porta objetos (Foto Hyundai)

Badana notablier substui retrovisores por câmara (Foto Hyundai)

Bancos em pele com todas as mordomias (Foto Hyundai)

Muito espaço e acesso menos bom atrás (Foto Hyundai)

Faróis LED Matrix com sistema inteligente (Foto Hyundai)

Solução original com LED, no defletor traseiro transparente (Foto Hyundai)

Integração diferente para iluminação traseira (Foto Hyundai)

Jantes de 20" reforçam imagem e penalizam autonomia (Foto Hyundai)

Novo logótipo é plano, como vai generalizar-se (Foto Hyundai)

Bateria de iões de lítio entre as rodas em plataforma dedicada (Foto Hyundai)

Quando se testa um automóvel é sempre reconfortante confirmar quanto se disse de bom sobre ele. Foi o que me aconteceu com o Ioniq 6, a nova expressão de topo dos elétricos da submarca da Hyundai. Bem feito, competente, espaçoso e prometedor na economia são caraterísticas que merecem destaques num produto que já venceu preconceitos e nem precisa de ser barato: 64 790€, a versão Vanguard, oferta mais rica da gama…

Recebi o Ioniq 6 com 90% da carga e a indicação de 355 quilómetros de autonomia. E propus-me experiência que nunca fizera: 50 quilómetros exclusivamente em cidade e num dia de trânsito muito congestionado. Ora bem, o consumo não me surpreendeu, 21,5 kWh (havia de fazer bem melhor…), mas, ar condicionado sempre ligado, o curioso é que tinha ganho mais nove quilómetros de autonomia. Segundo o computador de bordo, tinha carga mais 314 quilómetros. E a prova de que seria sempre a ganhar aconteceu com 64 quilómetros percorridos e mais 316 por fazer: 14 quilómetros com consumo de apenas dois quilómetros.

É verdade que todos sabemos que na cidade os elétricos estão “mais cómodos”. Por isso, fui para a autoestrada, e afinei o cruise control inteligente para os 120 km/h: resultado média de 17,4 kWh, honesto. E depois a estrada secundária e o percurso suburbano, em andamento normal, 20,5 kWh/100 km.

Resumindo, em 160 quilómetros, média final de 20 kWh/100 km e autonomia prometida de mais 202 quilómetros. Fazendo as contas para os iniciais 355, sete quilómetros “à borla”. Interessante no mínimo apesar de a promessa ser de 545 quilómetros…

Outro estilo, menos arrojado e mais desportivo, interessante ambiente interior, a mesma bateria de 77,4 kW e 800 v, 228 cv e 350 Nm, 7,4 segundos de 0 a 100 e 185 km/h, até 545 quilómetros de autonomia e aí está o Ionic 6 Vanguard, outro Hyundai na primeira linha dos 100% elétricos

Algum truque? Rodei a maioria do percurso em ECO, regeneração no máximo, o que significa i-Pedal, experimentei o modo Normal para avaliar a diferença de disponibilidade e o modo Sport para aquilatar do esperado nervo da abertura a toda a capacidade dos 228 cv e, sobretudo, dos 350 Nm de binário deste tração traseira.

Despachado, agressivo e mordaz… em modo Sport

Começando pelo fim, a resposta é pronta, o despacho muito, a subida dos números do velocímetro impressiva, mesmo não sendo avassaladora. E entrando numa estrada sinuosa, com alguma exigência na condução mais rápida, o Ioniq 6 mostra-se à-vontade, agressivo e mordaz, estável no contrabalanço do serpenteado de curvas. Inspira confiança, até porque percebemos que as coisas podem passar-se muito depressa – a suspensão continua a contemplar uma solução multibraços na traseira. O i-Pedal ajuda, com a sua capacidade de redução que, ainda assim, pode não evitar a necessidade de travar… Competente!

Pior é que o consumo dispara num ápice, e custa pouco entrar na casa dos 26 kWh e lá se vão os ganhos “contra” a autonomia, desfeitos pelo prazer de uma condução envolvente e provocadora… Julgo que o modo Sport será, para a maioria, um auxiliar importante nas ultrapassagens e recurso temporário para alimentar a adrenalina e desafiar o “radar da sorte”…

O modo Normal traz alguma diferença face ao ECO mas, em boa verdade, numa viagem de autoestrada, cruise control ligado não é preciso mais do que o mínimo que  garante sempre o máximo de autonomia… com conforto e a comodidade do espaço.

Este Ioniq 6 é um grande contraste estético em relação ao Ioniq 5. Assumidamente desportivo, coupé de quatro portas bem lançado e mais sóbrio sem passar despercebido, tem frente alongada, perfil marcado pelo tejadilho bem curvado, traseira desportiva e atrevida, estendida também, luzes elevadas, duplo deflector, um deles transparente construído numa autêntica placa de LED.

Boa postura em estrada para um elétrico que é um belo trabalho de aerodinâmica (Foto Hyundai)

Por tudo isto, um coeficiente aerodinâmico que merece registo – Cd 0,21 (o mais baixo da marca), notável e importante no capítulo da eficiência e dos resultados.

Interior bem resolvido, qualidade mas um reparo

No interior, o mesmo ambiente high-tech, o grande ecrã a dominar e um volante multifunções achatado com uma barra de quatro LED ao centro e uma consola diferente, não menos original e prática, também suspensa mas fixa. E a mesma qualidade feita de materiais sustentáveis, bem combinados e um acabamento cuidado que constroem um ambiente moderno e sóbrio. De todo o modo, podia esperar-se um nadinha mais de requinte e, por exemplo, outro plástico no porta objetos sobre a consola e mesmo outro material no espelho desta. Por tudo o mais, o Ioniq 6 merecia estes pormenores.

Sentimo-nos bem a bordo, os 2,95 metros entre eixos e o fundo plano são garantia de muito espaço – atrás, a curva do tejadilho dificulta o acesso. As 64 cores da luz ambiente dão uma ajuda no conforto, e a condução é também ela feita de agradabilidade. Direção bem medida para a escolha (e pode ser afinada, como a sensibilidade do acelerador), regulação da regeneração pela travagem (patilhas no volante) que permite chegar, como referimos, ao i-Pedal. E claro, três modos de condução, que gerem tudo isso mais a potência do motor, comandados por um prático botão no volante.

Com 4,85 metros de comprimento, 1,88 de largura e 1,495 de altura, o Inoniq 6, motor à frente e tração traseira, também disponibiliza dois espaços para bagagem, uma caixa sob o capô, com 45 litros de capacidade, ideal para transportar os cabos de carregamento, e uma bagageira convencional com 401 litros, esta com altura reduzida, fundo desnivelado da moldura do portão, o que ajuda pouco na usabilidade quando de transportam objetos mais pesados.

A bateria utilizada continua a ser a unidade de iões de lítio com 77,4 kWh, posicionada entre as rodas, que alimenta um motor de 228 cv de potência e 350 Nm de binário. Traduzido em prestações, segundo o construtor temos 7,4 segundos na aceleração 0-100 e 185 km/h em velocidade de ponta.

No Vanguard, as imponentes jantes de 20 polegadas, e mais uns quilos de equipamento, “atiram” o consumo para os 16 kWh/100 km e 545 quilómetros de autonomia. Na versão Premium com as jantes aerodinâmicas de 18 polegadas a autonomia sobe para 641 quilómetros. Uma diferença bem significativa.

No que respeita ao capítulo do carregamento, o Ionic 6 mantém-se na linha da frente com a sua bateria de 800 V, que pode significar até 11 Kwh em AC ou 232 kWh em DC ultrarrápido. Daí, a possibilidade de um carregamento dos 10 aos 80% da capacidade em apenas 18 minutos, ou, fazendo as contas de outro modo, 100 km em menos de cinco minutos!

Em matéria de equipamento, o topo de gama, oferece pacote considerável. A saber, faróis LED Matrix, ar condicionado bizona, ecrã tátil de 12,3” com navegação, porta da bagageira elétrica, carregador wireless, Hyundai Smart Sense, sensores de estacionamento e de luz e chuva, câmara de 360 graus, volante aquecido, bancos em pele ventilados na frente e de relaxamento com ajuste elétrico, bancos traseiros aquecidos, sistema de som Bose e active soud design, puxadores de portas embutidos automáticos, bomba de calor, head-up-display, estacionamento com controlo à distância, monitorização de ângulo morto, assistente de previsão de colisões no estacionamento, luzes ambiente em LED e volante interativo LED, jantes em liga de 20 polegadas.

Outro estilo, menos arrojado e mais desportivo, interessante ambiente interior, a mesma bateria de 77,4 kW e 800 v, 228 cv e 350 Nm, 7,4 segundos de 0 a 100 e 185 km/h, até 641 quilómetros de autonomia e aí está o Ionic 6, outro Hyundai na primeira linha dos 100% elétricos.

FICHA TÉCNICA

Ioniq 6 Vanguard

Motor: síncrono, magneto permanente

Potência: 228 cv

Binário: 350 Nm

Transmissão: tração traseira, velocidade única

Aceleração 0-100: 7,4 segundos

Velocidade máxima: 185 km/h

Bateria: 77,4 kWh, 800 V, iões de lítio

Carregamento: ultrarrápido dos 10 aos 80% em 18 minutos (carregador de bordo AC de 11 kWh e DC até 232 kWh)

Consumo médio: 16 kWh/100 km (14,3 kWh/100 km com jantes de 18”)

Autonomia: 545 km (641 com jantes 18”)

Dimensões: c/l/a – 4,855/1,885/1,495 m

Bagageira: 401 litros + caixa com 45 litros sob o capô

Preço: 64 790€ (Versão Premium com jantes de 18”, 59 300€)